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Fyrbo

De Atlas Digital da América Lusa

Fyrbo

Geometria

Coleção Levy Pereira


Fyrbo

Engenho de bois sem igreja na várzea entre o 'Capiíbarĩ' (Rio Capibaribe) e o 'Iequea' (Rio Jequiá).


Natureza: engenho de bois.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia da Várzea.


Nomes históricos: Engenho São Tomé (St. Tomé, St. Thome), Engenho Roterdam (Rotterdam), Engenho Fyrbo, possivelmente Engenho de D. Catarina.

  • Nesse engenho foi construído o Arraial Novo do Bom Jesus.


Nome atual: o engenho está destruído e sua área reocupada - hoje é área urbanizada no Bairro dos Torrões, cidade do Recife-PE.


Citações:

►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'Ԑ. St. Tomé'.


►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como engenho, 'Ԑ. St. Tomé'.


►Mapa PC (Golijath, 1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco MAURIRTS-STADT ende t RECIFFO", plotado com a nota 'Ԑngenho St. Thome nu Rotterdam genaemt».


►Mapa ASB (Golijath, 1648) "Afbeeldinge van drie Steden in Brasil", plotado e assinalado com a letra X. Na 'Verklaringe deser Caerte.' explicita «X: Engenho St. Thome nu gԐnaemt Rotterdam, toekomende Willem Bierboom en Jacob Velt: huysen».


►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado como engenho, 'Fyrbo', na várzea do 'Capiibari'.


(Dussen, 1640), pg. 154:

"66) Engenho São Tomé, agora construído ... é engenho de bois e mói. São lavradores: (não indica). ".


(Broeck, 1651), relatando eventos ocorridos em agosto de 1645, relacionados à batalha de Casa Forte (Engenho Nassau):

@ pg. 23:

"16. — Parti do Recife a cavalo para o engenho Nassou afim de seguir para o engenho Rotterdam (onde era o meu alojamento), e que daquele dista somente meia légua, pois ali tinha que fazer.".

@ pg. 24:

"17. — De manhã cedo parti do engenho Rotterdam para o engenho Nassou afim de seguir para o Recife.".


►O historiador Francisco Augusto Pereira da Costa identifica este engenho como o Engenho de D. Catarina, todavia, com ressalvas, opta-se, neste estudo, por admitir que o Engenho de D. Catarina seja o 'N S. da gaia' (Nossa Senhora da Guia), na m.e. do Rio Capibaribe, próximo à atual cidade de Jaboatão dos Guararapes-PE.

A citação em (Pereira da Costa, 1951), Volume 10, Ano 1846, pg. 351-352:

«A respeito ocorre ainda o seguinte, constante de um escrito holandês de 1637, na resenha que faz dos engenhos situados na Freguesia da Várzea:

...

Engenho que foi de D. Catarina, há longos anos em ruínas, não se vêm mais do que as suas terras. — Esse engenho foi naturalmente, o que teve o nome de S. Tomé, como se vê de um termo lavrado na secretaria da Casa dos Contos da Fazenda Real em 9 de janeiro de 1657, por ordem do respectivo provedor, o desembargador Simão Alves de Lapenha Deus-dará, em virtude do qual se fez carga ao almoxarife da dita fazenda Pedro Leitão Arnoso das — "terras do engenho de S. Tomé, sitas na várzea do Capibaribe, que Guilherme Brilão, flamengo de nação comprou a Antônio de Sousa Moura, português, e morador nesta capitania, por preço de seis mil cruzados, que recebeu, para que o dito almoxarife tenha cuidado das ditas terras por pertencerem hoje a S. Majestade, em respeito da restauração destas capitanias e expulsão dos holandeses, ficando assim obrigado a tratar das referidas terras como de fazenda real".».


(Gonsalves de Mello, 1976), pg. 33, comentando sobre o mapa (Golijath, 1648) acima citado:

"12) «Engenho St. Thomé nu genaemt Rotterdam, toekomende Willem Bierboom en Jacob Velthuysen», isto é, Engenho São Tomé, agora chamado Rotterdam, pertencente a Willem Bierboom e Jacob Velthuysen. Bierboom já estava no Recife em 1637 e adquiriu o engenho a Antônio de Sousa Moura por 6.000 cruzados. (53) Os documentos e autores portugueses chamam-no Guilherme Brilão ou Bribão. (54) Em terras deste engenho foi levantado, em 1646, o Arraial Novo do Bom Jesus. (55)

...

