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S. Miguel (Aldeia de índios)

De Atlas Digital da América Lusa

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Edição de 07h23min de 16 de janeiro de 2013

Coleção Levy Pereira


S. Miguel


Natureza: Aldeia de índios


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ


Capitania: PARANAMBVCA

Aldeia de índios (brasilianos) com cruzeiro (capelão neerlandes), na m.e. do 'Muçui' (Rio Catucá).


Nomes históricos: Aldeia de São Miguel do Muçui; São Miguel, São Michel; St. Michiel; Mocnigh; Muçuí; Meretibe; Miritibe.


Nome atual: não há aldeia no local - a aldeia foi relocada e foi construído em 1660 o Engenho Aldeia, hoje também desativado.

A região conserva o nome de ALDEIA.

Citações

►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640), plotada com o símbolo de aldeia, 'A St MiguԐl', na m.e. do rio 'R. MusԐŭpĭ'.

►Mapa IT (Orazi, 1698), plotada como 'S. Miguel' e símbolo de aldeia, na m.d. do rio 'Mucui'.

►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, símbolo de aldeia com cruzeiro, 'S. Miguel', na m.e. do 'Muçui'.

►(Dagelijkse Notulen der Horge Regeering in Brazilie 1635-1654 - Nótulas Diárias do Alto Governo Neerlandês no Brasil - fonte: UFPE - LIBER - Monumenta Hygina):

@ Dagelijkse Notule in Volume 5, Período de 4 de janeiro a 28 de dezembro de 1639:

"3 de dezembro Brasileiros vindos da aldeia de São Miguel nos deram uma carta em mãos, escrita aos inimigos pelo superior dos brasileiros, Camarão, onde ele e todos os outros de sua nação estão convocados à se esconderem nos matos até sua chegada. Assim foi decidido de se trazer para a aldeia Mauritia os brasileiros da aldeia São Miguel, e para fazer com que nós não percamos os brasileiros de Goiânia, Paraíba e Rio Grande, assim se escreveu ao Coronel Doncker, que ele junto com o Predicante Dooreslaer, buscasse todos os brasileiros de seus vilarejos que se encontrem nestas Capitanias, e que fique com eles em Goiânia, para que eles não vão embora e para poder usar-los diretamente caso seja necessário.".

@ Dagelijkse Notule in Volume 6, Período de 2 de janeiro a 31 de dezembro de 1640:

"9 de outubro Nós escrevemos o Comandante dos brasileiros Johan Listry, dizendo que tínhamos recebido uma informação que o inimigo planejava, por que ele se sentia ofendido pela fieldade e afeição dos brasileiros por este estado, fazer o mal à todos os brasileiros tanto os homens como as mulheres e crianças assim como na aldeia de São Michel, onde eles mataram um brasileiro, sua mulher e filho. Por isso lhe escrevemos que ele deveria avisar todas as aldeias que estão sob o seu comando que os brasileiros teriam que fazer uma vigilância serrada, armados com arco e flecha, para não serem surpreendidos, e fecharem todas as entradas de suas aldeias usando paliçadas, para que assim eles possam se proteger melhor.".

@ Dagelijkse Notule in Volume 10, Período de 1 de janeiro a 4 de junho de 1644:

"2 de fevereiro Para resolver todas as questões com os escabinos de Cidade de Maurício, os escabinos de Igarasu pedem que sua jurisdição, lhes dada nas cartas de doação antigas de Sua Excelência e dos demais Senhores do Alto Conselho, e lhes dada também na resolução de _____(data) resolvido pela Sua Excelência e os Senhores do Alto Conselho, que essa jurisdição seja marcada com postes fixos e separada das outras, com a testemunha de representantes dessa reunião e dos dois tribunais. O pedido foi aceito e nosso assessor foi designado a estar presente na separação das áreas. Os limites serão marcados nas mesmas cartas de doação entre os tribunais de Cidade de Maurício e Igarasu, e os postes ficarão três milhas para cima do rio Inguaribe até o engenho Mussunpe, e desse Mussunpe até a aldeia de St. Michiel. Dessa maneira os dois engenhos e a aldeia continuam na jurisdição de Igarasu.".

