m (Substituindo texto 'Coleção Levy Pereira' por 'Coleção Levy Pereira') |
Levypereira (disc | contribs) |
||
(Uma edição intermediária de um usuário não apresentada) | |||
Linha 3: | Linha 3: | ||
− | Velho N S ᵭAnunçiaçaõ ᵭ S.Grauiel | + | ====Velho N S ᵭAnunçiaçaõ ᵭ S.Grauiel==== |
+ | Engenho de bois com igreja, na margem norte da 'Paraĩgera ou Algoa de Sal' (Lagoa Manguaba, Lagoa Maguaba). | ||
− | '''Natureza:''' [[Engenho de roda d'água]] | + | '''Natureza:''' [[Engenho de roda d'água]] com igreja. |
− | |||
+ | '''Mapa:''' [[PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS MERIDIONALIS]]. | ||
− | ''' | + | '''Capitania:''' PARANAMBVCA. |
+ | '''Nomes históricos:''' Velho N S ᵭAnunçiaçaõ ᵭ S.Grauiel; Ԑ. vԐlho; Engenho Velho, Engenho de Nossa Senhora da Anunciação de São Gabriel. | ||
− | |||
− | + | '''Nomes atuais:''' não mais é engenho. | |
+ | *Localizava-se na zona urbana da atual cidade de Pilar-AL (nome anterior - cidade de Manguaba-AL). | ||
− | + | ====Citações==== | |
− | + | ►Mapa PE-M [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #39 CAPITANIA DO PHARNAMBOCQVE - plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ. vԐlho', na margem noroeste da 'Alagoa. ∂Ԑ Zuy∂t'. | |
− | + | ||
− | + | ||
− | + | ||
− | + | ||
− | |||
− | ►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 80: | + | ►[[(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638)]], pg. 80: |
"ENGENHOS DE PERNAMBUCO | "ENGENHOS DE PERNAMBUCO | ||
Linha 41: | Linha 38: | ||
14, de Henrique de Carvalho.". | 14, de Henrique de Carvalho.". | ||
− | |||
− | + | ►[[(Dussen, 1640)]], pg. 163: | |
+ | |||
+ | ENGENHOS DE PERNAMBUCO - Na jurisdição de Alagoas - Alagoas do Sul | ||
"120) Engenho Velho, pertencente a Domingos Rodrigues d'Azevedo, mói. São lavradores: | "120) Engenho Velho, pertencente a Domingos Rodrigues d'Azevedo, mói. São lavradores: | ||
Linha 55: | Linha 53: | ||
Baltasar Gonçalves 10 | Baltasar Gonçalves 10 | ||
− | + | ________________ | |
− | + | 100 tarefas". | |
− | ►(Bullestrat, 1642), pg. 171-172: | + | |
+ | ►[[(Bullestrat, 1642)]], pg. 171-172: | ||
"Visitei o Engenho Velho que pertence a Domingos Rodrigues de Azevedo; é um belo engenho, que entretanto ele deixou cair em decadência por falta de lavradores e negros; destes, os que aí ainda se acham, causam prejuízos com suas correrias, destruindo as roças dos moradores. Não pude falar com o proprietário a este respeito, pois que ele se encontra no Recife. Fiz vir à minha presença o feitor e dei-lhe ordem para dar cobro a tal situação, de modo que os negros não venham a causar prejuízos; em caso contrário o comandante tomaria providências e os poria em ferros. Fiz avisar o mesmo aos negros que prometeram comportar-se d'agora em diante de modo que não houvesse mais motivos de queixas (56). | "Visitei o Engenho Velho que pertence a Domingos Rodrigues de Azevedo; é um belo engenho, que entretanto ele deixou cair em decadência por falta de lavradores e negros; destes, os que aí ainda se acham, causam prejuízos com suas correrias, destruindo as roças dos moradores. Não pude falar com o proprietário a este respeito, pois que ele se encontra no Recife. Fiz vir à minha presença o feitor e dei-lhe ordem para dar cobro a tal situação, de modo que os negros não venham a causar prejuízos; em caso contrário o comandante tomaria providências e os poria em ferros. Fiz avisar o mesmo aos negros que prometeram comportar-se d'agora em diante de modo que não houvesse mais motivos de queixas (56). | ||
− | ►(Gonsalves de Mello, 1985), pg. 196, Notas: | + | |
+ | ►[[(Gonsalves de Mello, 1985)]], pg. 196, Notas: | ||
