Ações

Francisco Corrêa de Brito

De Atlas Digital da América Lusa

(Diferença entre revisões)
(Criou página com 'Francisco Corrêa de Brito <!-- Francizco Correya de Brito -->, assistente nesta cidade, de idade que disse ser de quarenta e cinco anos, testemunha jurada aos Santos Evangelh...')
 
 
(Uma edição intermediária de um usuário não apresentada)
Linha 1: Linha 1:
Francisco Corrêa de Brito <!-- Francizco Correya de Brito -->, assistente nesta cidade, de idade que disse ser de quarenta e cinco anos, testemunha jurada aos Santos Evangelhos  em que pôs sua mão direita e prometeu dizer verdade.
+
{{Mura
 +
|data=1738
 +
|transcricao=[[Manoel Rendeiro]]
 +
|indice_deste=[[Autos da devassa contra os índios Mura]]
 +
|texto=Francisco Corrêa de Brito <!-- Francizco Correya de Brito -->, assistente nesta cidade, de idade que disse ser de quarenta e cinco anos, testemunha jurada aos Santos Evangelhos  em que pôs sua mão direita e prometeu dizer verdade.
  
E perguntado a ele, testemunha, pelo conteúdo na portaria e certidão do Reverendo Padre Provincial da Companhia, disse que ouviu dizer publicamente que o gentio do Rio da Madeira impedi o comércio da colheita do cacau, matando algumas pessoas, cabos de canoas que vão ao dito rio a negócio. E outro sim, disse que sabe que o gentio, que assiste pelas beiras do rio Tocantins, por ter vindo por ele abaixo, acometem aqueles que por ele vem como a ele, testemunha, acometeram também, livrando-se sempre deles. E a um padre que aqui chegou depois dele, testemunha, o flecharam e ainda chegou a esta cidade com os sinais das flechadas e lhe mataram os seus companheiros, homens brancos e escravos. E que para o dito Padre se livrar deles lhe fora necessário deitar tudo o que trazia na canoa ao mar para se poder por em fuga. E que ele, testemunha, vindo pelo rio dos Tocantins e passando por uma fazendo vira que o gentio fora a ela e levaram duas crianças das pessoas que nela assistiam, cujas crianças se tinham ido lavar a alguma lagoa que estava perto da casa e neste tempo o gentio as veio buscar e ele, testemunha, com o dono da fazenda a força das armas lhas tornaram atirar e sem dúvida por causa do gentio se não povoam aquelas beiras do rio da fazenda. E em uma de Pedro Cressam, a margem do dito rio tem o gentio matado bastantes pessoas e em todas as mais fazendas que estão situadas a beira do rio, largando fogo as casas e matando gados, tanto vacas como cavalos. E que é certo que muita gente tem vindo das ditas Minas de São Félix  que não tem chegado a esta cidade, pelo gentio os matar no caminho, pois o dito Padre quando o flecharam e chegou a esta cidade disse que vinham atrás várias pessoas as quais  com efeito não chegaram a esta cidade. E mais não disse. E assinou com ele, o Doutor Ouvidor Geral, e eu, José Alves Ferreira <!-- Jozeph Alvez Ferreyra -->, o escrevi.
+
E perguntado a ele, testemunha, pelo conteúdo na portaria e certidão do Reverendo Padre [[Provincial da Companhia]], disse que ouviu dizer publicamente que o gentio do [[rio da Madeira]] impedi o comércio da colheita do cacau, matando algumas pessoas, [[cabos de canoas]] que vão ao dito rio a negócio. E outro sim, disse que sabe que o gentio, que assiste pelas beiras do [[rio Tocantins]], por ter vindo por ele abaixo, acometem aqueles que por ele vem como a ele, testemunha, acometeram também, livrando-se sempre deles. E a um padre que aqui chegou depois dele, testemunha, o flecharam e ainda chegou a esta cidade com os sinais das flechadas e lhe mataram os seus companheiros, homens brancos e escravos. E que para o dito Padre se livrar deles lhe fora necessário deitar tudo o que trazia na canoa ao mar para se poder por em fuga. E que ele, testemunha, vindo pelo [[rio dos Tocantins]] e passando por uma fazendo vira que o gentio fora a ela e levaram duas crianças das pessoas que nela assistiam, cujas crianças se tinham ido lavar a alguma lagoa que estava perto da casa e neste tempo o gentio as veio buscar e ele, testemunha, com o dono da fazenda a força das armas lhas tornaram atirar e sem dúvida por causa do gentio se não povoam aquelas beiras do rio da fazenda. E em uma de Pedro Cressam, a margem do dito rio tem o gentio matado bastantes pessoas e em todas as mais fazendas que estão situadas a beira do rio, largando fogo as casas e matando gados, tanto vacas como cavalos. E que é certo que muita gente tem vindo das ditas [[Minas de São Félix]] que não tem chegado a esta cidade, pelo gentio os matar no caminho, pois o dito Padre quando o flecharam e chegou a esta cidade disse que vinham atrás várias pessoas as quais  com efeito não chegaram a esta cidade. E mais não disse. E assinou com ele, o Doutor [[Ouvidor Geral]], e eu, José Alves Ferreira <!-- Jozeph Alvez Ferreyra -->, o escrevi.
 +
}}

