Mudanças entre as edições de "Conceitos básicos de estatística para historiadores"
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Se você conseguiu responder todas, está suficientemente familiarizado com a matemárica necessária para cálculos bastante complexos. Se você não conseguiu, não desanime! Na verdade, basta entender os conceitos que orientam a aplicação das fórmulas e o computador fará todos cálculos. As decisões mais importantes dizem respeito ao conhecimento que o historiador tem das fontes e dos limites da quantificação. E isso não requer matemática, mas conhecimento histórico. | Se você conseguiu responder todas, está suficientemente familiarizado com a matemárica necessária para cálculos bastante complexos. Se você não conseguiu, não desanime! Na verdade, basta entender os conceitos que orientam a aplicação das fórmulas e o computador fará todos cálculos. As decisões mais importantes dizem respeito ao conhecimento que o historiador tem das fontes e dos limites da quantificação. E isso não requer matemática, mas conhecimento histórico. | ||
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+ | É apenas uma forma de apresentar os dados. | ||
Edição das 11h00min de 5 de fevereiro de 2020
6 minutos - por Tiago Gil |
Muitos pesquisadores em história temem a estatística não apenas pelas suas dúvidas teóricas e metodológicas mas pelo receio da matemática. Na verdade, a matemática necessária para os cálculos possíveis em história é bastante básica.
Veja os exercícios abaixo e avalie sua capacidade de resolvê-los:
a) 2 + 2
b) 6 - 2
c) 2 x 2
d) 8 / 2
e) \(\sqrt{16}\)
f) \(2^2\)
Gabarito: 4 (para todas)
Se você conseguiu responder todas, está suficientemente familiarizado com a matemárica necessária para cálculos bastante complexos. Se você não conseguiu, não desanime! Na verdade, basta entender os conceitos que orientam a aplicação das fórmulas e o computador fará todos cálculos. As decisões mais importantes dizem respeito ao conhecimento que o historiador tem das fontes e dos limites da quantificação. E isso não requer matemática, mas conhecimento histórico.
Avançando um pouco mais
Vimos acima que é importante ter um conhecimento das quatro operações. Contudo, mesmo para essas operações, vamos usar uma simbologia (notação) diferente de + - x e /. É que quando usamos esses sinais, estamos falando de operações abstratas, de um "2" qualquer. No caso da estatística aplicada aos problemas de história, quase sempre faremos referência a conjuntos de dados e, por isso, somos obrigados a usar uma simbologia específica para isso.
Vamos começar com a adição, que para o somatório de conjuntos é representada assim\[\sum\], com a letra grega "sigma".
Na subtração, usamos "delta"\[\triangle\]
Para a multiplicação dos dados de um conjunto, usa-se o \(\prod\).
Contudo, na imensa maioria dos casos vamos trabalhar apenas com \(\sum\).
O somatório \(\sum\) é sempre apresentado de modo completo, desse jeito\[\sum_{m=1}^\10\]
Parece assustador, mas é muito simples: os números abaixo e acima do sigma fazem referência a um conjunto de dados que estamos observando. O número que fica abaixo do sigma é o primeiro do conjunto. O que fica na parte superior, o último. Vejamos abaixo uma lista hipotética com o número de canetas que uma família tem:
Pessoa,canetas
pessoaA: 2
pessoaB: 3
pessoaC: 5
pessoaD: 1
O somatório de todas as canetas será representado assim\[\sum_{m=1}^\4 X^i\]. Seria o mesmo que dizer 2 + 3 + 5 + 1
Se por alguma razão for importante excluir a pessoaA, então ficaria assim\[\sum_{m=2}^\4 X^i\]
É apenas uma forma de apresentar os dados.
Referências
Citação deste verbete |
Como citar: GIL, Tiago. "Conceitos básicos de estatística para historiadores". In: CLIOMATICA - Portal de História Digital e Pesquisa. Disponível em: https://lhs.unb.br/cliomatica/index.php?title=Conceitos_b%C3%A1sicos_de_estat%C3%ADstica_para_historiadores. Data de acesso: 6 de fevereiro de 2025. |
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