Ações

Naβau (engenho de bois)

De Atlas Digital da América Lusa

Naβau (engenho de bois)

Geometria

Coleção Levy Pereira


Naβau

Engenho de bois com igreja, na m.e. 'Capiíbarĩ' (Rio Capibaribe).


Natureza: engenho de bois com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA


Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia da Várzea.


Nomes históricos: Engenho Nassau (Naβau; Nassou); Martitu; Jerônimo Pais; Isabel Gonçalves; Dona Anna Paes; Tourlon (TԐrlon; TԐrlodԐn); de With; e, a partir de 1645, Engenho Casa Forte.


Nome atual: Praça de Casa Forte, na cidade do Recife-PE.


Citações:

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ: TԐrlon', na m.e. do 'Rº. Capauiriuÿ'.


►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como engenho, 'Ԑ. TԐrlodԐn', na m.e. do 'Rº. Capauiriuÿ'.


►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado como engenho, 'Naβau', na m.e. do 'Capiibari'.


(Dussen, 1640), pg. 154:

"65) Engenho Martitu (?), pertencente a Charles de Tourlon, que o construiu e agora moerá. É engenho de bois. São lavradores: (não indica). ".


(Broeck, 1651), relatando eventos ocorridos em agosto de 1645, relacionados à batalha de Casa Forte (Engenho Nassau):

@ pg. 22:

"14. — Retiraram-se de Santo Antônio e caminharam toda a noite as forcas inimigas distribuídas em duas divisões, uma ao mando de Martim Soares Moreno, e a outra ao de André Vidal de Negreiros, por haverem sido informados que o tenente-coronel Hous se achava no engenho Nassou, sito na Várzea, com uma força que não excedia a quatrocentos homens.".

@ pg. 23:

"16. — Parti do Recife a cavalo para o engenho Nassou afim de seguir para o engenho Rotterdam (onde era o meu alojamento), e que daquele dista somente meia légua, pois ali tinha que fazer.".

@ pg. 24:

"17. — De manhã cedo parti do engenho Rotterdam para o engenho Nassou afim de seguir para o Recife. No engenho Nassou detiveram-me um pouco alguns amigos. Pelas 7 horas veiu um mensageiro avisar ao Sr. tenente-coronel que muitos portugueses haviam passado o rio, e se aproximavam.".


(Pereira da Costa, 1951):

@ Volume 4, Ano 1693, pg. 396:

"Este engenho foi levantado em meados do século XVI por Diogo Gonçalves, auditor da gente de guerra de Pernambuco, em parte de uma grande data de terra que lhe fora doada pelo donatário Duarte Coelho, como que a titulo de dote nupcial, quando casou com d. Isabel Fróis, senhora de ilustre origem, que viera de Portugal em 1535 em companhia do mesmo donatário e de sua mulher d. Brites de Albuquerque, com recomendações da rainha d. Catarina, para ampará-la e protegê-la, do que se desempenharam eles, casando-se com o referido Diogo Gonçalves, homem de certa importância na nascente colônia pelo cargo que exercia.

O engenho era movido a animais, ocupava uma bela situação, e dispunha de uma grande área territorial e de excelentes matas; ficava nas imediações do Passo do Fidalgo, à margem esquerda do rio Capibaribe, no sítio depois chamado de Santana, e depositado o açúcar que fabricava naquele passo, era depois conduzido em lanchas para a praça do Recife. As casas do engenho, de vivenda, com a sua capela contigua, sob a invocação de N.S. das Necessidades, e suas respectivas dependências, campeavam no belo arrabalde da cidade denominado da Casa Forte, e precisamente na grande praça vulgarmente chamada Campina da Casa Forte.".

@ Volume 4, Ano 1693, pg. 403:

"É por todo esse desenrolar histórico, que se encontra em nossas crônicas o tradicional engenho com estas sucessivas denominações: de Jerônimo Pais, Isabel Gonçalves, D. Ana Pais, de Tourlon, Nassau, de With, e por fim da Casa Forte, depois da batalha de 1645, cuja denominação, extinto o engenho, passou ao povoado, a qual assim recorda e perpetua aquêle memorável feito.".

