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+ | ►Mapa IT [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ. Araripĭ', na [[m.d.]] do 'R.Araripĭ' (Rio Catucá-Rio Botafogo). | ||
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+ | «6) JARACUTINGA. Também chamado Araripe de Riba. Invocação São Felipe e Santiago. Sito à margem direita do rio Araripe. Markgraf registra-o pelo nome dos oragos. Engenho d'água. Pode ser o segundo engenho que em 1609 pertencia a Vicente Fernandes. Pertencente em 1623 a Domingos da Costa Brandão, produzindo 7080 arrobas. Em 1633 e 1634, a tropa holandesa atacou o engenho, incendiando a fábrica, inclusive 1600 pães de açúcar que se achavam na casa de purgar, ao passo que "a casa de residência foi queimada até o chão", prejuízos estimados em 30 mil florins. Em 1636, campanhistas luso-brasileiros puseram "em pedaços todas as fôrmas e caixas de açúcar [...] atirando a maior parte na água". O proprietário permaneceu sob o domínio holandês e em 1637 e 1639 o engenho moía, dispondo de um partido de lavrador e do partido da fazenda (trinta), no total de cinqüenta tarefas (2,5 mil arrobas). Naquele último ano, Domingos encontrava-se na Holanda, de onde ele e a mulher, Maria Henriques Brandoa, passaram procuração a José de Abraão Lumbroso, de partida para o Brasil (e na falta deste, a Antônio Rodrigues Moreno), dando-lhe poderes para assumir a direção do engenho e expulsar a lavradora Maria da Fonseca, que o ocupara na sua ausência. Outras procurações foram passadas por Domingos e Manuel Henriques Brandão, o que deixa supor que os irmãos eram sócios no engenho. Evacuado em 1646. Em 1663, Sara Lumbroso, aliás Maria Henriques, apresentava suas pretensões a ressarcimento pela Coroa portuguesa.(27)». | ||
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+ | @ pg. 177, Notas: | ||
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+ | «(27) RPFB, p. 204; FHBH, I, pp. 31, 89, 157; RCCB, p. 53; VWIC, IV, pp. 236, 260; MDGB, p. 246; J. G. van Dillen, "Vreemdelingen te Amsterdam in de eerste helft der zeventiend eeuw. I. De Portugeesch Joden", ''Tijdschrift voor Geschiedenis'', 50 (1935); procurações de Domingos da Costa Brandão e Manuel Henriques Brandão, 20.IX.1639 e 24.VII.1640, Gemeente Archief (Amsterdã), cartório J. van de Vem, 1054, fls. 124-5V.; e 1055, fls. 212-4; Wasch, "Braziliaansche pretensien", pp. 75-7; Daniel M. Swetschinski, ''Reluctant cosmopolitans: the Portuguese Jews of Seventeenth-Century'' Amsterdam, Oxford, 2004, p. 116.». | ||
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− | + | '''NOTAS:''' | |
− | O mapa [[BQPPB]] plota quatro engenhos no vale do rio ' | + | O mapa [[BQPPB]] plota quatro engenhos no vale do rio '[[Ararĩ]]', cuja sequência, de montante para jusante, é 'S. Felippe O Iago' ([[m.d.]] do rio), 'Spiritus San.' ([[m.d.]]), 'Bom Ie∫us' ([[m.e.]]), e 'Velho' ([[m.e.]]), o primeiro na Capitania de Pernambuco e os restantes na Capitania de Itamaracá. |
− | O mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA também plota quatro engenhos no vale do 'R. Araripĭ', que, na mesma seqüência acima citada, são o 'Ԑ. Araripĭ' (m.d.), 'Ԑ: Ԑspirito Santo' (m.d.), 'Ԑ. Araripĭ ∂i ßaxo' (m.e.) e 'Ԑ. velho' (m.e.), o que | + | O mapa IT [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA também plota quatro engenhos no vale do 'R. Araripĭ', que, na mesma seqüência acima citada, são o 'Ԑ. Araripĭ' ([[m.d.]]), 'Ԑ: Ԑspirito Santo' ([[m.d.]]), 'Ԑ. Araripĭ ∂i ßaxo' ([[m.e.]]) e 'Ԑ. velho' ([[m.e.]]), o que permite seguramente correlacionar um a um e sequencialmente os topônimos. |
− | O mapa IT | + | O mapa IT [[(Orazi, 1698)]] PROVINCIA DI ITAMARACÁ mescla essa situação, plotando no vale do 'R. Araripe' seis engenhos, que, na mesma seqüência acima citada, são o 'E Araripe' ([[m.d.]]), 'S. Felipo S. Tiago' ([[m.d.]]), 'Spirito Santo' ([[m.d.]]), 'Bon Iesus' ([[m.e.]]), 'E Araripe de Baxo' (sem símbolo, presumivelmente na [[m.e.]] ou com seu símbolo próximo à 'Arari', possível denominação do rio - situação no mínimo confusa) e 'Velho' ([[m.e.]]), o que recomenda descartar, nesse caso, a utilidade dessa referência. |