(56) O Engenho Velho pertencera também a Gabriel Soares, que o vendeu a Domingos Rodrigues de Azevedo juntamente com um outro na freguesia da Muribeca: Arnout van Liebergen, Apologiae cit., pp. 35/36. ". | (56) O Engenho Velho pertencera também a Gabriel Soares, que o vendeu a Domingos Rodrigues de Azevedo juntamente com um outro na freguesia da Muribeca: Arnout van Liebergen, Apologiae cit., pp. 35/36. ". | ||
− | ►(Walbeek & Moucheron, 1643): | + | |
+ | ►[[(Walbeek & Moucheron, 1643)]]: | ||
@ pg. 126: | @ pg. 126: | ||
Linha 77: | Linha 78: | ||
"Na lagoa do Sul o primeiro é o engenho de Domingos Rodrigues de Azevedo, de que já falamos, situado ao lado ocidental da lagoa e próximo à margem. Faltam-lhe a casa de moenda e a roda d'água, mas o dono está serrando madeira para prepará-la e pretende moer no ano próximo, pois que plantou canas para isso. Domingos Rodrigues comprou este engenho a Gabriel Soares (10).". | "Na lagoa do Sul o primeiro é o engenho de Domingos Rodrigues de Azevedo, de que já falamos, situado ao lado ocidental da lagoa e próximo à margem. Faltam-lhe a casa de moenda e a roda d'água, mas o dono está serrando madeira para prepará-la e pretende moer no ano próximo, pois que plantou canas para isso. Domingos Rodrigues comprou este engenho a Gabriel Soares (10).". | ||
− | ►(Gonsalves de Mello, 1985), pg. 138, Notas: | + | |
+ | ►[[(Gonsalves de Mello, 1985)]], pg. 138, Notas: | ||
"(6) Sobre o Engenho Velho: Manuel Diégues Júnior, O Bangüé nas Alagoas (Rio 1949) p. 42. | "(6) Sobre o Engenho Velho: Manuel Diégues Júnior, O Bangüé nas Alagoas (Rio 1949) p. 42. | ||
Linha 85: | Linha 87: | ||
10) Trata-se do Engenho Velho: ver Relatório Van der Dussen no vol. I desta série. ". | 10) Trata-se do Engenho Velho: ver Relatório Van der Dussen no vol. I desta série. ". | ||
− | ►(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 242, pensões pagas pelos engenhos à Capitania de Pernambuco: | + | |
+ | ►[[(Relação dos Engenhos, 1655)]], pg. 242, pensões pagas pelos engenhos à Capitania de Pernambuco: | ||
"- Na dita vila da Alagoa, possui Gabriel Soares dois engenhos, um deles está a monte e posto por terra, e do outro que mói pagava de pensão cento e vinte mil réis. | "- Na dita vila da Alagoa, possui Gabriel Soares dois engenhos, um deles está a monte e posto por terra, e do outro que mói pagava de pensão cento e vinte mil réis. | ||
Linha 91: | Linha 94: | ||
As pensões dos engenhos referidos se pagam de todo o açúcar que fazem antes de ser dizimado, ...". | As pensões dos engenhos referidos se pagam de todo o açúcar que fazem antes de ser dizimado, ...". | ||
+ | * Nota: essa informação assegura que esse engenho estava a monte em 1655. | ||
− | + | ►[[(Diegues Jr, 1949)]], pg. 41-42-43: | |
− | + | ||
− | ►(Diegues Jr | + | |
"Não há tradição de engenhos que tenham sido criados ou fundados nas Alagoas por Diogo Soares. Há, porém, quanto ao seu sucessor e filho Gabriel Soares, também Alcaide Mor da Vila. É tradição que Gabriel Soares fundou os engenhos Velho e Novo, considerando-se estas as primeiras fábricas de açúcar aparecidas nas terras do litoral-centro do território alagoano, apenas precedidas, em antigüidade, pelos engenhos de Cristóvão Lins, na região porto-calvense, tradição essa que encontra fundamentos nos documentos contemporâneos, inclusive o próprio testamento de Gabriel Soares. | "Não há tradição de engenhos que tenham sido criados ou fundados nas Alagoas por Diogo Soares. Há, porém, quanto ao seu sucessor e filho Gabriel Soares, também Alcaide Mor da Vila. É tradição que Gabriel Soares fundou os engenhos Velho e Novo, considerando-se estas as primeiras fábricas de açúcar aparecidas nas terras do litoral-centro do território alagoano, apenas precedidas, em antigüidade, pelos engenhos de Cristóvão Lins, na região porto-calvense, tradição essa que encontra fundamentos nos documentos contemporâneos, inclusive o próprio testamento de Gabriel Soares. | ||
