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Mael∫troom (redemoinho)

De Atlas Digital da América Lusa

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'''Mapas:''' [[PRÆFECTURA DE CIRÎÎĬ, vel SEREGIPPE DEL REY cum Itâpuáma]] e [https://iiif.lib.harvard.edu/manifests/view/ids:43031172 DE CAPITANIE CIRIJI. / RIO ST, FRANCISCO.]
  
  
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'''Capitania:''' PARANAMBVCA.
  
Redemoinho junto à m.e. do '[[Parapĩtinga ou Rio de S.Francifco]]' (Rio São Francisco), ao lado da '[[Ĩ. d'Anta]]' (Ilha de São Pedro).
 
  
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O símbolo que está desenhado nos mapas não consta no 'Notularum Explicatio' ou no quadro de legendas. Interpreta-se como redemoinho baseado na toponímia e na citação do mestre Câmara Cascudo, sendo, assim, um alerta à navegação para esse tipo de obstáculo perigoso.
  
a forma que está desenhada no [[BQPPB]] não é símbolo do seu 'Notularum Explicatio', nem ilha - interpreta-se como redemoinho baseado na toponímia, e na citação do mestre Câmara Cascudo, sendo assim, possivelmete, um alerta à navegação.
 
  
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'''Toponímia:'''
  
►[[Teensma, B. N.]] traduziu, a meu pedido:
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►[[Benjamin N. Teensma]] traduziu:
  
 
"Mael∫troom = maalstroom, redemoinho.".
 
"Mael∫troom = maalstroom, redemoinho.".
  
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* Nota: A designação desses redemoinhos na língua tupi é ''jupiá''.
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►[[(Zuzarte, 1769?)]], viajando em canoas de Porto Feliz (SP) a Iguatemi (MS), conhecidos na época respectivamente como Porto de Araraŷtâguaba e Povoação do Guatemŷ, navegando pelos rios Tietê, Grande (rio Paraná) e Iguatemi, assinala em mapas um redemoinho enorme e perigoso semelhante ao plotado por Georg Marcgrave no Rio São Francisco. Os indígenas tupis denominavam esses redemoinhos de jupiás.
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O título do mapa de Teotônio José Zuzarte (1769?, fólio 19 de 66) é esclarecedor o suficiente para se ter uma ideia das características desses redemoinhos e do perigo que representam:
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"Este Hê o Selebre, e gran∂e jupiâ m[ui]to perigoso, Cauzado de Huma gran∂e Lage de pe∂ra, q[ue] Sobe dezde o fundo do Rio Gran∂e P[a]ranâ atê a Superfise dagoa; Cuja Hê Cortada direŷta a prumo pela p[ar]te do Norte o q[ue] Cauza fazer as agoas batendo nella Hum gra[n]de rodomoinho de Sorte q[ue], Como a marê enxa, e vaza, fazendo em gran∂e distancia m[ui]tas on∂as; Cauza aos navega[n]tes deste Rio gran∂e Susto, e me∂o p[ar]a q[ue] não Caŷaõ as embarcações neste perigo".
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►[[(Câmara Cascudo, 1956)]], pg. 162:
 
►[[(Câmara Cascudo, 1956)]], pg. 162:

Edição atual tal como 19h22min de 8 de agosto de 2023

Coleção Levy Pereira


Mael∫troom

Redemoinho junto à m.e. do 'Parapĩtinga ou Rio de S.Francifco' (Rio São Francisco), ao lado da 'Ĩ. d'Anta' (Ilha de São Pedro).


Natureza: redemoinho.


Mapas: PRÆFECTURA DE CIRÎÎĬ, vel SEREGIPPE DEL REY cum Itâpuáma e DE CAPITANIE CIRIJI. / RIO ST, FRANCISCO.


Capitania: PARANAMBVCA.


Nota:

O símbolo que está desenhado nos mapas não consta no 'Notularum Explicatio' ou no quadro de legendas. Interpreta-se como redemoinho baseado na toponímia e na citação do mestre Câmara Cascudo, sendo, assim, um alerta à navegação para esse tipo de obstáculo perigoso.


Toponímia:

Benjamin N. Teensma traduziu:

"Mael∫troom = maalstroom, redemoinho.".

  • Nota: A designação desses redemoinhos na língua tupi é jupiá.


[editar] Citações:

(Zuzarte, 1769?), viajando em canoas de Porto Feliz (SP) a Iguatemi (MS), conhecidos na época respectivamente como Porto de Araraŷtâguaba e Povoação do Guatemŷ, navegando pelos rios Tietê, Grande (rio Paraná) e Iguatemi, assinala em mapas um redemoinho enorme e perigoso semelhante ao plotado por Georg Marcgrave no Rio São Francisco. Os indígenas tupis denominavam esses redemoinhos de jupiás.

O título do mapa de Teotônio José Zuzarte (1769?, fólio 19 de 66) é esclarecedor o suficiente para se ter uma ideia das características desses redemoinhos e do perigo que representam:

"Este Hê o Selebre, e gran∂e jupiâ m[ui]to perigoso, Cauzado de Huma gran∂e Lage de pe∂ra, q[ue] Sobe dezde o fundo do Rio Gran∂e P[a]ranâ atê a Superfise dagoa; Cuja Hê Cortada direŷta a prumo pela p[ar]te do Norte o q[ue] Cauza fazer as agoas batendo nella Hum gra[n]de rodomoinho de Sorte q[ue], Como a marê enxa, e vaza, fazendo em gran∂e distancia m[ui]tas on∂as; Cauza aos navega[n]tes deste Rio gran∂e Susto, e me∂o p[ar]a q[ue] não Caŷaõ as embarcações neste perigo".


(Câmara Cascudo, 1956), pg. 162:

"Depois é a lagoa Ipoxi, ligada ao grande rio e um torvelinho que Barléu (ou Marcgrave) registou à maneira nórdica, maelstrom. ".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Mael∫troom (redemoinho)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Mael%E2%88%ABtroom_(redemoinho). Data de acesso: 7 de maio de 2024.


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