Atlas Digital da América Lusa

Ca∫a de Piedra

Ponta entre 'C. Frio' (Cabo Frio) e 'I. de S. Anna' (Ilha de Santana).

Natureza: ponta.

Mapa: MARITIMA BRASILIÆ UNIVERSÆ.

Capitania: Rio de Ianeiro.

Nomes históricos: Ca∫a de Piedra; maison de pierra; Caza do pedra; Casa de Pedra.

Nome atual: arrasada em 1615.

• Possivelmente situava-se na área reocupada pelo Forte de São Mateus ou pela Sub Sede Cabo Frio do Iate Clube Rio de Janeiro, na cidade de Cabo Frio (RJ).

Citações:

►Vau de Claye, Jacques de: Le vrai pourttraict de Genevre et du Cap de Frie, [Carta portulana], Bibliothèque nationale de France, département Cartes et plans, GE C-5007 (RES), datada 1579, onde esta casa é denominada 'maison de pierra' e está desenhada sobre a 'montagne' (monte) situada no lado sul da barra do canal de desague (Canal de Itajuru) da grande lagoa 'La pescherie' (Lagoa de Araruama).

• A barra situa-se imediatamente no extremo sul da 'grande ance ouiL se pesche forte mulletz', a grande enseada delimitada pela ponta onde atualmente se situa o Farol e a Ponta do Gabriel, e que delineia a Praia de Cabo Frio e a Praia do Pontal.

• Carta disponível em http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/btv1b55002622c/f1.item.r= , acesso em 19/04/2016.

►(Anônimo, 1711) in RTIHGEB, Tomo XLVI, Parte I, pg.206-207, § 3, 'Quando povoada' a região de Cabo Frio-RJ:

"Foi povoada esta cidade em 13 do Novembro do anno de 1615, quando o capitão Constantino de Meneláo, governador do Rio de Janeiro, por ordem do governador geral do estado (na Bahia) Gaspar do Souza, foi expulsar os olandezes, que n'este porto se achavão surtos, a negociar com os indios chamados Goaitacazes, que ocupavão esta costa té Santa Catarina das Mós, que terminava este terreno com o da capitania do Espirito-Santo, concedido por donataria a Vasco Fernandes Coutinho por mercê d'elrei D. João Terceiro.

Chegado o governador D. Constantino de Meneláo a este porto por mar, acompanhado de vários Portugueses, e de 400 indios por terra, vindos da aldeia da Sepetiba (oje situados em Itaguahi) axou com efeito cinco embarcações olandezas, que carregavão de páo-brazil, e em terra á entrada da barra, da parte do norte, um pequeno forte construído de pedra e cal, com peças montadas, cujos vestígios ainda oje se descobrem no mesmo logar; e na ponta da mesma barra, da parte do sul, uma caza de abobada construída de pedra e cal, que, antecedente a estes Olandezes, avia sido edificada pelos Francezes, igualmente negociantes dos mesmos efeitos com os sobreditos indios; sendo até aquelle tempo conhecido este logar, e denominado — Caza do pedra.

Expulsas as embarcações, e com ellas os negociantes olandezes, tomou posse d'este continente o dito governador, e lhe deo a denominação de Santa-Elena, por ser o orago de uma pequena igreja, que mandou erigir no logar escolhido para fundar a povoação existente. Esta posse foi tomada pelo governador em nome d'elrei de Portugal, com todo a solenidade preciza, não só militar, ao son de caixa, mas judicialmente com assistencia de dois tabeliães, que em sua companhia levou da cidade do Rio de Janeiro; e em consequência d'ella fazendo demolir a caza dita, também mandou, por voto de todos que o acompanhavão, tapar a barra com a pedra da mesma caza, sem refletir, que n'essa rezolução cauzaria dano mais consideravel para o futuro aos moradores d'este distrito, e a todos que procurassem pela navegação a necessaria exportação dos efeitos, e produções d'este paiz.".

• Destaca-se nessa citação a menção de ter havido um forte holandês sobre o costão ao sul da barra do Canal de Itajuru.

Citação deste verbete

Autor do verbete: Levy Pereira

Como citar: PEREIRA, Levy. "Ca∫a de Piedra". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Ca%E2%88%ABa_de_Piedra. Data de acesso: 24 de fevereiro de 2025.

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