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Re∫tinga (fortaleza)

De Atlas Digital da América Lusa

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Bateria (de) São Bento; Forte (de) São Bento; Forte da Ilha da Conceição; Forte da Ilha dos Frades; Fortim da Ilha de Restinga; Fort Restinga; Forte Restinga; Fort Re∫tinga; F. Rustinga; Re∫tinga; Cabeça Seca.
 
Bateria (de) São Bento; Forte (de) São Bento; Forte da Ilha da Conceição; Forte da Ilha dos Frades; Fortim da Ilha de Restinga; Fort Restinga; Forte Restinga; Fort Re∫tinga; F. Rustinga; Re∫tinga; Cabeça Seca.
 
  
  
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►Mapa PB (IAHGP-Vingboons, 1640) #49 CAPITANIA DE PARAYBA - plotado com o símbolo de forte com duas pontas, sem nome, no banco de areia ao norte da 'I. ∂os fra∂os', na barra do 'R.º Parayba'.
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►Mapa PB [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #49 CAPITANIA DE PARAYBA - plotado com o símbolo de forte com duas pontas, sem nome, no banco de areia ao norte da 'I. ∂os fra∂os', na barra do 'R.º Parayba'.
  
►Mapa Y-48 (4.VEL Y, 1642) De Cust van Brazil tusschen Cabo Blancko en Rio Jan de Sta - plotado com o símbolo triangular de forte, 'F. Rustinga:', no banco de areia ao norte da ilha, também sem nome, reconhecivel como a Ilha da Restinga.
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►Mapa Y-48 [[(4.VEL Y, 1643-1649)]] De Cust van Brazil tusschen Cabo Blancko en Rio Jan de Sta - plotado com o símbolo triangular de forte, 'F. Rustinga:', no banco de areia ao norte da ilha, também sem nome, reconhecivel como a Ilha da Restinga.
  
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"A velha obra dos portugueses na Restinga, que fica ao meio do rio, foi destruída, e substituída no mesmo lugar por um bom reduto com meios-baluartes, tendo uma bela bateria na cortina que dá para o lado do canal do rio, por onde os navios devem passar. Este lugar é tão forte como nenhum outro no Brasil; está quase a um tiro de colubrina da ilha, e é cercado d'água. ".
 
"A velha obra dos portugueses na Restinga, que fica ao meio do rio, foi destruída, e substituída no mesmo lugar por um bom reduto com meios-baluartes, tendo uma bela bateria na cortina que dá para o lado do canal do rio, por onde os navios devem passar. Este lugar é tão forte como nenhum outro no Brasil; está quase a um tiro de colubrina da ilha, e é cercado d'água. ".
  
►(Herckmans, 1639) RIAHGP, pg. 240-241:
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"Do lado do norte e defronte do dito forte existia também um outro chamado S. Antonio.
 
"Do lado do norte e defronte do dito forte existia também um outro chamado S. Antonio.
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Cerca de um quarto de légua espanhola daí para o ocidente fica o forte chamado Restinga É pequeno e quadrado como um reduto, e forma um triângulo com os fortes de Santo Antonio e Margarida. No tempo do rei da Espanha este fortim linha o nome de S. Bento, e por traz estava em aberto. Demora na ponta da ilha que o rei deu aos frades de S. Bento, e por isso a denominaram Ilha dos Frades, a qual se estende pelo rio acima obra de meia légua, e se acha quase toda deserta e coberta de mata, não sendo muito própria para coisa alguma.".
 
Cerca de um quarto de légua espanhola daí para o ocidente fica o forte chamado Restinga É pequeno e quadrado como um reduto, e forma um triângulo com os fortes de Santo Antonio e Margarida. No tempo do rei da Espanha este fortim linha o nome de S. Bento, e por traz estava em aberto. Demora na ponta da ilha que o rei deu aos frades de S. Bento, e por isso a denominaram Ilha dos Frades, a qual se estende pelo rio acima obra de meia légua, e se acha quase toda deserta e coberta de mata, não sendo muito própria para coisa alguma.".
  
►(Laet, 1644), Livro Undécimo, 1634, descreve como os neerlandeses capturaram esse forte em 9 de dezembro de 1634, pg. 749 do CD:
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[[(Laet, 1644)]], Livro Undécimo, 1634, descreve como os neerlandeses capturaram esse forte em 9 de dezembro de 1634, pg. 749 do CD:
  
"A nossa força tendo desembarcado sem demora alguma na ilhota, o major Jean Descars partiu com a gente que levava, juntamente com o commandeur Lichthart com 100 marinheiros (providos de machados e outras coisas necessárias para demolir as paliçadas) através do mato e direito para a bateria ou fortim. Mas, chegando ao fim das árvores, acharam que aquele como que estava separado da ilhota e cercado d'água, de sorte que lhes era muito difícil ir até lá antes que a maré tivesse atingido quase a máxima vazante; deitaram-se portanto no mato aguardando a ocasião.
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«A nossa força tendo desembarcado sem demora alguma na ilhota, o major Jean Descars partiu com a gente que levava, juntamente com o commandeur Lichthart com 100 marinheiros (providos de machados e outras coisas necessárias para demolir as paliçadas) através do mato e direito para a bateria ou fortim. Mas, chegando ao fim das árvores, acharam que aquele como que estava separado da ilhota e cercado d'água, de sorte que lhes era muito difícil ir até lá antes que a maré tivesse atingido quase a máxima vazante; deitaram-se portanto no mato aguardando a ocasião.
  
