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S. Carlis (engenho de bois)

De Atlas Digital da América Lusa

S. Carlis (engenho de bois)

Geometria

Coleção Levy Pereira


S. Carlis

Engenho de bois com igreja, na várzea do 'Capiíbarĩ' (Rio Capibaribe).


Natureza: engenho de bois com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia da Várzea.


Nomes históricos: Engenho São Carlos (S. Carlis); Engenho do Meio; Engenho de Carlos Francisco.


Nome atual: não existe mais como engenho.

  • Situa-se na Cidade Universitária (Campus da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE), na cidade do Recife-PE, e no local onde existiu a casa grande desse engenho há uma estátua de João Fernandes Vieira, que, segundo a sua placa alusiva, foi um de seus proprietários.
  • Suas terras também ocupavam a área onde hoje está o bairro do Engenho do Meio, cidade do Recife-PE.


Citações:

►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, 'S. Carlis', na várzea entre o 'Capiibari' (Rio Capibaribe) e o 'Tajiibipio' - 'Teubipí' (Rio Tejipió).


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 87:

"Cidade de Olinda

Freguesia da Várzea

52. Engenho que foi de Carlos Francisco, falecido, confiscado e vendido ao Sr. Jacob Stachhouwer; é d'água e mói. ".


(Dussen, 1640), pg. 152:

"ENGENHOS DE PERNAMBUCO

Na freguesia da Várzea

56) Engenho de Carlos Francisco, pertencente ao Sr. Jacob Stachhouwer, é engenho d'água e mói. São lavradores:

Partido da fazenda 50 tarefas

Hugo Graswinckel 35

Allaert Holl 10

Antônio Pereira 40

______________

135 tarefas

Alguns partidos livres dão cana para moer neste engenho.".


(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 237, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:

"Engenhos da freguesia da Várzea do Capibaribe

...

- E o do Meio, que é de Carlos Francisco, a dois por cento.".


(Pereira da Costa, 1951), Volume 10, Ano 1846:

@ pg. 348:

"Engenho do Meio. Confiscado pelos holandeses, foi por eles vendido a Jacob Estacoure e J. Fernandes Vieira, achando-se tudo destruído, que não havia mais que só as terras, sendo então de novo levantado. Em 1686 pertencia a d. Maria César viúva de Fernandes Vieira estendendo-se a propriedade até às confrontações da paróquia de Jaboatão. Foi em terras deste engenho que foi levantado em fins de 1645 o forte real do Bom Jesus do Arraial Novo.".

@ pg. 351:

"A respeito ocorre ainda o seguinte, constante de um escrito holandês de 1637, na resenha que faz dos engenhos situados na Freguesia da Várzea:

...

Engenho que foi de Carlos Francisco, movido a água e moendo. Foi confiscado em 1637 e vendido a Jacob Staghouwer por 62 mil florins. É talvez o Engenho do Meio.".


(Gonsalves de Mello, 1981), Nota 1, pg. 32:

"(1) — Luísa Nunes, viúva de Álvaro Velho Barreto, senhora do Engenho do Meio, da invocação de Nossa Senhora da Ajuda, na Várzea do Capibaribe, vendido a Carlos Francisco Drago em 1625: Fernando Pio, "Cinco Documentos para a História dos Engenhos em Pernambuco", Revista do Museu do Açúcar vol. 2 (Recife) 1969) pp. 26-31.".


(Gonsalves de Mello, 2000):

@ pg. 45:

"Vários holandeses demonstraram logo confiança nos lucros do açúcar e decidiram-se a comprar engenhos, com o compromisso de pagá-los com o produto das safras. Tais foram Jacob Stachouwer que adquiriu em 27 de Maio de 1637 o Engenho do Meio, na Várzea do Capibaribe, por 62.000 florins; ... (29).

...

29 Generale Missive, Recife, 2 de Junho de 1637, IAP, coleção citada e apenso II a A. VAN DER DUSSEN, Relatório, cit., pp. 158-159.

@ pg. 360-361, arrolando os engenhos que João Fernandes Vieira possuiu:

"1) Engenho que foi de Carlos Francisco, na Várzea do Capibaribe, confiscado pelos holandeses e vendido a Stachouwer em 27 de Maio de 1637, por 62.000 florins, por cujo débito se responsabilizou Vieira em 1642. É o Engenho do Meio (6).

...

(6) «Sommier Discours», cit., p. 268, ADRIAEN VAN DER DUSSEN, Relatório, cit., pp. 45 e 156, «Testamento», cit., in RIAP, n.° 26, p. 147, F. A. PEREIRA DA COSTA, «Arredores do Recife», in RIAP, n.° 119-122, Recife, 1923, pp. 140 e 143, e Dag. Notule de 30 de Junho de 1642, IAP, Coleção José Higino.".

