Engenho de roda d'água com igreja, na foz do riacho 'Maçia' (Riacho Rodízio), afluente m.e. do 'Capiíbarĩ' (Rio Capibaribe).
Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.
Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.
Capitania: PARANAMBVCA.
Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia de São Lourenço.
Nome histórico: Engenho Maçia (Maciape; Massiape; Machioppe; Macia; MasiappԐ; Masiapp).
Nome atual: o engenho está destruído.
►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ Masiapp', na m.e. e próximo à foz do riacho sem nome, tributário m.e. do 'Rº. Capauiriuÿ'.
►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como engenho, 'Ԑ: MasiappԐ', na m.e. e próximo à foz do riacho sem nome, tributário m.e. do 'Rº. Capauiriuÿ'.
►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, sem símbolo, topônimo 'Maçia' escrito na m.e. do 'Capiibari'.
►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 87-88:
"Cidade de Olinda
Freguesia de São Lourenço
...
64. Engenho Maciape, sob a invocação das Chagas de Cristo. Pertenceu a Francisco do Rego Barros. Confiscado e vendido a Elbert Chrispynsen; é d'água e mói.".
►(Dussen, 1640), pg. 154-155:
"ENGENHOS DE PERNAMBUCO
Na freguesia São Lourenço
...
75) Engenho Maciape, pertencente a Paulus Vermeulen cum socio, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica). ".
►(Gonsalves de Mello, 1993), pg. 32:
"8. Engenho de Luis do Rego Barros, da invocação das Chagas, no termo de Olinda, com meia liberdade. É o Engenho Maciape, da freguesia de São Lourenço. ".
►(Relação dos Engenhos, 1655):
@ pg.236, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:
"Engenhos da freguesia de São Lourenço
...
Que o de Francisco do Rego Barros pagava três por cento.".
@ pg. 242:
"As pensões dos engenhos referidos se pagam de todo o açúcar que fazem antes de ser dizimado, ...".
@ pg. 82-83, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, São Lourenço:
«5) MACIAPE. Invocação Chagas de Cristo. Sito à margem esquerda do Capibaribe. Engenho d'água. Pagava 3% de pensão. Fundado depois de 1588 por Arnal de Holanda. Em 1593, eram seus proprietários Luís do Rego Barros e Cristóvão de Holanda, genro e filho do fundador. De 1588 a 1591, o quinhão de Luís esteve arrendado a Cristóvão, mas a partir de então os cunhados passaram a explorar a meias o engenho. Posteriormente, Luís comprou a parte de Cristóvão, pois entre 1596 e 1605 surge como único proprietário. Em 1596, foi vereador de Olinda. Vindo a falecer antes de 1609, o Maciape passou à viúva, Inês de Góis de Vasconcelos. Em 1617, pertencia ao filho do casal, Francisco do Rego Barros. Em 1623, Maciape produzia 7720 arrobas. Em 1633, o dono abandonou-o, refugiando-se no Arraial do Bom Jesus, "trazendo todos os mantimentos que puderam carregar seis carros e quarenta pretos seus e mais de trinta homens armados que pôde juntar". Atacado pela tropa holandesa em 1635. Nesse mesmo ano, Francisco do Rego Barros e família retiraram-se para a Bahia, onde ele viria a falecer. Havendo perdido o engenho, que "importava muitos mil cruzados", sua viúva, Arcângela da Silveira, e seu filho, João do Rego Barros, viveram de empréstimos, "cujo pagamento ficou reservado para quando se restaurasse a dita capitania" de Pernambuco. Confiscado, Maciape foi em 1636 provisoriamente explorado por Elbert Chrispynsen, que denunciou o sogro de Francisco, Duarte Gomes da Silveira, senhor de engenho na Paraíba, por haver subtraído, com a cumplicidade de terceiros, onze bois de trabalho do engenho, os quais pertenciam legalmente à WIC em virtude do confisco de Maciape. O governo do Brasil holandês condenou Duarte a pagar soma equivalente ao valor dos animais. Os cúmplices foram condenados a devolver o duplo do número de animais que haviam escondido. Em 1637, Maciape foi vendido a Chrispynsen (28.V.1637) por 70 mil florins em seis prestações, juntamente com uma casa incendiada, que Francisco do Rego Barros possuíra em Olinda. Em 1638, Chrispynsen revendeu Maciape a Paulus Vermeulen e sócio. O engenho devia safrejar em 1639, altura em que foi desenhado por Zacarias Wagener. Incendiado em 1640 por campanhistas luso-brasileiros. Em 1649, Vermeulen era escabino na Paraíba. Após a expulsão dos holandeses, o engenho moía, tendo sido reconstruído por João do Rego Barros, que para este fim contraíra novas dívidas. Em 1656, Arcângela da Silveira requereu ao Conselho Ultramarino a mora de três anos para o pagamento das dívidas em que incorrera desde 1635. O pedido foi atendido com a condição de que satisfizesse em cada ano a quinta parte do total. Em 1663, os herdeiros de Vermeulen apresentavam suas pretensões de ressarcimento à Coroa portuguesa. Em 1645, Chrispynsen devia 51060 florins à WIC; e em 1663, 48,8 mil florins.(36)».
@ pg. 178, Notas:
«(36) DP, p. 518; IL, 12754; LSUR, p. 32; RPFB, p. 204; LPGB, p. 181; "Livro do tombo", p. 234; FHBH, I, pp. 29, 88, 155, 236; RCCB, pp. 50, 158; VWIC, IV, p. 138; MDGB, p. 116; DN, 11.II.1636, 28.V.1637, 19.1 e 3.X.1640, 21.XII.1649; "Vercochte engenhos", ARA, OWIC, n. 53; "Generale staet", ARA, OWIC, n. 62; Wasch, "Brasiliaansche pretensien", pp. 75-7; Co.Uo. 6.X.1656, AHU, PA, Pco., CVX.4; Zacharias Wagener, Zoobiblion: livro de animais do Brasil [ed. Edgard de Cerqueira Falcão], São Paulo, 1964.».
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "Maçia (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: https://lhs.unb.br/atlas/index.php?title=Ma%C3%A7ia_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 23 de fevereiro de 2025. |
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