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− | ►Mapa PE-C [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ: ConsԐpsaõ', na m.e. do 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca). | + | ►Mapa PE-C [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ: ConsԐpsaõ', na [[m.e.]] do 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca). |
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+ | ►Mapa PE [[(Orazi, 1698)]] PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado como engenho, 'N. S de Conçetion', na [[m.e.]] do 'Ipoiucâ' (Rio Ipojuca). | ||
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"19 - Engenho Nossa Senhora da Conceição, situado meia milha distante do engenho anterior do Bom Jesus, pertencente a Dom Fernando de Queiróz que mora na Galiza. Este engenho foi arrendado pelo tempo de nove anos a João Carneiro de Mariz, como se vê dos documentos apresentados ao Conselho. Essa pessoa recebeu nosso passaporte e o engenho foi preparado para moer, sob condição que pagará o arrendamento à Companhia, até que haja outra resolução. Este engenho mói com água e tem um bom açude e meia milha de terra com lindas várzeas cheias de canas e matas, que fornecem toda a madeira de que se precisa. Pode anualmente moer 3.000 a 4.000 arrobas de açúcar e paga 3 por cento de recognição. A casa de purgar e a casa das caldeiras são de taipa e nelas foram encontradas, antes da chegada do dito João Carneiro, 2 caixas pertencentes a L. Dolvero [sic] e 17 caixas provenientes, segundo ele, de algumas formas purgadas por .João Gonçalves. ". | "19 - Engenho Nossa Senhora da Conceição, situado meia milha distante do engenho anterior do Bom Jesus, pertencente a Dom Fernando de Queiróz que mora na Galiza. Este engenho foi arrendado pelo tempo de nove anos a João Carneiro de Mariz, como se vê dos documentos apresentados ao Conselho. Essa pessoa recebeu nosso passaporte e o engenho foi preparado para moer, sob condição que pagará o arrendamento à Companhia, até que haja outra resolução. Este engenho mói com água e tem um bom açude e meia milha de terra com lindas várzeas cheias de canas e matas, que fornecem toda a madeira de que se precisa. Pode anualmente moer 3.000 a 4.000 arrobas de açúcar e paga 3 por cento de recognição. A casa de purgar e a casa das caldeiras são de taipa e nelas foram encontradas, antes da chegada do dito João Carneiro, 2 caixas pertencentes a L. Dolvero [sic] e 17 caixas provenientes, segundo ele, de algumas formas purgadas por .João Gonçalves. ". | ||
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"7. Engenho Nossa Senhora do Rosário, confiscado e vendido a João Carneiro de Mariz. É d'água e moente. ". | "7. Engenho Nossa Senhora do Rosário, confiscado e vendido a João Carneiro de Mariz. É d'água e moente. ". | ||
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"7) Engenho Nossa Senhora do Rosário, pertencente a João Carneiro de Mariz, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica).". | "7) Engenho Nossa Senhora do Rosário, pertencente a João Carneiro de Mariz, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica).". | ||
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"Falei com João Carneiro de Mariz a propósito de suas dívidas para com a Companhia, de prestações atrasadas; prometeu entregar à Companhia metade do açúcar que produzir nesta safra para diminuição do seu débito (19). ". | "Falei com João Carneiro de Mariz a propósito de suas dívidas para com a Companhia, de prestações atrasadas; prometeu entregar à Companhia metade do açúcar que produzir nesta safra para diminuição do seu débito (19). ". | ||
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+ | @ pg. 118, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Ipojuca: | ||
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+ | «7) NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO. Schott, Markgraf e Golijath o designam por engenho de Nossa Senhora da Conceição. Sito à margem esquerda do Ipojuca. Engenho d'água. Pagava 3% de pensão. Em 1623, pertencia a Ana de Castro, produzindo 2520 arrobas. Ao tempo da ocupação holandesa, Schott dava-o como pertencente a d. Fernando de Queiroz Souto Maior, residente na Galiza. Na realidade, o engenho continuava a pertencer a Ana de Castro, que, tendo seguido para Viana nos anos 1620 para entrar em religião, casara-se com um fidalgo galego, irmão de Fernando de Queiroz, cunhado e procurador de d. Ana. Tinha "um bom açude e meia milha de terra com lindas várzeas, cheias de canas e matas, que fornecem toda a madeira de que se precisa. Pode anualmente moer 3 mil a 4 mil arrobas de açúcar". Em 1636, o engenho achava-se arrendado pelo prazo de nove anos a João Carneiro de Mariz, que permaneceu sob o domínio holandês. Estando a fábrica pronta para safrejar, o governo do Recife deixou-o à frente da propriedade como rendeiro da [[WIC]]. Em 1637, ele adquiriu o engenho por 40 mil florins, em prestações anuais de 5 mil florins. Moía em 1637 e 1639. O engenho não é mencionado em 1655. Em 1663, João Carneiro de Mariz era devedor à [[WIC]] de 84572 florins.(79)». | ||
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+ | @ pg. 184, Notas: | ||
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+ | «(79) FHBH, I, pp. 30, 62, 84, 142; II, pp. 153, 192; RCCB, pp. 33, 152.; DN, 18.VI.1637; NP, II, p. 37.». | ||
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− | + | '''NOTA:''' | |
+ | Evaldo Cabral de Mello seguiu José Antônio Gonsalves de Mello. O engenho deve ser da invocação de Nossa Senhora da Conceição - os dois mapas tem essa mesma informação e em todas as referências aparece o nome de João Carneiro de Mariz. Não há nos mapas, na área, engenho(s) da invocação de Nossa Senhora do Rosário. | ||
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Engenho de roda d'água com igreja na m.e. do 'Ipoíucâ' (Rio Ipojuca).
Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.
Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.
Capitania: PARANAMBVCA.
Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia de Ipojuca.
Nomes históricos: N S. de Conçeição (Nossa Senhora da Conceição; N. S de Conçetion; ConsԐpsaõ); Nossa Senhora do Rosário.
Nome atual: Engenho Conceição Velha - vide mapa IBGE Geocódigo 2607208 IPOJUCA - PE.
►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ: ConsԐpsaõ', na m.e. do 'Rº. Salga∂o' (Rio Ipojuca).
►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado como engenho, 'N. S de Conçetion', na m.e. do 'Ipoiucâ' (Rio Ipojuca).
►(Schott, 1636), pg. 62:
"19 - Engenho Nossa Senhora da Conceição, situado meia milha distante do engenho anterior do Bom Jesus, pertencente a Dom Fernando de Queiróz que mora na Galiza. Este engenho foi arrendado pelo tempo de nove anos a João Carneiro de Mariz, como se vê dos documentos apresentados ao Conselho. Essa pessoa recebeu nosso passaporte e o engenho foi preparado para moer, sob condição que pagará o arrendamento à Companhia, até que haja outra resolução. Este engenho mói com água e tem um bom açude e meia milha de terra com lindas várzeas cheias de canas e matas, que fornecem toda a madeira de que se precisa. Pode anualmente moer 3.000 a 4.000 arrobas de açúcar e paga 3 por cento de recognição. A casa de purgar e a casa das caldeiras são de taipa e nelas foram encontradas, antes da chegada do dito João Carneiro, 2 caixas pertencentes a L. Dolvero [sic] e 17 caixas provenientes, segundo ele, de algumas formas purgadas por .João Gonçalves. ".
►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg.84:
"7. Engenho Nossa Senhora do Rosário, confiscado e vendido a João Carneiro de Mariz. É d'água e moente. ".
►(Dussen, 1640), pg. 142:
"7) Engenho Nossa Senhora do Rosário, pertencente a João Carneiro de Mariz, é engenho d'água e mói. São lavradores: (não indica).".
►(Bullestrat, 1642), pg. 153:
"Falei com João Carneiro de Mariz a propósito de suas dívidas para com a Companhia, de prestações atrasadas; prometeu entregar à Companhia metade do açúcar que produzir nesta safra para diminuição do seu débito (19). ".
►(Gonsalves de Mello, 1985), pg. 192:
"(19) João Carneiro de Mariz, que era arrendatário, desde antes da invasão holandesa, do Engenho Nossa Senhora do Rosário, em Ipojuca, comprou em 20 de junho de 1637 à Companhia o Engenho Sibiró de Cima, da invocação da Santa Cruz, que pertencera a Manuel de Nabalhas, por 40.000 florins, a serem pagos em prestações de 5.000 florins, a primeira a vencer em 1 de janeiro de 1640: ARA, OWIC 68, dag. notule da data citada. Mariz, em depoimento datado de 20 de abril de 1648, se declara de 66 anos de idade: Torre do Tombo (Lisboa), Inquisição de Lisboa, processo 306 de Mateus da Costa.".
@ pg. 118, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Ipojuca:
«7) NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO. Schott, Markgraf e Golijath o designam por engenho de Nossa Senhora da Conceição. Sito à margem esquerda do Ipojuca. Engenho d'água. Pagava 3% de pensão. Em 1623, pertencia a Ana de Castro, produzindo 2520 arrobas. Ao tempo da ocupação holandesa, Schott dava-o como pertencente a d. Fernando de Queiroz Souto Maior, residente na Galiza. Na realidade, o engenho continuava a pertencer a Ana de Castro, que, tendo seguido para Viana nos anos 1620 para entrar em religião, casara-se com um fidalgo galego, irmão de Fernando de Queiroz, cunhado e procurador de d. Ana. Tinha "um bom açude e meia milha de terra com lindas várzeas, cheias de canas e matas, que fornecem toda a madeira de que se precisa. Pode anualmente moer 3 mil a 4 mil arrobas de açúcar". Em 1636, o engenho achava-se arrendado pelo prazo de nove anos a João Carneiro de Mariz, que permaneceu sob o domínio holandês. Estando a fábrica pronta para safrejar, o governo do Recife deixou-o à frente da propriedade como rendeiro da WIC. Em 1637, ele adquiriu o engenho por 40 mil florins, em prestações anuais de 5 mil florins. Moía em 1637 e 1639. O engenho não é mencionado em 1655. Em 1663, João Carneiro de Mariz era devedor à WIC de 84572 florins.(79)».
@ pg. 184, Notas:
«(79) FHBH, I, pp. 30, 62, 84, 142; II, pp. 153, 192; RCCB, pp. 33, 152.; DN, 18.VI.1637; NP, II, p. 37.».
NOTA:
Evaldo Cabral de Mello seguiu José Antônio Gonsalves de Mello. O engenho deve ser da invocação de Nossa Senhora da Conceição - os dois mapas tem essa mesma informação e em todas as referências aparece o nome de João Carneiro de Mariz. Não há nos mapas, na área, engenho(s) da invocação de Nossa Senhora do Rosário.
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "N S. de Conçeição (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/N_S._de_Con%C3%A7ei%C3%A7%C3%A3o_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 2 de maio de 2024. |
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