Ações

N S. ᵭ Rosairo (engenho de bois)

De Atlas Digital da América Lusa

Edição feita às 17h59min de 9 de janeiro de 2015 por Levypereira (disc | contribs)

N S. ᵭ Rosairo (engenho de bois)

Geometria

Coleção Levy Pereira


N S. ᵭ Rosairo

Engenho de bois sem igreja, na m.e. do rio 'Paraiba' (Rio Paraíba-AL).


Natureza: engenho de bois.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS MERIDIONALIS.


Capitania: PARANAMBVCA.


Nomes históricos: N S. ᵭ Rosairo; Nossa Senhora do Rosário; Ԑ. Nouo (Ԑ. e A Nouo); Novo; Engenio Novo; Salgado.


Nome atual: Fazenda Engenho Novo.

Vide mapa IBGE Geocódigo 2704708 MARECHAL DEODORO - AL.

Citações:

►Mapa PE-M (IAHGP-Vingboons, 1640) #39 CAPITANIA DO PHARNAMBOCQVE, plotado junto com uma aldeia, com o símbolo de engenho, junto ao símbolo de aldeia, 'Ԑ. e A Nouo', na m.e. do 'R. Parajba'.

(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 80:

"ENGENHOS DE PERNAMBUCO

Na Alagoa do Sul:

13, de Gabriel Soares; ...".

(Dussen, 1640), pg. 163

ENGENHOS DE PERNAMBUCO - Na jurisdição de Alagoas - Alagoas do Sul

" 119) Engenho Novo Nossa Senhora do Rosário, pertencente a Gabriel Soares, mói. São lavradores:

Rodrigo Pereira 30 tarefas

Antônio de Carvalho 20

Antônio Rodrigues da Costa 20

Santos Ferreira 12

Manuel da Fonseca 7

Partido da Fazenda 6

______________

95 tarefas".

(Bullestrat, 1642), pg.

"Dali seguimos para o acampamento ou Engenho Velho, achando os caminhos tão invadidos pelo mato que em alguns pontos fomos obrigados a abrir passagem para prosseguir na marcha; à noite, entre 8 e 9 horas, chegamos ao engenho de Gabriel Soares situado a 3/4 [de milha?] do acampamento (54). Prosseguimos nesse mesmo dia pelas 12 horas.

O citado Gabriel Soares mostra-se disposto a pôr o seu engenho em ordem e já começou a moer; espera tê-lo no ano próximo de todo restaurado. Este engenho foi inteiramente queimado por Luís Barbalho quando de sua passagem a caminho da Bahia. Faltam-lhe ainda alguns lavradores e negros."

(Gonsalves de Mello, 1985), pg. 196, Nota a respeito de (Bullestrat, 1642):

"(54) A redação deixa lugar a dúvida. Depois de visitar a povoação da Alagoa do Sul, Bullestrate seguiu para o acampamento ou quartéis nas proximidades do Engenho Velho, passando em caminho pelo Engenho de Gabriel Soares, que era o Engenho Novo ou Nossa Senhora do Rosário. O percurso de Bullestrate poderá ser estudado no mapa de Marcgrave citado em nota (47) supra. Segundo Arnout van Liebergen, a propriedade de Soares era em 1639 "um belo e valioso engenho, que pode moer com duas moendas e conta com cerca de 80 negros, 70 ou 80 bois para carro, com largas terras para canaviais e todo o material de cobre e tachos"; Apologiae ofte Warachtighe Verantwoordinghe (Amsterdam 1643) p. 34. ".

(Walbeek & Moucheron, 1643):

@ pg. 129:

Lagoa do Sul

"O segundo é o engenho Novo de Gabriel Soares, situado no rio Paraíba. Tem provisão de canas, mas como a casa de moenda não está completa, nem a casa de purgar coberta, adiou a moagem para o ano próximo. ".

@ pg. 137:

"Lista dos Portugueses que residiam nas Alagoas em outubro de 1643

Gabriel Soares, senhor do engenho Salgado ou engenho Novo; ...".

(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 242, pensões pagas à Capitania de Pernambuco:

"- Na dita vila da Alagoa, possui Gabriel Soares dois engenhos, um deles está a monte e posto por terra, e do outro que mói pagava de pensão cento e vinte mil réis.

As pensões dos engenhos referidos se pagam de todo o açúcar que fazem antes de ser dizimado, ...".

  • Nota: Esta informação assegura que o Nossa Senhora do Rosário estava moente nesse ano.

(Pudsey, circa 1670), relatando eventos ocorridos em 1637:

@ pg. 119, Fólio 27r.:

"Os mosqueteiros marcharam com Sua Excelência até a Barra Grande para tomar navios para Alagoas e o velho governador marchou por terra, tendo com ele a cavalaria, os atiradores e os brasileiros.346 Ao chegarmos ali, Sua Excelência desembarcou com nossos homens. Os camponeses vieram até o quartel por salvo-condutos. No dia seguinte marchamos para um engenho de açúcar a cinco léguas da praia, chamado Engenho Novo,347 que ficava entre Alagoa do Norte348 e Alagoa do Sul.349 Ali ficamos por dois dias para dar salvo-condutos aos habitantes. O inimigo tinha marchado para o rio de São Francisco, a 30 léguas deste lugar.".