A maré estando quase vazia, sairam de lá dois portugueses para espiar a nossa gente; e os nossos, tendo visto isso, assaltaram o fortim com muito ardor e, apesar de lhes descarregar duas peças com metralha, matando a três e ferindo a alguns, o inimigo ficou tão desconcertado por este assalto inesperado e os nossos acometeram com tal intrepidez, que em pouco tempo ficaram senhores da praça; mataram a todos que encontraram em armas, entre outros um artilheiro, natural de Amsterdã. o qual depois de haver cometido grandes faltas desertara e prometera grandes serviços ao inimigo, já tendo começado a prestá-los. Só fizeram prisioneiro a um capitão, e uns poucos atiraram-se n'água e foram salvar com um bote pelo forte do norte; ficaram mortos ali 31 espanhóis. Acharam dois canhões de bronze, atirando 10 e 16 libras de ferro, e quatro de ferro, e como munições desses uma boa quantidade de balas e dois barris de pólvora. Esse lugar era chamado pelos portugueses ''Cabeça Seca" ou também "Restinga". Os nossos, havendo-se apoderado dele. reforçaram bem e repararam-no para atirar em ambos os fortes. ".
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A maré estando quase vazia, sairam de lá dois portugueses para espiar a nossa gente; e os nossos, tendo visto isso, assaltaram o fortim com muito ardor e, apesar de lhes descarregar duas peças com metralha, matando a três e ferindo a alguns, o inimigo ficou tão desconcertado por este assalto inesperado e os nossos acometeram com tal intrepidez, que em pouco tempo ficaram senhores da praça; mataram a todos que encontraram em armas, entre outros um artilheiro, natural de Amsterdã. o qual depois de haver cometido grandes faltas desertara e prometera grandes serviços ao inimigo, já tendo começado a prestá-los. Só fizeram prisioneiro a um capitão, e uns poucos atiraram-se n'água e foram salvar com um bote pelo forte do norte; ficaram mortos ali 31 espanhóis. Acharam dois canhões de bronze, atirando 10 e 16 libras de ferro, e quatro de ferro, e como munições desses uma boa quantidade de balas e dois barris de pólvora. Esse lugar era chamado pelos portugueses "Cabeça Seca" ou também "Restinga". Os nossos, havendo-se apoderado dele. reforçaram bem e repararam-no para atirar em ambos os fortes. ».
  
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[[(Coelho, 1654)]]:
  
 
@ pg. 274 do CD (fol. 131a da edição de 1654), cita que iniciou-se a construção desse forte logo após 7 de fevereiro de 1634:
 
@ pg. 274 do CD (fol. 131a da edição de 1654), cita que iniciou-se a construção desse forte logo após 7 de fevereiro de 1634:
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Edição atual tal como 21h54min de 2 de janeiro de 2015

Coleção Levy Pereira


[editar] Re∫tinga

'Fort Re∫tinga' no MBU.

Fortim na barra do 'Paraiba' (Rio Paraiba), num banco de areia na ponta norte da 'de frades' (Ilha da Restinga).


Natureza: fortaleza.


Mapa: PRÆFECTURÆ DE PARAIBA, ET RIO GRANDE.


Capitania: PARAIBA.


Nomes históricos:

Bateria (de) São Bento; Forte (de) São Bento; Forte da Ilha da Conceição; Forte da Ilha dos Frades; Fortim da Ilha de Restinga; Fort Restinga; Forte Restinga; Fort Re∫tinga; F. Rustinga; Re∫tinga; Cabeça Seca.


Nome atual: totalmente destruído e seus restos estão submersos.

Os tres fortes, 'F. Marguerita', no sul da barra, o 'Noorder fordt', no norte da barra, e o 'Re∫tinga', no meio do rio, estão dispostos triangularmente e de forma que haja superposição de fogos.

[editar] Citações

►Mapa PB (IAHGP-Vingboons, 1640) #49 CAPITANIA DE PARAYBA - plotado com o símbolo de forte com duas pontas, sem nome, no banco de areia ao norte da 'I. ∂os fra∂os', na barra do 'R.º Parayba'.

►Mapa Y-48 (4.VEL Y, 1643-1649) De Cust van Brazil tusschen Cabo Blancko en Rio Jan de Sta - plotado com o símbolo triangular de forte, 'F. Rustinga:', no banco de areia ao norte da ilha, também sem nome, reconhecivel como a Ilha da Restinga.

(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 122:

"A velha obra dos portugueses na Restinga, que fica ao meio do rio, foi destruída, e substituída no mesmo lugar por um bom reduto com meios-baluartes, tendo uma bela bateria na cortina que dá para o lado do canal do rio, por onde os navios devem passar. Este lugar é tão forte como nenhum outro no Brasil; está quase a um tiro de colubrina da ilha, e é cercado d'água. ".