Linha 111: | Linha 113: | ||
(31) O original do testamento de Gabriel Soares encontra-se no arquivo do Instituto Histórico de Alagoas, e foi publicado na secção "Velharias", da Gazeta de Alagoas, de Maceió, pelo sr. Bonifácio Silveira, que o encontrou no cartório da velha cidade das Alagoas, hoje Marechal Deodoro, oferecendo-o, posteriormente, ao Instituto.". | (31) O original do testamento de Gabriel Soares encontra-se no arquivo do Instituto Histórico de Alagoas, e foi publicado na secção "Velharias", da Gazeta de Alagoas, de Maceió, pelo sr. Bonifácio Silveira, que o encontrou no cartório da velha cidade das Alagoas, hoje Marechal Deodoro, oferecendo-o, posteriormente, ao Instituto.". | ||
− | + | ... | |
(34) Documento n.° 1.229 no arquivo do Instituto Histórico de Alagoas. | (34) Documento n.° 1.229 no arquivo do Instituto Histórico de Alagoas. | ||
Linha 117: | Linha 119: | ||
(35) "O Municipio de Pilar", in Revista do Ensino, de Maceió.". | (35) "O Municipio de Pilar", in Revista do Ensino, de Maceió.". | ||
− | |||
− | + | ►[[(Câmara Cascudo, 1956)]], comentando o Caminho do Camarão, pg. 169-170: | |
+ | |||
+ | "O Caminho, de Camarão era a trilha ... . Esse Caminho, passando ... baixando para "Velho", atual cidade de Pilar, engenho de Gabriel Soares da Cunha, primeiro Alcaide Mor de Madalena (Alagoas) quando, agosto de 1633, os holandeses atacaram e que pertencia então a Domingos Rodrigues de Azevedo.A seguir, Nossa Senhora d'Anunciação, S. Grauiel (Gabriel) e abaixo, o "Quartier" militar, já citado no relatório de Walbeeck, em outubro de 1643.". | ||
+ | |||
+ | * Nota: interpreta-se como um só topônimo 'Velho N S ᵭAnunçiaçaõ ᵭ S.Grauiel', de forma diferente da citação acima. A invocação do engenho deve ser Nossa Senhora da Anunciação de São Gabriel. Gabriel é o arcanjo que anunciou a Nossa Senhora que ela seria a mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e também refere-se ao nome do dono do engenho, Gabriel Soares. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | ►[[(Cabral de Mello, 2012)]]: | ||
+ | @ pg. 143-144, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Alagoas: | ||
+ | 5) VELHO, ENGENHO. Sem indicação de orago. Situado à margem norte da lagoa Manguaba. Engenho d'água. Fundado depois de 1609 por Diogo Soares da Cunha. Em 1623, produzia 7397 arrobas. Quando da ocupação holandesa, fora vendido por Gabriel Soares a Domingos Rodrigues de Azevedo, que permaneceu na capitania. Em 1632, após o incêndio do engenho Novo (Alagoa do Sul), a tropa holandesa fez o mesmo no engenho Velho. Moía em 1639, com quatro partidos de lavradores, no total de cem tarefas (5 mil arrobas), sem partido da fazenda. Em 1642, uma fonte oficial o descreve como "um belo engenho" que caíra "em decadência por falta de lavradores e negros; destes, os que aí ainda se acham causam prejuízos com suas correrias, destruindo as roças dos moradores". Em 1643, faltavam-lhe "a casa de moenda e a roda d'água, mas o dono está serrando madeira para prepará-lo e pretende moer no ano próximo pois plantou canas para isso". A monte em 1655. Em 1663, Domingos Rodrigues de Azevedo era devedor de 17051 florins à WIC.(117)». | ||
+ | @ pg. 188, Notas: | ||
− | ''' | + | «(117) FHBH, I, pp. 30, 80, 163, 242; II, pp. 171-2, 126, 195; RCCB, pp. 62, 150; VWIC, III, p. 100; Diégues Jr., ''O bangüê nas Alagoas'', p. 71.». |
+ | *NOTA: O orago desse engenho, registrado por Marcgrave, é Nossa Senhora da Anunciação de São Gabriel. | ||
{{Citar|nome=Levy|sobrenome=Pereira}} | {{Citar|nome=Levy|sobrenome=Pereira}} |
Engenho de bois com igreja, na margem norte da 'Paraĩgera ou Algoa de Sal' (Lagoa Manguaba, Lagoa Maguaba).
Natureza: Engenho de roda d'água com igreja.
Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS MERIDIONALIS.
Capitania: PARANAMBVCA.