− | No relatório (Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), o único que sita as invocações de santos das capelas desses engenhos, | + | No relatório [[(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638)]], o único que sita as invocações de santos das capelas desses engenhos, há citações para os engenhos: |
− | + | * 5. Engenho Araripe de Cima, sob a invocação do Espírito Santo, pertencente a Gonçalo Novo de Lira; | |
− | + | * 6. Engenho Jaracutinga, sob a invocação de São Filipe e Santiago, pertencente a Domingos da Costa Brandão; | |
− | + | * 19. Engenho Araripe de Baixo, sob a invocação de Nossa Senhora do Ó, pertencente a Francisco Lopes de Orosco; | |
− | + | * 20. Engenho Araripe de Cima, sob a invocação do Bom Jesus, pertencente ao mesmo Francisco Lopes Orosco. | |
− | No relatório (Dussen, 1640), | + | No relatório [[(Dussen, 1640)]], são citados os engenhos: |
− | + | * 83) Engenho Espírito-Santo, pertencente a Gonçalo Novo de Lira; | |
− | + | * 84) Engenho Garasutinga ou Araripe de Riba, pertencente a Domingos da Costa Brandão | |
− | + | * 140) Engenho Araripe de Baixo, pertencente a Francisco Lopes de Orosco; | |
− | + | * 142:) Engenho Velho, pertencente a Francisco Lopes. | |
− | Face aos conflitos advindos de possíveis erros ou omissões no relatório (Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), à comparação dos mapas, e | + | Face aos conflitos advindos de possíveis erros ou omissões no relatório [[(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638)]], à comparação dos mapas, e à constatação de que estes concordam com o relatório [[(Dussen, 1640)]], prefere-se adotar como mais fidedigna no georreferenciamento (interpretação geográfica) do [[BQPPB]]: |
− | S. Felippe O Iago' = 'Ԑ. Araripĭ' = Araripe de Cima = Garasutinga = Jaracutinga; | + | * S. Felippe O Iago' = 'Ԑ. Araripĭ' = Araripe de Cima = Garasutinga = Jaracutinga; |
− | Spiritus San.' = 'Ԑ: Ԑspirito Santo' = Espírito Santo; | + | * Spiritus San.' = 'Ԑ: Ԑspirito Santo' = Espírito Santo; |
− | Bom Ie∫us' = 'Ԑ. Araripĭ ∂i ßaxo' = Araripe de Baixo; | + | * Bom Ie∫us' = 'Ԑ. Araripĭ ∂i ßaxo' = Araripe de Baixo; |
− | Velho' = 'Ԑ. velho'. | + | * Velho' = 'Ԑ. velho'. |
− | Assim, as possíveis correções no relatório (Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638) seriam: | + | Assim, as possíveis correções no relatório [[(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638)]] seriam: |
− | + | * o engenho 5, denominado Engenho Araripe de Cima, deveria ser efetivamente o Engenho Espírito Santo; | |
− | + | * o engenho 19, denominado Engenho Araripe de Baixo, seria efetivamente o Engenho Velho, e sua capela teria a invocação de Nossa Senhora do Ó; | |
− | + | * o engenho 20, denominado Engenho Araripe de Riba, seria efetivamente o Engenho Araripe de Baixo. | |
Engenho de roda d'água com igreja, na m.d. do 'Ĩgaruçútinga' - Riacho afluente m.d. do 'Ararĩ' (Rio Catucá-Rio Botafogo).
Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.
Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.
Capitania: PARANAMBVCA.
Jurisdição: Capitania de Pernambuco - Vila Antiga de Iguarassu.
Nomes históricos: São Felipe e São Tiago (S. Felippe o Iago, S. Felippe S. Tiago, S. Felipo S. Tiago), Garasutinga (Jaracutinga, Ĩgaruçútinga), Araripe (Araripĭ), Araripe de Cima (Riba) - vide NOTA abaixo.
Nome atual: Usina São José - vide mapa IBGE Geocódigo 2606804 Igarassu-PE.
►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ. Araripĭ', na m.d. do 'R.Araripĭ' (Rio Catucá-Rio Botafogo).
►Mapa IT (Orazi, 1698) PROVINCIA DI ITAMARACÁ, representado como engenho, 'S. Felipo S. Tiago', na m.d. do 'R. Araripe'.
►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, símbolo de engenho, 'S. Felippe S. Tiago', na m.d. do rio 'Arari' (Rio Catucá-Rio Botafogo).
►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 88-89:
"JURISDIÇÃO DE IGUARASSU
...
Este distrito não se divide em freguesias; não há mais que a Vila Antiga de Iguarassu, a mais antiga de todo o Brasil.
Os engenhos aí situados são estes:
...
6. Engenho Jaracutinga, sob a invocação de São Filipe e Santiago, pertencente a Domingos da Costa Brandão, que ainda o possui; mói. ".
►(Dussen, 1640), pg. 156-157:
"Na jurisdição de Igarassu
Na jurisdição de Igarassu há os seguintes engenhos e lavradores, moendo na forma abaixo:
...