(Herckmans, 1639) RIAHGP, pg. 240-241:

"Do lado do norte e defronte do dito forte existia também um outro chamado S. Antonio.

...

Cerca de um quarto de légua espanhola daí para o ocidente fica o forte chamado Restinga É pequeno e quadrado como um reduto, e forma um triângulo com os fortes de Santo Antonio e Margarida. No tempo do rei da Espanha este fortim linha o nome de S. Bento, e por traz estava em aberto. Demora na ponta da ilha que o rei deu aos frades de S. Bento, e por isso a denominaram Ilha dos Frades, a qual se estende pelo rio acima obra de meia légua, e se acha quase toda deserta e coberta de mata, não sendo muito própria para coisa alguma.".

(Laet, 1644), Livro Undécimo, 1634, descreve como os neerlandeses capturaram esse forte em 9 de dezembro de 1634, pg. 749 do CD:

«A nossa força tendo desembarcado sem demora alguma na ilhota, o major Jean Descars partiu com a gente que levava, juntamente com o commandeur Lichthart com 100 marinheiros (providos de machados e outras coisas necessárias para demolir as paliçadas) através do mato e direito para a bateria ou fortim. Mas, chegando ao fim das árvores, acharam que aquele como que estava separado da ilhota e cercado d'água, de sorte que lhes era muito difícil ir até lá antes que a maré tivesse atingido quase a máxima vazante; deitaram-se portanto no mato aguardando a ocasião.

A maré estando quase vazia, sairam de lá dois portugueses para espiar a nossa gente; e os nossos, tendo visto isso, assaltaram o fortim com muito ardor e, apesar de lhes descarregar duas peças com metralha, matando a três e ferindo a alguns, o inimigo ficou tão desconcertado por este assalto inesperado e os nossos acometeram com tal intrepidez, que em pouco tempo ficaram senhores da praça; mataram a todos que encontraram em armas, entre outros um artilheiro, natural de Amsterdã. o qual depois de haver cometido grandes faltas desertara e prometera grandes serviços ao inimigo, já tendo começado a prestá-los. Só fizeram prisioneiro a um capitão, e uns poucos atiraram-se n'água e foram salvar com um bote pelo forte do norte; ficaram mortos ali 31 espanhóis. Acharam dois canhões de bronze, atirando 10 e 16 libras de ferro, e quatro de ferro, e como munições desses uma boa quantidade de balas e dois barris de pólvora. Esse lugar era chamado pelos portugueses "Cabeça Seca" ou também "Restinga". Os nossos, havendo-se apoderado dele. reforçaram bem e repararam-no para atirar em ambos os fortes. ».

(Coelho, 1654):

@ pg. 274 do CD (fol. 131a da edição de 1654), cita que iniciou-se a construção desse forte logo após 7 de fevereiro de 1634:

"Recebendo este aviso, o governador da Paraíba começou a prevenir-se. Fez uma fortificação na ilhota que o próprio rio Paraíba forma, e a que chamam de "Os Frades Bentos"; e em uma restinga de areia que está nela, em frente da barra, a meia légua, e quase no meio do rio e dos fortes do Cabedelo e Santo Antônio. Nesta paragem, muito apropriada para a melhor defesa de tudo, começou o governador a levantar uma bateria de sete peças, encarregando-a ao capitão Pedro Ferreira de Barros.".

@ pg. 328-329 do CD (fol. 158a-158b da edição de 1654), descreve assim a captura desse forte em 9 de dezembro de 1634:

"Era o quarto de alva de 9 de dezembro, quando decidiram entrar na barra; e foi em tão boa ocasião, que até uma neblina, que se fez com o vento, e a maré foram a seu favor; por não serem vistos dos fortes, a não ser quando já passavam por eles. Por isso não receberam dano considerável. Algum, sim, da Restinga, de que nos coube também nossa parte; porque, rebentando-nos uma peça de ferro, matou-nos um artilheiro e feriu sete soldados.

Já quando amanhecia, iam passando pela Restinga para deitar gente pela nossa retaguarda, em uma ponta que faz a ilha; e antes que o pudessem fazer, fez a nossa artilharia que um de seus navios desse em um banco de areia. Porém, sem embargo disto, saltou sua gente em terra; de modo que, já dia claro, viram, do forte de Santo Antônio, marchar para a nossa bateria. Com isto, o Governador lhe enviou socorro em quatro chalupas, que não chegaram a tempo. Porque investindo-a resolutamente o inimigo, e sendo os nossos menos de 40 ( por causa dos feridos pela peça rebentada), não puderam resistir por muito tempo; e também porque a bateria não estava acabada. Morreram aqui 26 homens; deitando-se ao rio os outros, foram salvos pelas chalupas que lhes iam de socorro, voltando ao forte de Santo Antônio. O capitão da Restinga, Pedro Ferreira de Barros, constante em não deixar seu posto, achou, todavia, quartel no inimigo, e ficou prisioneiro.".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Re∫tinga (fortaleza)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Re%E2%88%ABtinga_(fortaleza). Data de acesso: 20 de maio de 2024.


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