Ações

Am∫tel

De Atlas Digital da América Lusa

Coleção Levy Pereira


Am∫tel

Engenho de roda d'água com igreja, na m.d. do 'Nhúobi' (Rio Engenho Novo).


Natureza: engenho de bois com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.


Capitania: PARAIBA.


Jurisdição: Prefeitura da Paraiba.


Nomes históricos: Engenho São Cosme e Damião (Santos Cosme e Damião), Engenho Inhobim (Obim, Inhobi, Inhobim, Inobim, Inobi, Hinjoy), Engenho Am∫tel (Amstel, Amstal).


Nome atual: ? (destruído).

Citações:

►Mapa PB (IAHGP-Vingboons, 1640) #49 CAPITANIA DE PARAYBA - plotado como engenho, 'Ԑ Hiniouÿ', na m.d. do 'R. Hinjouy'.


►Mapa PB (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PARAIBA, plotado sem símbolo, 'E Hiniouij', na m.e. do 'R. Hiniuis'.


(Carpentier, 1635), pg. 49:

"Ao norte do rio Paraíba há igualmente nove engenhos:

...

O terceiro, chamado Inhobi, movido a água, pertencente a Luís Brandão, fugido; esse está sendo moído pelos nossos.".


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 94:

"16. Engenho Santos Cosme e Damião, pertenceu a Luís Brandão, ausente. Confiscado e vendido a Isaac de Rasiere; mói. ".


(Gonsalves de Mello, 1981), pg. 174, comentando (Dussen, 1640):

"160) Não há este número no MS]. (*)

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

(*) O engenho omitido é o Santos Cosme e Damião ou Inhobi, que pertencera a Luis Brandão, ausente, vendido a Isaac de Rasière. Moia. O novo proprietário mudou-lhe o nome para Amste1. ".


(Herckmans, 1639), pg. 17-18:

"O segundo, que fica acima, se chama São Cosme e Damião; mas, é geralmente conhecido sob o nome de Inobi, que recebeu do rio junto ao qual demora, assim como o mesmo nome tem o distrito ou terra circinvizinha (14).

...

Este engenho Inobi, que presentemente também se chama Amstal, bem como o do meio Middelburgo, e o do Bayo La Rasiere, tinham d'antes por dono a Ambrósio Fernandes Brandaton (Brandão) (15), e depois dele passou aos seus herdeiros até à época da conquista desta capitania; porque, tendo figido os seus proprietários, ficaram pertencendo estes tres engenhos, com suas terras à privilegiada Companhia das Índias Ocidentais, que os vendeu a um negociante de Amsterdam chamado Isaac de Rasiere, que é agora seu senhor e possuidor.".


►Coutinho, Marcus Odilon Ribeiro, "Notas", in (Herckmans, 1639), pg. 49:

"(14) Permanece com esta denominação e é de propriedade da Usina Santa Rita. Existia, até poucos anos, no local uma capela sob a invocação dos santos Cosme e Damião, lamentavelmente derrubada em 1975.

(15) Trata-se do cristão-novo que escreveu o conhecido livro Diálogos das grandezas do Brasil, descrição ufanista das potencialidades de nossas terras.".


(Câmara Cascudo, 1956), pg. 219:

"Um afluente do Paraíba, o Nhuobi (Inhobim) tem seus engenhos também, o Santo Antônio, a bois, o Nossa Senhora d'Ajuda, e o do flamengo Amstel, com roda d'agua, em pleno serviço.".


(Medeiros, 1997), pg. 176:

"ENGENHO INHOBIM - à margem setentrional do rio Paraíba, no atual município de Santa Rita. Hoje, é denominado de Obim. Era o velho engenho de São Cosme e Damião, outrora pertencente ao cristão novo Ambrósio Fernandes Brandão, e depois a Duarte Gomes da Silveira. Teve a sua capela derrubada em 1975. Hoje, é propriedade da Usina Santa Rita.".


(Gonsalves de Mello, 2000), pg. 361, arrolando os engenhos que João Fernandes Vieira possuiu:

"6) Engenho Inhobim ou dos Santos Cosme e Damião, da Paraíba, confiscado a Luís Brandão e pelos holandeses vendido a Isaac de Raziere (o «Rezira» dos documentos portugueses), foi em 1654 concedido em administração a Vieira e por ele comprado aos herdeiros do seu proprietário em 28 de Novembro de 1663. Em 20 de Agosto de 1675 foi-lhe concedida por provisão régia, isenção por dez anos dos impostos sobre o açúcar fabricado neste engenho (11).