►(Dussen, 1640), indicando o nome do seu capitão holandês e sua população masculina:

- pg. 183, definindo a função do capitão holandes:

"Além do capitão brasiliano, foi posto em cada aldeia um capitão holandês que os regem a eles e aos seus principais; a sua maior atribuição é animá-los para o trabalho e dirigi-los na melhoria das plantações e conceder-lhes permissão para trabalhar para senhores de engenho, verificando que não sejam vítimas de enganos e que o seu trabalho lhes seja pago. ".

- pg. 184, quanto á pópulação masculina, esclarece:

"... homens, tanto velhos quanto jovens, aptos para a guerra ou inaptos, excluídas as mulheres e crianças, as quais estão em proporção, com relação aos homens, de, no mínimo, 3 para 1. ".

- pg.185:

"ALDEIAS EM PERNAMBUCO

...

Aldeia São Miguel, próxima a São Lourenço, na jurisdição de Olinda, Capitão Duynckercker ... 90 homens.".

►(Vainfas, 2008):

- pg. 30 :

"Manoel (de Moraes) foi promovido, em 1623, a superior da Companhia (de Jesus) no aldeamento de São Miguel do Muçui, antes chamada de São Miguel e Tabuçurana, distante duas léguas (doze quilômetros) de Igarassu e sete (42 quilômetros) de Olinda, onde tinha a seu cargo entre trezentos e seiscentos guerreiros. Em São Miguel coabitavam os índios tabajaras e potiguaras, com chefias diferentes, ambas subordinadas aos jesuítas.".


Nota: Tapiirema, Itapirema, Tabuçurana, Tapißurama, Tapisserama são nomes de uma aldeia da Capitania de Itamaracá, no vale do "Çaracunhaya" (Rio Tracunhaem), distinta e ao norte da Aldeia de São Miguel de Muçui, na Capitania de Pernambuco - vide topônimo "Tapiirema" no BQPPB e os mapas acima citados. O próprio Vainfas, nesta mesma obra, as dintingue, expondo à pg. 73: "Quanto às aldeias de Pernambuco e Itamaracá, informou Manoel que se mantinham vigorosas, pois não haviam sido muito flageladas na guerra, podendo dispor de cerca de 3 mil índios para combate. Indicou, porém, somente seis aldeias, três para cada capitania. No caso de Itamaracá, nomeou a aldeia de São João de Carrese, ...; a aldeia de Santo André de Itapecerica, ... ; a aldeia de Tabuçurana ou Nossa Senhora da Assunção, a sete léguas (42 quilômeetros) de Itamaracá, cinco (trinta quilômetros) de Goiana, seiscentos habitantes, 180 guerreiros, comandada por Marco ou Maru Kuyasana.".

pg. 73: "No caso de Pernambuco, nomeou Mocnigh, assim grafada em holandês, na realidade Muçuí, ou São Miguel de Muçuí, aldeia onde Manoel havia assistido e conhecia como a palma da mão, distante sete léguas (42 quilômetros) de Olinda, na qual moravam índios potiguaras e tabajaras, os primeiros capitaneados por Felipe Camarão, os segundos por Estevão, chamado em tupi de Tebu, seiscentos habitantes no total, dos quais 170 "bons mosqueteiros"; ...".


Nota: aqui percebemos que, no ano de 1635, ano das declarações de Manoel de Moraes, já haviam dois grupos indígenas distintos nessa aldeia, e isso reflete na participação política na Assembléia Indígena de 1645.

►Nótulo, com a Ata e as propostas da Assembléia Indígena, datadas de 30/03/1645, realizadas na Aldeia Tapisserica, com as resoluções do Supremo Conselho, apostiladas em 11/04/1645, in (Souto Maior, 1912):

Essa aldeia, nessa Assembéia, é:

- citada como S. Miguel;

- une-se com Aldeia de Nassau, "conservando-se lá por seis meses";

- representada por dois grupo e elege representação para duas duplas de escabinos na Câmara de Goiana.