@ pg. 363-364:

"O documento mais revelador acerca de João Fernandes Vieira, senhor de engenho, é o que identificamos como de sua autoria, existente na Biblioteca Nacional de Lisboa. Do Catálogo da Coleção Pombalina, dessa Biblioteca, impresso em fins do século XIX, constava o verbete respectivo, mas sem indicação de autor, embora o documento estivesse assinado, por não ter sido identificada a sua assinatura. Reconhecêmo-la à primeira vista, porque já nos era familiar.

Esse documento é o «Regimento que hade goardar o Feitor-mor do engenho para fazer bem sua obrigaçam e desemcarregar bem sua conciençia, e pello contrario dará conta a Deus e ficará a restituhiçam ao dono da Fazenda». Trata-se nele das atribuições dos feitores-mores dos diversos engenhos que Vieira possuía e do qual teria ele entregue uma cópia a cada um desses empregados, das suas várias propriedades açucareiras. Conservou-se o texto original do «Regimento» dado ao feitor-mor do Engenho do Meio, da Várzea, do Capibaribe, datado do próprio engenho em 23 de Junho de 1663 (22).

...

(22) Bib. Nac. de Lisboa, Secção de Reservados, Coleção Pombalina, códice 641, fls. 251/253.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 61-62, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Várzea do Capíbaribe:

«7) CARLOS FRANCISCO, ENGENHO DE. Invocação Nossa Senhora da Ajuda. Sito à margem direita do Capibaribe. Golijath não o registrou mas fê-lo Markgraf sob o nome de S. Carlos. Engenho d'água, pagava pensão de 2%. Fundado provavelmente por Álvaro Velho Barreto, "fidalgo de geração e da governança desta capitania e capitão-mor da gente de cavalo dela". Procedente de Viana (Minho), neto de Vasco Velho, "abade de muitas igrejas pelo [rio] Lima acima" que gerou o filho "em uma mulher [...] da casta dos Barretos"; e de João Vaz da Cunha, também abade, que teve sua mãe "em uma mulher chamada Fulana Pais". Em 1578, Álvaro Velho Barreto era cossenhor de outro engenho na Várzea, que não foi possível identificar. Participou da conquista da Paraíba. Em 1593-5, Álvaro foi processado pela Inquisição por blasfêmia. Em 1609, o engenho pertencia à viúva, Luísa Nunes, e aos filhos do casal. Em 1623, produzia 4634 arrobas. Em 1625, declarando-se Luísa Nunes e os filhos impossibilitados de "pagar os seus credores", o engenho foi vendido a Carlos Francisco Drago, já falecido ao tempo da ocupação holandesa. Em 1637, confiscado e vendido a Jacob Stachouwer, alto funcionário do governo do Recife, por 62 mil florins em seis prestações anuais (27.V.1637). Moía em 1637 e 1639, com três partidos de lavradores e o partido da fazenda (cinqüenta), no total de 135 tarefas, além de alguns partidos livres, perfazendo 6750 arrobas. Em 1637, Stachouwer repassou-o a João Fernandes Vieira, juntamente com os engenhos Santana e Ilhetas, que também adquirira à WIC. O engenho moía em 1655. Posteriormente, Fernandes Vieira comprou o engenho aos herdeiros de Carlos Francisco Drago, residentes em Castela. Em 1642, declarando-se devedor de 541610 florins em função da arrematação de contratos de cobrança de impostos e da compra de três engenhos, Fernandes Vieira conseguiu reescalonar a dívida ao longo das três safras seguintes, oferecendo a garantia de seus bens. Em 1645, chefiou a insurreição luso-brasileira. Àquela altura Stachouwer devia à WIC uma parcela de 56999 florins conjunta com Nicolaas de Ridder; e outra parcela, de 88612 florins. Em 1663, os herdeiros de Stachouwer deviam integralmente à WIC o montante do engenho; e Fernandes Vieira, segundo maior devedor à Companhia, a soma de 321756 florins. Em 1686, o engenho pertencia à viúva de Fernandes Vieira, d. Maria César.(7)».

@ pg. 174, Notas:

«(7) DP, pp. 84, 166; IL, 8475, 9430; RPFB, p. 204; LPGB, p. 181; FHBH, I, pp. 28, 87, 152, 237; RCCB, pp. 45-6, 158; DN, 27.v.1637; "Generale staet", ARA, OWIC, n. 62; Francisco Barreto de Menezes a d. João IV, 7.VIII.1654, AHU, PA, Pco., cx. 4; Pereira da Costa, Arredores do Recife, p. 135; Fernando Pio, "Cinco documentos para a história dos engenhos de Pernambuco", RMA, 2 (1969), pp. 26-31; Gonsalves de Mello, Gente da nação, p. 174, e João Fernandes Vieira, I, pp. 52-3, 58-62, 281-2.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Carlis (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Carlis_(engenho_de_bois). Data de acesso: 27 de abril de 2024.


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