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Há forte debate acadêmico sobre o emprego de métodos quantitativos em ciências sociais e, especialmente, em história. Robert Fogel, um dos pais da [[cliometria]], argumentava que o debate sobre usar ou não era falso e que muitas vezes os historiadores já empregavam noções quantificadoras em sua escrita, mascarada pelo uso das palavras. Segundo ele, ''Words and equations are alternate modes of expression, and which is preferable at a given point in a given essay is a problem of exposition involving esthetic as well as empirical and logical considerations'' <ref>[https://www.jstor.org/stable/1850498 Fogel, Robert William. "The Limits of Quantitative Methods in History." The American Historical Review 80, no. 2 (1975): 329-50.]</ref>. Muitas das críticas passam pelo cuidado metodológico. Parte expressiva das fontes históricas não foi produzida (em seu tempo) de modo a ser corretamente utilizada pelas ferramentas da estatística. Por outro lado, as fontes históricas são frequentemente incompletas e ambivalentes. Muitas vezes é difícil interpretar certas informações e seria problemático classificar e contar com base em interpretações duvidosas. Por fim, como nos esclarece Ciro Cardoso, é muito complicado fazer amostragens, algo geralmente empregado pela econometria. Em muitos casos, os dados disponíveis são já partes de um todo maior que foi perdido e, assim, não são adequados para uso como amostra, já que são produtos de uma seleção fortuita da qual, muitas vezes, não sabemos os critérios.<ref>CARDOSO, Ciro & BRIGNOLI, Héctor Perez. Os Métodos da História. Rio de Janeiro: Graal, 1979</ref> Agora que o leitor já está informado sobre esse debate (e pode buscar mais detalhes), apresentamos abaixo um menu de opções para o uso da estatística na história, feito com exemplos de fontes históricas e pensado em termos de problemas comuns de pesquisa nessa área. | Há forte debate acadêmico sobre o emprego de métodos quantitativos em ciências sociais e, especialmente, em história. Robert Fogel, um dos pais da [[cliometria]], argumentava que o debate sobre usar ou não era falso e que muitas vezes os historiadores já empregavam noções quantificadoras em sua escrita, mascarada pelo uso das palavras. Segundo ele, ''Words and equations are alternate modes of expression, and which is preferable at a given point in a given essay is a problem of exposition involving esthetic as well as empirical and logical considerations'' <ref>[https://www.jstor.org/stable/1850498 Fogel, Robert William. "The Limits of Quantitative Methods in History." The American Historical Review 80, no. 2 (1975): 329-50.]</ref>. Muitas das críticas passam pelo cuidado metodológico. Parte expressiva das fontes históricas não foi produzida (em seu tempo) de modo a ser corretamente utilizada pelas ferramentas da estatística. Por outro lado, as fontes históricas são frequentemente incompletas e ambivalentes. Muitas vezes é difícil interpretar certas informações e seria problemático classificar e contar com base em interpretações duvidosas. Por fim, como nos esclarece Ciro Cardoso, é muito complicado fazer amostragens, algo geralmente empregado pela econometria. Em muitos casos, os dados disponíveis são já partes de um todo maior que foi perdido e, assim, não são adequados para uso como amostra, já que são produtos de uma seleção fortuita da qual, muitas vezes, não sabemos os critérios.<ref>CARDOSO, Ciro & BRIGNOLI, Héctor Perez. Os Métodos da História. Rio de Janeiro: Graal, 1979</ref> Agora que o leitor já está informado sobre esse debate (e pode buscar mais detalhes), apresentamos abaixo um menu de opções para o uso da estatística na história, feito com exemplos de fontes históricas e pensado em termos de problemas comuns de pesquisa nessa área. | ||
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Edição das 11h46min de 3 de fevereiro de 2020
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Há forte debate acadêmico sobre o emprego de métodos quantitativos em ciências sociais e, especialmente, em história. Robert Fogel, um dos pais da cliometria, argumentava que o debate sobre usar ou não era falso e que muitas vezes os historiadores já empregavam noções quantificadoras em sua escrita, mascarada pelo uso das palavras. Segundo ele, Words and equations are alternate modes of expression, and which is preferable at a given point in a given essay is a problem of exposition involving esthetic as well as empirical and logical considerations [1]. Muitas das críticas passam pelo cuidado metodológico. Parte expressiva das fontes históricas não foi produzida (em seu tempo) de modo a ser corretamente utilizada pelas ferramentas da estatística. Por outro lado, as fontes históricas são frequentemente incompletas e ambivalentes. Muitas vezes é difícil interpretar certas informações e seria problemático classificar e contar com base em interpretações duvidosas. Por fim, como nos esclarece Ciro Cardoso, é muito complicado fazer amostragens, algo geralmente empregado pela econometria. Em muitos casos, os dados disponíveis são já partes de um todo maior que foi perdido e, assim, não são adequados para uso como amostra, já que são produtos de uma seleção fortuita da qual, muitas vezes, não sabemos os critérios.[2] Agora que o leitor já está informado sobre esse debate (e pode buscar mais detalhes), apresentamos abaixo um menu de opções para o uso da estatística na história, feito com exemplos de fontes históricas e pensado em termos de problemas comuns de pesquisa nessa área.
\(\surd\)
(operações básicas, notações, etc)
(médias, mediana, moda, desvio padrão, coeficiente de variação, amostragem, dispersão e séries temporais)
(Correlação, regressão, etc)
Referências
- ↑ Fogel, Robert William. "The Limits of Quantitative Methods in History." The American Historical Review 80, no. 2 (1975): 329-50.
- ↑ CARDOSO, Ciro & BRIGNOLI, Héctor Perez. Os Métodos da História. Rio de Janeiro: Graal, 1979
Citação deste verbete |
Como citar: GIL, Tiago. "Análise Estatística". In: CLIOMATICA - Portal de História Digital e Pesquisa. Disponível em: https://lhs.unb.br/cliomatica/index.php?title=An%C3%A1lise_Estat%C3%ADstica. Data de acesso: 6 de fevereiro de 2025. |
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