@ Volume 10, Ano 1846, pg. 351:

"Casa Forte — Pertencia em 1637 a D. Ana Pais, como também é assim conhecido.".


(Cavalcanti; Cunha, 2006), pg. 27 + 2:

"4) ENGENHO CASA FORTE

Fundado no século XVI, por Diogo Gonçalves, deu origem ao bairro de Casa Forte. A casa do engenho e a capela de Nossa Senhora das Necessidades ficavam numa campina, onde está situada, atualmente, a Praça de Casa Forte. Em 17 de agosto ocorreu a Batalha da Casa Forte, para libertar senhoras pernambucanas presas pelos holandeses, na casa-grande, pertencente a Ana Paes. ... Em 1911, no local da casa-grande, a Congregação da sagrada Família fundou um colégio, em funcionamento até hoje.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 69-70, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Várzea do Capíbaribe:

«16) TOURLON. Também chamado Nassau (sob cuja denominação é registrado por Markgraf), em homenagem ao governador do Brasil holandês. Invocação Nossa Senhora das Necessidades. Sito à margem esquerda do Capibaribe. Engenho de bois. Fundou-o no século XVI Diogo Gonçalves, que o legou à filha, Isabel Gonçalves Fróis, casada com Jerônimo Pais d’Altro. Em 1623, produzia 12110 arrobas. Quando da invasão holandesa, herdara-o a neta de Diogo e filha de Isabel, Ana Pais d’Altro, mulher de Pedro Correia da Silva, capitão do exército, o qual sucumbiu na defesa do forte de São Jorge (1630). Permanecendo sob o domínio holandês, Ana Pais casou com Charles de Tourlon, capitão da guarda de Nassau. Em 1639, o engenho preparava-se para moer, de vez que Tourlon o reconstruíra com equipamento saqueado no Recôncavo baiano quando do sítio de Salvador no ano anterior. Suspeitando da fidelidade de Tourlon, que estaria manobrando para substituí-lo no governo, Nassau mandou-o para a Holanda, onde ele faleceu em 1644. Ana Pais casou em terceiras núpcias com Gijsbert de With, alto funcionário da WIC, com quem em caráter definitivo seguiu para a Holanda após a rendição de 1654. O engenho, que tinha "uma casa[-grande] espaçosa e forte", ficou destruído devido à batalha que ali se travou (17.VIII.1645), pois não é mencionado em 1655. Escabino em Haia e primo do Grande Pensionário da Holanda, Gijsbert de With participou das negociações diplomáticas entre os Países Baixos e a Coroa portuguesa relativas ao Nordeste. Em 1645, Charles de Tourlon era debitado em 3425 florins à WIC. Em 1663, Gijsbert de With apresentou suas reivindicações patrimoniais ao governo português, mas somente em 1692 seus herdeiros serão indenizados. Em 1658, o Conselho Ultramarino concedeu a liberdade de dez anos a Antônio de Freitas da Silva, cunhado de Ana Pais, que participara da guerra da restauração e reconstruíra o engenho, que ainda senhoriava em 1664-7.(16)».

@ pg. 175-176, Notas:

«(16) RPFB, p. 204; FHBH, I, pp. 28, 154; RCCB, p. 43; "Generale staet", ARA, OWIC, n. 62; VL, I, pp. 148, 205; II, pp. 34, 256; Co.Uo., 12.11.1658, AHU, PA, cx. 4; NP, I, p. 52; "C. J. Wasch, Braziliaansche pretensien Maandblad, 8 (1887)", pp. 75-7; Pereira da Costa, Arredores do Recife, pp. 51-8; e "Origens históricas", p. 264; Gonsalves de Mello, "A finta para o casamento", pp. 25, 47.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Naβau (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Na%CE%B2au_(engenho_de_bois). Data de acesso: 26 de abril de 2024.


Baixe a referência bibliográfica deste verbete usando

BiblioAtlas recomenda o ZOTERO

(clique aqui para saber mais)



Informar erro nesta página