Nomes históricos: Velho N S ᵭAnunçiaçaõ ᵭ S.Grauiel; Ԑ. vԐlho; Engenho Velho, Engenho de Nossa Senhora da Anunciação de São Gabriel.
Nomes atuais: não mais é engenho.
►Mapa PE-M (IAHGP-Vingboons, 1640) #39 CAPITANIA DO PHARNAMBOCQVE - plotado com o símbolo de engenho, 'Ԑ. vԐlho', na margem noroeste da 'Alagoa. ∂Ԑ Zuy∂t'.
►(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 80:
"ENGENHOS DE PERNAMBUCO
Na Alagoa do Sul: ...
14, de Henrique de Carvalho.".
►(Dussen, 1640), pg. 163:
ENGENHOS DE PERNAMBUCO - Na jurisdição de Alagoas - Alagoas do Sul
"120) Engenho Velho, pertencente a Domingos Rodrigues d'Azevedo, mói. São lavradores:
Gonçalves Pereira 35 tarefas
Simão André 20
Manuel da Fonseca 35
Baltasar Gonçalves 10
________________
100 tarefas".
►(Bullestrat, 1642), pg. 171-172:
"Visitei o Engenho Velho que pertence a Domingos Rodrigues de Azevedo; é um belo engenho, que entretanto ele deixou cair em decadência por falta de lavradores e negros; destes, os que aí ainda se acham, causam prejuízos com suas correrias, destruindo as roças dos moradores. Não pude falar com o proprietário a este respeito, pois que ele se encontra no Recife. Fiz vir à minha presença o feitor e dei-lhe ordem para dar cobro a tal situação, de modo que os negros não venham a causar prejuízos; em caso contrário o comandante tomaria providências e os poria em ferros. Fiz avisar o mesmo aos negros que prometeram comportar-se d'agora em diante de modo que não houvesse mais motivos de queixas (56).
►(Gonsalves de Mello, 1985), pg. 196, Notas:
(56) O Engenho Velho pertencera também a Gabriel Soares, que o vendeu a Domingos Rodrigues de Azevedo juntamente com um outro na freguesia da Muribeca: Arnout van Liebergen, Apologiae cit., pp. 35/36. ".
@ pg. 126:
"As terras da parte ocidental da lagoa são do Engenho Velho, que fica à beira d'água e pertence a Domingos Rodrigues de Azevedo (6).".
@ pg. 129:
"Na lagoa do Sul o primeiro é o engenho de Domingos Rodrigues de Azevedo, de que já falamos, situado ao lado ocidental da lagoa e próximo à margem. Faltam-lhe a casa de moenda e a roda d'água, mas o dono está serrando madeira para prepará-la e pretende moer no ano próximo, pois que plantou canas para isso. Domingos Rodrigues comprou este engenho a Gabriel Soares (10).".
►(Gonsalves de Mello, 1985), pg. 138, Notas:
"(6) Sobre o Engenho Velho: Manuel Diégues Júnior, O Bangüé nas Alagoas (Rio 1949) p. 42.
...
10) Trata-se do Engenho Velho: ver Relatório Van der Dussen no vol. I desta série. ".
►(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 242, pensões pagas pelos engenhos à Capitania de Pernambuco:
"- Na dita vila da Alagoa, possui Gabriel Soares dois engenhos, um deles está a monte e posto por terra, e do outro que mói pagava de pensão cento e vinte mil réis.
As pensões dos engenhos referidos se pagam de todo o açúcar que fazem antes de ser dizimado, ...".
►(Diegues Jr, 1949), pg. 41-42-43:
"Não há tradição de engenhos que tenham sido criados ou fundados nas Alagoas por Diogo Soares. Há, porém, quanto ao seu sucessor e filho Gabriel Soares, também Alcaide Mor da Vila. É tradição que Gabriel Soares fundou os engenhos Velho e Novo, considerando-se estas as primeiras fábricas de açúcar aparecidas nas terras do litoral-centro do território alagoano, apenas precedidas, em antigüidade, pelos engenhos de Cristóvão Lins, na região porto-calvense, tradição essa que encontra fundamentos nos documentos contemporâneos, inclusive o próprio testamento de Gabriel Soares.
Registra o relatório de Walbeeck e Moucheron (30), falando do engenho de Domingos Rodrigues de Azevedo, que este o comprou a Gabriel Soares; não lhe diz o nome, mas trata-se, evidentemente, do engenho Velho, pois em seu testamento de 1650, diz o Alcaide Mor de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul: «Deveme Domingos Rodrigues de Araújo duzentos e cinco mil, novecentos e secenta reis e mais déveme do engenho Velho, por hua escritura quatro mil e quinhentos cruzados» (31).