84) Engenho Garasutinga ou Araripe de Riba, pertencente a Domingos da Costa Brandão, é engenho d'água e mói. São lavradores:
Partido do engenho 30 tarefas
Maria Ferreira 20
__________________
50 tarefas".
@ pg. 75-76, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Igaraçu:
«6) JARACUTINGA. Também chamado Araripe de Riba. Invocação São Felipe e Santiago. Sito à margem direita do rio Araripe. Markgraf registra-o pelo nome dos oragos. Engenho d'água. Pode ser o segundo engenho que em 1609 pertencia a Vicente Fernandes. Pertencente em 1623 a Domingos da Costa Brandão, produzindo 7080 arrobas. Em 1633 e 1634, a tropa holandesa atacou o engenho, incendiando a fábrica, inclusive 1600 pães de açúcar que se achavam na casa de purgar, ao passo que "a casa de residência foi queimada até o chão", prejuízos estimados em 30 mil florins. Em 1636, campanhistas luso-brasileiros puseram "em pedaços todas as fôrmas e caixas de açúcar [...] atirando a maior parte na água". O proprietário permaneceu sob o domínio holandês e em 1637 e 1639 o engenho moía, dispondo de um partido de lavrador e do partido da fazenda (trinta), no total de cinqüenta tarefas (2,5 mil arrobas). Naquele último ano, Domingos encontrava-se na Holanda, de onde ele e a mulher, Maria Henriques Brandoa, passaram procuração a José de Abraão Lumbroso, de partida para o Brasil (e na falta deste, a Antônio Rodrigues Moreno), dando-lhe poderes para assumir a direção do engenho e expulsar a lavradora Maria da Fonseca, que o ocupara na sua ausência. Outras procurações foram passadas por Domingos e Manuel Henriques Brandão, o que deixa supor que os irmãos eram sócios no engenho. Evacuado em 1646. Em 1663, Sara Lumbroso, aliás Maria Henriques, apresentava suas pretensões a ressarcimento pela Coroa portuguesa.(27)».
@ pg. 177, Notas:
«(27) RPFB, p. 204; FHBH, I, pp. 31, 89, 157; RCCB, p. 53; VWIC, IV, pp. 236, 260; MDGB, p. 246; J. G. van Dillen, "Vreemdelingen te Amsterdam in de eerste helft der zeventiend eeuw. I. De Portugeesch Joden", Tijdschrift voor Geschiedenis, 50 (1935); procurações de Domingos da Costa Brandão e Manuel Henriques Brandão, 20.IX.1639 e 24.VII.1640, Gemeente Archief (Amsterdã), cartório J. van de Vem, 1054, fls. 124-5V.; e 1055, fls. 212-4; Wasch, "Braziliaansche pretensien", pp. 75-7; Daniel M. Swetschinski, Reluctant cosmopolitans: the Portuguese Jews of Seventeenth-Century Amsterdam, Oxford, 2004, p. 116.».
NOTAS:
O mapa BQPPB plota quatro engenhos no vale do rio 'Ararĩ', cuja sequência, de montante para jusante, é 'S. Felippe O Iago' (m.d. do rio), 'Spiritus San.' (m.d.), 'Bom Ie∫us' (m.e.), e 'Velho' (m.e.), o primeiro na Capitania de Pernambuco e os restantes na Capitania de Itamaracá.
O mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA também plota quatro engenhos no vale do 'R. Araripĭ', que, na mesma seqüência acima citada, são o 'Ԑ. Araripĭ' (m.d.), 'Ԑ: Ԑspirito Santo' (m.d.), 'Ԑ. Araripĭ ∂i ßaxo' (m.e.) e 'Ԑ. velho' (m.e.), o que permite seguramente correlacionar um a um e sequencialmente os topônimos.
O mapa IT (Orazi, 1698) PROVINCIA DI ITAMARACÁ mescla essa situação, plotando no vale do 'R. Araripe' seis engenhos, que, na mesma seqüência acima citada, são o 'E Araripe' (m.d.), 'S. Felipo S. Tiago' (m.d.), 'Spirito Santo' (m.d.), 'Bon Iesus' (m.e.), 'E Araripe de Baxo' (sem símbolo, presumivelmente na m.e. ou com seu símbolo próximo à 'Arari', possível denominação do rio - situação no mínimo confusa) e 'Velho' (m.e.), o que recomenda descartar, nesse caso, a utilidade dessa referência.
No relatório (Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), o único que sita as invocações de santos das capelas desses engenhos, há citações para os engenhos:
No relatório (Dussen, 1640), são citados os engenhos:
Face aos conflitos advindos de possíveis erros ou omissões no relatório (Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), à comparação dos mapas, e à constatação de que estes concordam com o relatório (Dussen, 1640), prefere-se adotar como mais fidedigna no georreferenciamento (interpretação geográfica) do BQPPB:
Assim, as possíveis correções no relatório (Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638) seriam:
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Felippe o Iago (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Felippe_o_Iago_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 4 de maio de 2024. |
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