Edição atual tal como 15h49min de 27 de novembro de 2014

Autos da Devassa contra os Índios Mura


Francisco Corrêa de Brito , assistente nesta cidade, de idade que disse ser de quarenta e cinco anos, testemunha jurada aos Santos Evangelhos em que pôs sua mão direita e prometeu dizer verdade.

E perguntado a ele, testemunha, pelo conteúdo na portaria e certidão do Reverendo Padre Provincial da Companhia, disse que ouviu dizer publicamente que o gentio do rio da Madeira impedi o comércio da colheita do cacau, matando algumas pessoas, cabos de canoas que vão ao dito rio a negócio. E outro sim, disse que sabe que o gentio, que assiste pelas beiras do rio Tocantins, por ter vindo por ele abaixo, acometem aqueles que por ele vem como a ele, testemunha, acometeram também, livrando-se sempre deles. E a um padre que aqui chegou depois dele, testemunha, o flecharam e ainda chegou a esta cidade com os sinais das flechadas e lhe mataram os seus companheiros, homens brancos e escravos. E que para o dito Padre se livrar deles lhe fora necessário deitar tudo o que trazia na canoa ao mar para se poder por em fuga. E que ele, testemunha, vindo pelo rio dos Tocantins e passando por uma fazendo vira que o gentio fora a ela e levaram duas crianças das pessoas que nela assistiam, cujas crianças se tinham ido lavar a alguma lagoa que estava perto da casa e neste tempo o gentio as veio buscar e ele, testemunha, com o dono da fazenda a força das armas lhas tornaram atirar e sem dúvida por causa do gentio se não povoam aquelas beiras do rio da fazenda. E em uma de Pedro Cressam, a margem do dito rio tem o gentio matado bastantes pessoas e em todas as mais fazendas que estão situadas a beira do rio, largando fogo as casas e matando gados, tanto vacas como cavalos. E que é certo que muita gente tem vindo das ditas Minas de São Félix que não tem chegado a esta cidade, pelo gentio os matar no caminho, pois o dito Padre quando o flecharam e chegou a esta cidade disse que vinham atrás várias pessoas as quais com efeito não chegaram a esta cidade. E mais não disse. E assinou com ele, o Doutor Ouvidor Geral, e eu, José Alves Ferreira , o escrevi.



Ficha técnica da Fonte
Data: 1738.
Referência: INFORMAR REFERÊNCIA.
Acervo: INFORMAR ACERVO.
Transcrição: Manoel Rendeiro.
link principal no BiblioAtlas: Autos da devassa contra os índios Mura