...

(11) «Sommier Discours», cit., p. 276, VAN DER DUSSEN, Relatório, cit., p. 77, nota 187, MAXIMIANO LOPES MACHADO, História, cit., p. 264, Provisão Régia de 20 de Agosto de 1675, TT, Chancelaria de D. Afonso VI, livro 20, fls. 14 e nota 155 ao capítulo V deste volume.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 165-166, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, III - Capitania da Paraíba:

«16) SANTOS COSME E DAMIÃO. Também designado por Inhobi. Rebatizado de Amstel. Sito à margem direita do Inhobi. Engenho d'água. O relatório de Van der Dussen o omitiu mas J. A. Gonsalves de Mello o identificou. Foi um dos três engenhos que Ambrósio Fernandes Brandão levantou na Paraíba. Já moía em 1609. Em 1623, com a construção de um terceiro engenho, o Gorjaú, a produção das três fábricas montava a 13568 arrobas. Falecido Ambrósio, o engenho passou às mãos do seu filho Luís Brandão, que, com o irmão Jorge Lopes Brandão e o sobrinho Francisco Camelo Brandão, retirou-se da capitania quando da sua conquista em 1634. Em 1635, o Santos Cosme e Damião safrejou para a WIC. Com os dois outros engenhos dos Brandões, foi adquirido em 1637 por Isaac de Rasière, comerciante de Amsterdã, de origem flamenga, que servira à WIC na colônia por ela estabelecida às margens do rio Hudson (atual Nova York), regressando depois aos Países Baixos, de onde veio para o Brasil. Rasière comprometeu-se a pagar pelos três engenhos a quantia de 110 mil florins, em seis prestações anuais. Em 1640, os canaviais do Santos Cosme e Damião foram incendiados por Vidal de Negreiros, exceto o partido de Domingos da Silva. Em 1641, o governo do Brasil holandês decidiu que cabia à WIC e não a Rasière a quantia de 4 mil cruzados em açúcar em prestações anuais de duzentas arrobas, correspondente a um partido de cana de setenta tarefas, vendido em 1632 por Luís Brandão a Manuel Dias Pais. Em 1645, Rasière era devedor de 92590 florins à WIC. Evacuado em 1646. Rasière viveu no Brasil holandês até 1651. Retornando aos Países Baixos, pouco se demorou, seguindo para Barbados, colônia inglesa com forte presença comercial holandesa, e depois para Tobago, de que foi governador. Em 1654, à raiz da restauração portuguesa, Vidal de Negreiros, declarando-se "um soldado pobre", quando, na realidade, já era proprietário de engenho na Várzea do Capibaribe, requeria a doação dos cobres dos engenhos que haviam pertencido a Rasière e dos situados na ribeira do Goiana. El Rei indeferiu o pedido, de acordo com o parecer do Conselho Ultramarino. O engenho foi concedido em administração a João Fernandes Vieira, que o adquiriu em 1663 aos herdeiros dos Brandões juntamente com os dois outros engenhos da família. Em 1663, Henrico Bernarts apresentava à Coroa portuguesa as pretensões de ressarcimento de comerciantes de Amsterdã, credores de Rasière, o qual ainda era devedor à WIC de 92064 florins.(16)».

@ pg. 192, Notas:

«(16) RPFB, p. 194; FHBH, I, pp. 31, 94; II, 49, 71; RCCB, pp. 77, 160; MDGB, pp. 164, 179; DN, i9.VI.1637, 19.I.1640, 28.I.1641; "Vercochte engenhos", ARA, OWIC, n. 54; "Generale staet", ARA, OWIC, n. 62; Wasch, "Braziliaansche pretensien", pp. 75-7; Co.Uo., 3.VIII.1654, AHU, PA, Pco., cx. 4; A. J. F. van Laer [ed.], Documents relating to New Netherlands, 1624-1626, Califórnia, 1924, pp. XXIV-XXV; Gonsalves de Mello, João Fernandes Vieira, II, pp. 204-5; Regina Célia Gonçalves, Guerras e açúcares, p. 245.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Am∫tel". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Am%E2%88%ABtel. Data de acesso: 19 de março de 2024.


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