►Nelson Papavero in (Pudsey, circa 1670), NOTAS, pg. 181:

«346- "The muskatears m'ched wth his excellency to Bay de Grand to take shippinge to Allego and the old governour marched by lande, havinge wth him the horse, the fyrelocks & the Braselians", no original. Esse trecho diz respeito, respectivamente, a Maurício de Nassau e ao antigo governador Sigemundt van der Schkoppe. Vide também notas 1 e 221.

347- "The next day we mrched to a sugar mylne five leagues from the strande called Engenio Novo", no original.

348- "North Allego" no original. Atualmente Santa Luzia do Norte.

349- "Sowth Allego", no original. Antiga Santa Madalena da Lagoa do Sul, atualmente Marechal Deodoro.».

(Diegues Jr, 1949), pg. 44-45:

"Na lista dos portugueses que residiam nas Alagoas em 1643, acompanhando o já bastante citado relatório de Walbeeck, vê-se que Gabriel Soares era senhor do engenho Salgado ou Novo; assim podemos considerar ainda existente em nossos dias aquela fábrica de açúcar do antigo Alcaide-Mor da Madalena, pois perdura no Pilar o engenho Novo. É certo que Borges da Fonseca (36) registrava um Francisco de Barros Pimentel, filho de José de Barros Pimentel, capitão-mor de Porto Calvo, como senhor do engenho Novo das Alagoas e coronel das ordenanças da mesma Vila. Teria Barros Pimentel comprado o engenho aos herdeiros de Gabriel Soares? Ou teria havido dois engenhos Novo — um nas Alagoas e outro, o ainda existente, no Pilar? Considero mais provável a primeira hipótese.

E considero-a porque, em uma escritura de 1814, D. Maria José Acioli doava a João César Bezerra Camelo o quinhão que possuía no Engenho Novo, denominado Nossa Senhora do Rosário. Acrescentava que havia recebido o engenho por herança de seu avô, Coronel Francisco de Barros Pimentel e sua mulher, D. Antônia Maria de Moura (37). Tanto o nome do engenho (Novo) como a invocação religiosa (Nossa Senhora do Rosário), coincidem com o engenho de Gabriel Soares, o que permite aceitar seja um mesmo e único.

Afigura-se-nos assim ser este engenho o mesmo que Gabriel Soares cita no seu testamento sem dizer nem a quem o deixa, nem qual o nome. Apenas refere no começo do documento, que «estando já feita a capella no Engenho que ora faço o onde moro, sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário». Quando fez seu testamento Gabriel Soares estava edificando um engenho; a casa-grande já estava pronta, nela morava; construía no momento a capela, e nela queria sepultar-se se ficasse pronta antes de sua morte, assim não sucedendo recomendava fosse enterrado na Igreja Matriz da Vila.

Pode-se também admitir que o engenho por ele referido como estivesse fazendo fosse o mesmo Novo já existente em 1638, com a invocação religiosa de Nossa Senhora do Rosário. A invocação é a mesma, e não conhecemos outro engenho no Pilar tendo a mesma santa como padroeira. É aceitável assim uma dessas hipóteses: ou Gabriel Soares estava, quando redigiu o testamento, remodelando o primitivo engenho, ou estava ampliando-o e concluindo-o, o que não é difícil, considerando-se sobretudo, os prejuízos — incêndios, destruiçoes, etc. — trazidos pela invasão holandesa.

Gabriel Soares deve ter morrido entre 10 e 23 de abril de 1660; seu testamento tem data de 1º de julho de 1658, e nele se encontra a certidão do pagamento ao vigário das missas mandadas dizer, certidão essa datada de 1660. Há também um «cumpra-se» de 23 de abril de 1660. Em 10 de abril de 1660 ainda estava vivo, pois, nesta data, revogou parte do seu testamento, conforme documento existente no Instituto Histórico de Alagoas. Esta revogação é assinada «nesta minha caza e engenho ynvocação nossa Sra. do Rosário».

Se bem que diga no testamento estar «doente de cama de moléstia que Deus foi servido darme», sabe-se que Gabriel foi uma das vítimas principais da sanha holandesa nas Alagoas em 1639; a ele, a Sebastião Ferreira, morador no Rio de São Miguel, e a Manuel Pinto, lavrador de canas, o sargento-mor Mansfelt e o escolteto Arnout van Liebergen mandaram tratear cruelmente, «pondo-lhe fogo debaixo dos pés, de que ficaram aleijados, e a poder de dinheiro com as vidas»; é o que refere frei Manuel Calado (38).

(35) "O Municipio de Pilar", in Revista do Ensino, de Maceió.

(36) "Nobiliarquia Pernambucana", in Anais da .Biblioteca Nacional, vols. XLVII, 1925, e XLVIII, 1926, Rio de Janeiro, 1935.

(37) Ms da coleção Bonifácio Silveira publicado na secção "Patrimônio Histórico", da Gazeta de Alagoas.

(38) Valeroso Lucideno, cit.".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "N S. ᵭ Rosairo (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/N_S._%E1%B5%AD_Rosairo_(engenho_de_bois). Data de acesso: 3 de maio de 2024.


Baixe a referência bibliográfica deste verbete usando

BiblioAtlas recomenda o ZOTERO

(clique aqui para saber mais)



Informar erro nesta página