O Tenente Coronel João de Queiros Mascarenhas , assistente nesta cidade, de idade que disse ser de quarenta anos pouco mais ou menos, testemunha jurada aos Santos Evangelhos em que pôs sua mão direita e prometeu dizer verdade.
E perguntado a ele, testemunha, pelo conteúdo na portaria e certidão do Reverendo Padre Provincial, José de Souza , disse que sabe por ser público e notório que o gentio do Rio da Madeira a que chamam de Muras fazem algumas mortes, dando assaltos as pessoas que vão a colheita do cacau. E outro sim, sabe que o gentio do rio Tocantins tem causado grande distúrbio aos navegantes, perseguindo os dias de viagem como fez ao Padre Frei Antônio Religioso Leigo de São Bento que não só o perseguiu alguns dias, mas chegou a flechar. O que sabe pelo ouvir dizer ao dito Padre e lhe ver as flechadas e a perdição com que chegou por causa do tio gentio e ser público e notório o prejuízo que causam aos passageiros e também sabe ele, testemunha, por ter assistido nas Minas de São Félix, vizinhas dos Tocantins, o excessivo detrimento que o dito gentio causa aos moradores de fazendas de gado que moram as beiras do dito rio, rezam por que se não tem povoado de mais moradores. E mais não disse. E assinou com ele, o Doutor Ouvidor Geral, e eu, José Alves Ferreira , o escrevi.
Ficha técnica da Fonte | |
Data: 1738. | |
Referência: INFORMAR REFERÊNCIA. | |
Acervo: INFORMAR ACERVO. | |
Transcrição: Manoel Rendeiro. | |
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