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Diogo Pinto de Gaya

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Diogo Pinto de Gaya, capitão de infantaria e morador nesta cidade, de idade que disse ser de sessenta e quatro anos, testemunha jurada aos Santos Evangelhos em que pôs sua mão direita e prometeu dizer verdade.
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E perguntado a ele, testemunha, pelo conteúdo na portaria e certidão do Reverendo Padre Provincial da Companhia de Jesus, disse que sabe de ciência certa que o gentio do rio da Madeira, chamados Muras, tem feito e fazem todos os anos grandes mortes, assim a brancos como a negros, matando uns e flechando outros, impedindo o comércio do gênero de cacau que há naquele rio. De sorte que já os moradores desta cidade não querem ir aquele rio ao negócio de cacau com o temor do gentio, chamados Muras, e malgaxes pelo risco que correm as suas vidas. E algumas  pessoas que vão ao dito negócio, a fazem pelas beiras do rio a cujo gentio se lhe deu já guerra em tempo do Governador que foi deste Estado, Bernardo Pereira de Berredo <!-- Bernardo Pereyra de Berredo -->. E ele, testemunha, fora por cabo da tropa e deles não apanhara mais que quarenta e tantos. E outro sim, sabe pela mesma razão, que no rio Tocantins há também  gentio bravo de várias nações, como são a Pinegaz, Tambeasuz, Tanbemerins, Guacuruazes e outros muitos, os quais estão atualmente impedindo a passagem dos passageiros que vem das Minas de São Félix, matando aqueles que podem , como também aos que vão fazer tartarugas naquele rio e cravo. Saindo a todos estes há ver se os podem matar, porém que estas quatro nações são aquelas que atualmente estão fazendo dano, tanto aos que vem como aos vão as tartarugas e impedem a ir fazer cravo as ditas paragens dos Tocantins, sem que para esse efeito se lhe de causa ou motivo algum. E mais não disse. E assinou com ele, o Doutor Ouvidor Geral, e eu, José Alves Ferreira <!-- Jozeph Alvez Ferreyra -->, o escrivão.
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Edição atual tal como 15h49min de 27 de novembro de 2014

Autos da Devassa contra os Índios Mura


Diogo Pinto de Gaya, capitão de infantaria e morador nesta cidade, de idade que disse ser de sessenta e quatro anos, testemunha jurada aos Santos Evangelhos em que pôs sua mão direita e prometeu dizer verdade.

E perguntado a ele, testemunha, pelo conteúdo na portaria e certidão do Reverendo Padre Provincial da Companhia de Jesus, disse que sabe de ciência certa que o gentio do rio da Madeira, chamados Muras, tem feito e fazem todos os anos grandes mortes, assim a brancos como a negros, matando uns e flechando outros, impedindo o comércio do gênero de cacau que há naquele rio. De sorte que já os moradores desta cidade não querem ir aquele rio ao negócio de cacau com o temor do gentio, chamados Muras, e malgaxes pelo risco que correm as suas vidas. E algumas pessoas que vão ao dito negócio, a fazem pelas beiras do rio a cujo gentio se lhe deu já guerra em tempo do Governador que foi deste Estado, Bernardo Pereira de Berredo . E ele, testemunha, fora por cabo da tropa e deles não apanhara mais que quarenta e tantos. E outro sim, sabe pela mesma razão, que no rio Tocantins há também gentio bravo de várias nações, como são a Pinegaz, Tambeasuz, Tanbemerins, Guacuruazes e outros muitos, os quais estão atualmente impedindo a passagem dos passageiros que vem das Minas de São Félix, matando aqueles que podem , como também aos que vão fazer tartarugas naquele rio e cravo. Saindo a todos estes há ver se os podem matar, porém que estas quatro nações são aquelas que atualmente estão fazendo dano, tanto aos que vem como aos vão as tartarugas e impedem a ir fazer cravo as ditas paragens dos Tocantins, sem que para esse efeito se lhe de causa ou motivo algum. E mais não disse. E assinou com ele, o Doutor Ouvidor Geral, e eu, José Alves Ferreira , o escrivão.



Ficha técnica da Fonte
Data: 1738.
Referência: INFORMAR REFERÊNCIA.
Acervo: INFORMAR ACERVO.
Transcrição: Manoel Rendeiro.
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