...
O Velho já hoje não existe, nem poderia existir; transformou-se, evoluiu e é hoje cidade: a cidade de Manguaba, antiga Pilar. Uma carta do Dr. Manuel Veríssimo da Costa Pereira dirigida a Dias Cabral (34) e conservada no arquivo do Instituto Histórico de Alagoas esclarece que o engenho Velho fora edificado sobre a fralda de um monte chamado «Urubu», em lugar ocupado atualmente por uma rua da cidade, denominada Engenho Velho. Adianta o missivista: «Ainda existem alicerces de pedra e tijollos em diversos lugares contíguos ao dito engenho dando a entender que houvera um povoado; havia também uma Capella; tudo desapareceu, e de Engenho Velho só resta o nome, o qual ainda conserva uma rua desta Cidade que margina o lago».
Nas terras do Engenho Velho novos engenhos foram criados, segundo registra Craveiro Costa; subdividindo as primitivas terras aparecem os engenhos Pilarzinho, Pilar, Grajaú de Baixo, Grajaú de Cima, Lamarão (35).
(30) "Relatório sobre o Estado das Alagoas em outubro de 1643", in Revista do Instituto Arqueológico de Pernambuco, n° 33.
(31) O original do testamento de Gabriel Soares encontra-se no arquivo do Instituto Histórico de Alagoas, e foi publicado na secção "Velharias", da Gazeta de Alagoas, de Maceió, pelo sr. Bonifácio Silveira, que o encontrou no cartório da velha cidade das Alagoas, hoje Marechal Deodoro, oferecendo-o, posteriormente, ao Instituto.".
...
(34) Documento n.° 1.229 no arquivo do Instituto Histórico de Alagoas.
(35) "O Municipio de Pilar", in Revista do Ensino, de Maceió.".
►(Câmara Cascudo, 1956), comentando o Caminho do Camarão, pg. 169-170:
"O Caminho, de Camarão era a trilha ... . Esse Caminho, passando ... baixando para "Velho", atual cidade de Pilar, engenho de Gabriel Soares da Cunha, primeiro Alcaide Mor de Madalena (Alagoas) quando, agosto de 1633, os holandeses atacaram e que pertencia então a Domingos Rodrigues de Azevedo.A seguir, Nossa Senhora d'Anunciação, S. Grauiel (Gabriel) e abaixo, o "Quartier" militar, já citado no relatório de Walbeeck, em outubro de 1643.".
@ pg. 143-144, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Alagoas: 5) VELHO, ENGENHO. Sem indicação de orago. Situado à margem norte da lagoa Manguaba. Engenho d'água. Fundado depois de 1609 por Diogo Soares da Cunha. Em 1623, produzia 7397 arrobas. Quando da ocupação holandesa, fora vendido por Gabriel Soares a Domingos Rodrigues de Azevedo, que permaneceu na capitania. Em 1632, após o incêndio do engenho Novo (Alagoa do Sul), a tropa holandesa fez o mesmo no engenho Velho. Moía em 1639, com quatro partidos de lavradores, no total de cem tarefas (5 mil arrobas), sem partido da fazenda. Em 1642, uma fonte oficial o descreve como "um belo engenho" que caíra "em decadência por falta de lavradores e negros; destes, os que aí ainda se acham causam prejuízos com suas correrias, destruindo as roças dos moradores". Em 1643, faltavam-lhe "a casa de moenda e a roda d'água, mas o dono está serrando madeira para prepará-lo e pretende moer no ano próximo pois plantou canas para isso". A monte em 1655. Em 1663, Domingos Rodrigues de Azevedo era devedor de 17051 florins à WIC.(117)».
@ pg. 188, Notas:
«(117) FHBH, I, pp. 30, 80, 163, 242; II, pp. 171-2, 126, 195; RCCB, pp. 62, 150; VWIC, III, p. 100; Diégues Jr., O bangüê nas Alagoas, p. 71.».
Citação deste verbete |
Autor do verbete: Levy Pereira |
Como citar: PEREIRA, Levy. "Velho N S ᵭAnunçiaçaõ ᵭ S.Grauiel (Engenho de roda d'água)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Velho_N_S_%E1%B5%ADAnun%C3%A7ia%C3%A7a%C3%B5_%E1%B5%AD_S.Grauiel_(Engenho_de_roda_d%27%C3%A1gua). Data de acesso: 6 de maio de 2024. |
Baixe a referência bibliográfica deste verbete usando
Informar erro nesta página |