Terra Nova
De Atlas Digital da América Lusa
Terra Nova
| Geometria |
Terra Nova
Natureza: região
Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ
Capitania: PARANAMBVCA
Região na m.e. do 'Çaracunhaýa" (Rio Tracunhaem).
Nome histórico:' Terra Nova.
Nome atual: lugarejo Terra Nova, às margens do Riacho Terra Nova, município de Aliança-PE.
Há o Engenho Terra Nova, a Estrada para Terra Nova assinalados no mapa IBGE Geocodigo 2602604007 Aliança-PE.
Citações
►(Barléu, 1647), pg. 48-49:
"[Minas.] Nessa ocasião, esperanças de minas metalíferas vieram alentar os mercadores e, como sói acontecer nas quadras de aperto, os lucros que em toda a parte se esperavam afagavam, em suavíssimos sonhos de ouro, a cobiça da Companhia. Foram mandados ao sertão do Cunhaú (61) Alberto Schmient e Paulo Semler, que, auxiliados por índios e portugueses, procuraram ali minas e enconcraram uma de prata. Pareceu ela opulenta, mas posteriormente enganou a expectativa. Havia fambém outras, as célebres de Albuquerque. Corria a fama de ter ele mesmo extraído delas grande quantidade de metais, mas não haviam sido ainda descobertas pelos nossos. Andavam igualmente na boca dos portugueses as minas da Copaoba e as do Cabo de Sto. Agostinho. As da Terra Nova, pobres de metais, só forneciam uma pedra que unicamente pelo brilho prometia falsamente muita valia.
Não duvido de que os portugueses iludiram a cupidez dos nossos e captaram a benevolência publica com os gabos vãos de riquezas ocultas. Em verdade, aqueles que tantos anos senhorearam o Brasil não deixariam de penetrar nestes arcanos, nem guardariam intactas, para a tardia necessidade dos holandeses, minas de ouro ou de prata.".
►Brandão, Cláudio in (Barléu, 1647), Notas, pg. 374:
«(61) Missi in Couhaovenses fuere Albertus Smientius & Paulus Semlerus" (p. 47). Southey, na tradução que ja citámos (Luiz J. de Oliveira e Castro), diz simplesmente: "Mandaram-se dois deputados ao Sertão à cata de minas (p 338, t II). Entretanto, na palwra Couhaovenses parece ter havido erro tipográfico, pondo-se u por n Deve emendar-se para Conhaovenses. única lição que permite identificar-se a palavra. Em S. P L'Honoré Naber lê-se Conhaova: "Naar Conhaova zijin Albert Smient en Paul Semler iutgezonden" (p. 58).».
►(Câmara Cascudo, 1956), pg. 191:
"Metade do Tracunhãem não acusava morada em suas margens. À esquerda do rio, para oeste, há Terra Nova, em letras nítidas e altas, como denominando região larga e longe. Era apenas um insignificante arraial de colonos, caboclos e negros, arredios à submissão holandesa; alguns casebres de taipa, casa-de-farinha e roçarias de mandioca. Artischofski o destruiu. Distava duas léguas do Tracunhãem, escreve Laet. É lugarejo no município de Nazaré, uns oitenta quilômetros do Recife.".
►(Pereira da Costa, 1951):
@ Volume 3, Ano 1637, pg. 76-77:
"Neste ano iniciou o invasor holandês um serviço regular de explorações pelo interior da capitania, chegando até o alto sertão, com o fim do descobrimento de jazidas de ouro, prata e outros metais, que constava existir, mas sem resultado algum vantajoso aos seus intuitos. Dentre essas suas expedições de explorações, segundo um escrito do tempo, vagamente conhecemos a que fizeram Alberto Smientes e Paulo Semlero, ajudados pela gente da terra e pelos índios, conseguindo encontrar, como se dizia então, uma jazida de prata, — que pareceu opulenta.
"Haviam outras célebres, descobertas por Albuquerque, diz o aludido escrito, das quais era fama que ele extraíra grande porção de metal, mas ainda não foram achadas pelos nossos. Também falava-se muito entre os portugueses nas minas da Copaova, como nas que existem junto ao Cabo de Santo Agostinho. As minas da Terra Nova, faltas de metal, davam pedras que só com o fulgor prometiam muita coisa. Não duvido que os portugueses iludissem a avareza dos nossos, cativando a pública benevolência com a notícia vã de riquezas ocultas, porque aqueles que tinham o Brasil há tantos anos, não se descuidaram penetrar nesses arcanos, nem conservariam intactas as minas de ouro e prata, para serem exploradas em benefício dos batavos".".
@ Volume 4, Ano 1681, pg. 197-198:
"JANEIRO 26 — Patente régia conferindo a Manuel de Azevedo da Silva, que militou com muita distinção na guerra contra os holandeses, o posto de ajudante de tenente do mestre-de-campo da praça de Pernambuco, a qual, referindo os seus serviços, menciona que foi êle à Terra-Nova aquietar o levantamento que houve entre os Tapuias gentio bravo, reduzindo-os à obediência, — fato este que ocorreu, talvez, no govêrno de Francisco de Brito Freire, de 1661 a 1664.
Vidal de Negreiros, no seu testamento celebrado no Recife a 14 de maio de 1678, menciona, entre os bens patrimoniais de instituição da sua capela ou vínculo de N.S. do Desterro, hoje Itambé, vinte currais de gado vacum situados nos limites da Terra-Nova e Tirité, na capitania de Itamaracá, e rio da Paraíba.
Em 1791 a Terra-Nova constituía um povoado, com uma capela dedicada à S. Tome, como se vê do termo do visitador eclesiástico Cônego José Bernardo da Fonseca Galvão, lavrado em Goiana a 30 de dezembro daquele ano, prescrevendo os reparos que a capela de Santo Tomé na Terra-Nova necessita. Era então esta capela filial da igreja matriz de Goiana.
Em 1821 havia no termo da vila do mesmo nome um engenho denominado Terra-Nova, pertencente a Antônio Máximo de Sousa, que foi um dos chefes do movimento político que naquele ano irrompeu na vila de Goiana.
Presentemente, em Goiana, e nas freguesias de N.S. do Ó, Tejucupapo e Itamaracá, que outrora pertenciam ao termo da sua vila, não há engenho algum denominado Terra-Nova; existe porém um em Nazaré, que talvez seja o mesmo, anexado ao seu município.".
| Citação deste verbete |
| Autor do verbete: Levy Pereira |
| Como citar: PEREIRA, Levy. "Terra Nova". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Terra_Nova. Data de acesso: 26 de abril de 2024. |
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