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− | Exímio Senhor José de Souza <!-- Jozê de Souza --> da Companhia de JESUS, Prepozito e Vigario Provincial da mesma Companhia neste Estado. Certifico, que por informações certas, que tenho do Padre Manoel Fernandes Missionário da mesma Companhia na Missão de Santo Antônio, ainda nova, e sito nas cachoeiras do rio Madeira; ser certo, que desde o [[rio Aripuanã]], até o [[rio Giparanã]], que desembocam no dito rio da Madeira; e ocupam grande distrito está tudo inficionado de uma nação de índios bárbaros chamados Muras, os quais andam tão insolentes, que nestes anos próximos, não somente tem morto a muitos índios remeiros das canoas, que vão as colheitas do cacau naqueles sertões, e ao um cabo de uma canoa = homem branco; mas também neste presente ano deram em uma roça dos índios da sobre dita aldeia de Santo Antônio, em que mataram, e flecharam a muitos deles, sem mais causa, que a sua braveza, e malignidade, e lhes tomaram todos os trastes, que tinham, e duas canoas pujantes, nas quais andam fazendo atualmente muitas insolências por aqueles rios, e sertões; e me pede dito Padre Missionário se lhe acuda com remédio pronto com que se possam evitar maiores distúrbio, que justamente receia que cometam os ditos bárbaros. Tudo afirmo, in verbo sacerdotis, e o represento a Vossa Excelência, para que de a providência, que julgar necessária, e conveniente para o bem; e conservação daquela Aldeia de Sua Majestade, e de muitas outras, que se podem fazer naquele grande distrito de que resultaram muita glória Divina, e de grande aumento para o Estado, por dizer o dito Padre Missionário se podem fundar nele ainda 4, ou mais aldeias grandes, tirado o detrimento daqueles bárbaros. | + | {{Mura |
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+ | |texto=Exímio Senhor José de Souza <!-- Jozê de Souza --> da Companhia de JESUS, Prepozito e Vigario Provincial da mesma Companhia neste Estado. Certifico, que por informações certas, que tenho do Padre Manoel Fernandes Missionário da mesma Companhia na Missão de Santo Antônio, ainda nova, e sito nas cachoeiras do rio Madeira; ser certo, que desde o [[rio Aripuanã]], até o [[rio Giparanã]], que desembocam no dito [[rio da Madeira]]; e ocupam grande distrito está tudo inficionado de uma nação de índios bárbaros chamados Muras, os quais andam tão insolentes, que nestes anos próximos, não somente tem morto a muitos índios remeiros das canoas, que vão as colheitas do cacau naqueles sertões, e ao um [[cabo de uma canoa]] = homem branco; mas também neste presente ano deram em uma roça dos índios da sobre dita aldeia de Santo Antônio, em que mataram, e flecharam a muitos deles, sem mais causa, que a sua braveza, e malignidade, e lhes tomaram todos os trastes, que tinham, e duas canoas pujantes, nas quais andam fazendo atualmente muitas insolências por aqueles rios, e sertões; e me pede dito Padre Missionário se lhe acuda com [[remédio]] pronto com que se possam evitar maiores distúrbio, que justamente receia que cometam os ditos bárbaros. Tudo afirmo, [[in verbo sacerdotis]], e o represento a Vossa Excelência, para que de a providência, que julgar necessária, e conveniente para o bem; e conservação daquela Aldeia de Sua Majestade, e de muitas outras, que se podem fazer naquele grande distrito de que resultaram muita glória Divina, e de grande aumento para o Estado, por dizer o dito Padre Missionário se podem fundar nele ainda 4, ou mais aldeias grandes, tirado o detrimento daqueles bárbaros. | ||
Convento de Santo Alexandre da Companhia de Jesus do Pará 29 de Agosto de 1738 | Convento de Santo Alexandre da Companhia de Jesus do Pará 29 de Agosto de 1738 | ||
José <!-- Joseph --> de Sousa | José <!-- Joseph --> de Sousa | ||
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Exímio Senhor José de Souza da Companhia de JESUS, Prepozito e Vigario Provincial da mesma Companhia neste Estado. Certifico, que por informações certas, que tenho do Padre Manoel Fernandes Missionário da mesma Companhia na Missão de Santo Antônio, ainda nova, e sito nas cachoeiras do rio Madeira; ser certo, que desde o rio Aripuanã, até o rio Giparanã, que desembocam no dito rio da Madeira; e ocupam grande distrito está tudo inficionado de uma nação de índios bárbaros chamados Muras, os quais andam tão insolentes, que nestes anos próximos, não somente tem morto a muitos índios remeiros das canoas, que vão as colheitas do cacau naqueles sertões, e ao um cabo de uma canoa = homem branco; mas também neste presente ano deram em uma roça dos índios da sobre dita aldeia de Santo Antônio, em que mataram, e flecharam a muitos deles, sem mais causa, que a sua braveza, e malignidade, e lhes tomaram todos os trastes, que tinham, e duas canoas pujantes, nas quais andam fazendo atualmente muitas insolências por aqueles rios, e sertões; e me pede dito Padre Missionário se lhe acuda com remédio pronto com que se possam evitar maiores distúrbio, que justamente receia que cometam os ditos bárbaros. Tudo afirmo, in verbo sacerdotis, e o represento a Vossa Excelência, para que de a providência, que julgar necessária, e conveniente para o bem; e conservação daquela Aldeia de Sua Majestade, e de muitas outras, que se podem fazer naquele grande distrito de que resultaram muita glória Divina, e de grande aumento para o Estado, por dizer o dito Padre Missionário se podem fundar nele ainda 4, ou mais aldeias grandes, tirado o detrimento daqueles bárbaros.
Convento de Santo Alexandre da Companhia de Jesus do Pará 29 de Agosto de 1738
José de Sousa
Ficha técnica da Fonte | |
Data: 1738. | |
Referência: INFORMAR REFERÊNCIA. | |
Acervo: INFORMAR ACERVO. | |
Transcrição: Manoel Rendeiro. | |
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