►(Pereira da Costa, 1951), Vol. 2, ano 1591, pg 26-30:

"Neste ano erigiu o padre custódio dos franciscanos, Fr. Melchior de Santa Catarina, um aldeiamento de índios sob a invocação de S. Miguel, situado entre os extremos dos termos de Igarassu e Goiana, tendo — "princípios nas cabeceiras do rio Capibaribe e de Tracunhãem, onde chamam hoje o Engenho Aldeia, algumas duas léguas às margens daquele rio, que em outro tempo pertencia ao distrito de Santo Antônio do mesmo Tracunhãem, e hoje à freguesia de Igarassu," como escreve Jaboatão em meados do século XVIII.

Aquela situação do aldeiamento de S. Miguel, onde posteriormente foi levantado o referido engenho, que assim tomou o nome de Aldeia, vem muito bem assinalada nos mapas da obra do historiador holandês G. Barleus (1647), — na estrada de Paudalho (Ibarema) para Goiana.

...

Jaboatão, como vimos, não menciona o nome da localidade em que foi, originàriamente, situado o aldeiamento, limitando-se apenas em fixar a sua posição em terras do município de Paudalho, e precisamente no local em que depois se levantou um engenho, que por isso se chamou da Aldeia; engenho este que efetivamente foi fundado em 1660 por Bartolomeu de Holanda Cavalcanti, neto do fidalgo alemão Arnau de Holanda, dos primeiros colonos de Pernambuco, que ainda existe, e mantendo aquele mesmo nome de Aldeia.

O aldeiamento, porém, tinha o nome indígena de Meretibe ou Miritibe. como assim era chamada a localidade, e pelos anos de 1629 era dirigido pelos padres jesuítas, e ensinando a doutrina por mandado superior, o Padre Manuel de Morais, como em um depoimento judicial prestado na paróquia da Várzea em 1647 referiu o nosso chefe índio D. Antônio Filipe Camarão, que ali fora doutrinado, e residia ao tempo da missão daquele padre, como ele próprio declara no referido depoimento, designando o aldeiamento com o nome de Meretibe. Com o de Miritibe, porém, aparece nos seguintes documentos:

...

Como vimos do primeiro documento, Miritibi era um oiteiro, ficando assim a aldeia situada na esplanada de uma colina, que ainda hoje aparece com o nome de Meretibe ou Miritiba, nas extremas dos engenhos Aldeia e Mussupe, este pertencente ao município de Igarassu e aquele ao de Paudalho, onde se vê plantado um marco de pedra divisória das duas propriedades; colina essa tão elevada, que com um óculo de alcance se descortina a cidade do Recife. Denominação de origem indígena, vem, segundo Teodoro Sampaio, de mbiri-tyba, do Tupi, e significa juncal, lugar onde crescem é abundam juncos, que na língua de D. Antônio Filipe Camarão se

dizem mbiri ou piri, aparecendo assim com uma nova expressão de Piritiba.

...

No seu originário estabelecimento em Paudalho, teve também o aldeiamento de Meretibe o nome de S. Miguel de Muçupe (ou mussupe, corrução de mboçú-pe, que quer dizer, no mussu, espécie de enguia de água doce, segundo Teodoro Sampaio), que parece ter alguma relação com os nomes dos antigos engenhos Muçupe e Muçupinho em Igarassu. O Padre Manuel de Morais, na sua. relação das aldeias de Pernambuco em 1630, mencionando a esta de Meretibe, a inscreve com o nome de Moçuigh, dizendo que era composta de índios Petiguares e Tobajaras, sendo cacique ou principal daqueles Antônio Poti, e destes Estêvão Tebu.

...

Foi na aldeia de Meretibe que o chefe Poti nasceu em 1601, e conheceu o Padre Manuel de Morais, ...".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Miguel (Aldeia de índios)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Miguel_(Aldeia_de_%C3%ADndios). Data de acesso: 7 de maio de 2024.


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