Morros próximos e a oeste da foz do 'R. de Iataboca' (Rio Tabocas), na 'ITAPVÁMA' (Região de Itabaiana).
Natureza: morros.
Mapa: PRÆFECTURA DE CIRÎÎĬ, vel SEREGIPPE DEL REY cum Itâpuáma.
Capitania: CIRÎÎĬ.
Nome histórico: A Mina.
Nome atual: possivelmente Serra das Minas.
Localiza-se nas proximidades do povoado Serra das Minas, município de Campo do Brito-SE - vide mapa IBGE Geocódigo 2801009 Campo do Brito-SE.
►Mapa SE (Albernaz, 1626/1627) SIRIGIPE DEL REI, plota os locais citados abaixo por (Moreno, 1612), assinalado com a letra E, 'E - as campinas de tabanha de infinito gado', e a letra F, 'F - as serras de tabanha', nas cabeceiras do 'Rio Sirigipe del Rey' (Rio Sergipe) e 'Rio de Vazabaris' (Rio Vaza Barris).
►(Moreno, 1612), pg. 50:
"No Rio de Saõ Miguel, que se vê na dita carta no ponto E vive o Caramarú que é o que assegura haver muita prata naquelas serras do ponto F, donde desce o mesmo Rio que se chama Real pelo muito que se alarga naquela parte, sendo pouco o que vai pela terra dentro.".
Notas:
a) O Caramaru é, conforme abaixo citado por [Câmara Cascudo, Belchior Dias Moreia, neto do Caramuru.
b) A citação do "Rio de São Miguel, que se ve no ponto E" no Mapa SE (Albernaz, 1626/1627) pode ser indício de que o Rio de São Miguel seja o mesmo o 'R. dos pedras' do BQPPB, atual Rio das Traíras, todavia, há, na m.e. do 'Rio Reall', nesse mesmo mapa, indicado pela letra L, 'L - fazendas do Caramaru perto das serras da prata', o que pode dar margem a outra interpretação.
c) Diogo de Campos Moreno cita "haver muita prata naquelas serras do ponto F, donde desce o mesmo Rio que se chama Real pelo muito que se alarga naquela parte", o que gera alguma confusão, pois F é 'F - as serras de tabanha' e a bacia do Rio Real não está nas suas proximidades.
Pode haver algum lapso na redação dessa frase, se considerarmos que o Caramaru residia numa região nas cabeceiras do Rio Real, no local assinalado no mapa SE (Albernaz, 1626/1627) com a letra 'L - fazendas do Caramaru perto das Serras da prata', e que há, entre o 'Rio Real' e o 'Rio de Vazabaris' a serra assinalada com a letra M, 'M - Serras do Rio Real'.
@ pg. 211:
"Se não me engano, só o escritor português Nicolau de Oliveira enumera o Sergipe entre as capitanias. ... Possuía a região vários currais de gado, que, achando-se em ruínas, podem sei restaurados pelo cuidado dos governadores. Quanto à pesca é afamada a região, por estender-se à beira-mar. Entretanto, foram os holandeses burlados nas suas esperanças de minas ali, pois os minérios cavados em vários sítios não contêm prata nem valem rada, segundo declara Pedro Mortammer, a quem se confiara a pesquisa deste segredo.".
@ pg. 332-333, excertos das exposições de Nassau aos Diretores da GWC (Companhia das Índias Ocidentais) quando do seu regresso do Brasil aos Países Baixos:
"Sergipe. ...
Depois de frequentes análises, verificou-se que nenhum valor têm os minérios que se apanham nas montanhas do Sergipe (chamam-lhes Itoabouhanas). Dizem que foram descobertos esses minérios, durante o governo de D. Luiz de Sousa, por um mameluco Melchior Dias, o qual, lançando casualmente os olhos a umas pedrinhas brilhantes, supôs que encerravam prata. Referido o caso ao rei da Espanha, Sousa, a quem ele mandara explorar os montes e desvendar-lhes os segredos, enviou ao seu soberano vãs esperanças e a notícia do trabalho perdido.".
@ pg. 132:
"Na sedução fora a bandeira-da-prata, com o mistério das minas de Belchior Dias Moreia, neto do Caramuru, endoidando várias gerações.".
@ pg. 133:
"A Casa da Torre seguiu, esse sonho, no rumo de Itabaiana, com Guilherme Joosten Glimmer. E para aí voltaram, em 1655, os manos Calhelhas. No governo holandês rebuscaram-na curiosidades interesseiras e autorizadas pelo Supremo Conselho. Essas caçadas eram, inesperadamente, alargamentos para a fronteira geográfica. Barléu registra, convencional, essa Itaberaba onde as pratas deviam estar dormindo. E não sendo possível localizar, escreveu, difusamente, minas, minas ...".
@ pg. 145-146:
"O Rio das Pedras, afluente maior para a corografia flamenga, inflete-se para leste, transpondo um boqueiaró (boqueirão), dividindo-se após em caudais. Uma que sobe atravessando o varjão onde os holandeses acreditavam existir minérios preciosos e onde diziam jazer ouro e salitre. É a zona indicada pêlo sonho de Belchior Dias Moreia, as minas de prata.
Barléu anotou, cuidadoso, mina, mina. Aí, era 1643, andou catando, por ordem da Companhia, o oficial Niemeyer, numa afanosa jornada inutilíssima.".
Nota:
José de Almeida Bispo, em 28/01/2014, comentou:
"Serra das Minas, povoado do município e Campo do Brito, local onde o governador geral do Brasil, D. Luiz de Souza, mandou cavar, sob indicação de Melchior Dias Moreia, este sob tortura, em busca da mina de prata.".
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira Como citar:PEREIRA, Levy. "A Mina". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=A_Mina. Data de acesso: 23 de fevereiro de 2025.
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