(53) Dag. Notule de 27 de setembro de 1637, ARA, OWIC 68 e Inventário dos Prédios cit., pp. 185/186.

(54) Inventário dos Prédios cit. e Frei Manuel Calado, O Valeroso Lucideno cit., II p. 136. Com relação a Jacob Velthuysen, ao que parece filho de um homônimo, que foi Diretor da Câmara de Rotterdam da West-Indische Compagnie, ver. R. Bijlsma, «Rotterdams Amerika-vaart in de eerste helft der zeventiende eeuw», Bijdragen voor Vaderlandsche Geschiedenis en Oudheidkunde 5ª série, 3º vol. (Haia, 1916), p. 123.

(55) Adriaen van der Dussen, Relatório cit., pp. 48/49, nota.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 70-71, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Várzea do Capíbaribe:

«17) SÃO TOMÉ. Rebatizado Roterdã. Sito à margem direita do Capibaribe. Markgraf não o registrou mas fê-lo Golijath. Engenho de bois. Pagava 0,5% de pensão. Em 1593, pertencia a Pero Cardigo, natural do Sardoal (Guarda, Beira Alta), cujos pais "viviam por sua fazenda". Pero, então capitão de milícias de Olinda e processado por blasfêmia pelo Santo Ofício, fora tesoureiro da Fazenda dos Defuntos e Ausentes de Pernambuco e capitão na conquista da Paraíba. Possuía então dois outros engenhos na Várzea e em Jaboatão. Casou uma das filhas com Lourenço de Sousa de Moura contra a promessa de dote de 12 mil cruzados, mas como não o pagasse, o genro apossou-se judicialmente do São Tomé. Lourenço foi abandonado pela mulher após dar-lhe um filho, Antônio de Sousa de Moura. Em 1623, o engenho produzia 590 arrobas. Lourenço deve ter falecido pouco antes ou pouco depois da invasão holandesa, ocasião em que se verificou o abandono do partido de cana arrendado a Pedro Vigário e Francisco da Costa de Abreu, desterrados pelo governo do Brasil holandês para as Índias Ocidentais. O predicante Daniel Schagen obteve o partido (22.X.1635). Em janeiro de 1636, Antônio de Sousa de Moura, declarando-se "único herdeiro do engenho São Tomé e dos partidos que a ele pertencem", informava havê-los arrendado a Schagen pelo prazo de 25 anos. Em 1637, sendo Schagen interpelado sobre o paradeiro de certos escravos pertencentes à WIC, Antônio de Sousa de Moura o apoiou, informando que Schagen dispunha-se a safrejar "assim que o engenho estiver pronto". Moía em 1639. Posteriormente Antônio de Sousa de Moura vendeu-o por 18 mil florins a Willem Bierboom, comerciante estabelecido em 1636 e que o rebatizou de Roterdã, embora a fábrica fosse conhecida por engenho do Bribão, corruptela do nome do novo dono. Bierboom associara-se a Jacob Velthuysen na exploração do engenho. Em 1645, os insurretos luso-brasileiros construíram ali o Arraial Novo. Bierboom retirara-se para o Recife, onde, "malgrado as dificuldades dos tempos, tem feito o possível para cumprir os seus compromissos com a WIC", contratando o fornecimento de pedra e tijolo à Companhia. Em 1647, tendo sido executado em 2027 florins como fiador de Mateus van de Broeck pela compra de africanos, conseguiu desembolsar de imediato só a metade da quantia. Em 1645, Bierboom era devedor de 7862 florins à WIC. Em 1655, o engenho estava a monte sem que ninguém o reclamasse. Em 1663, Abraham Velthuijsen, como único interessado na sucessão de Bierboom, reivindicou indenização da Coroa portuguesa.(17)».

@ pg. 176, Notas:

«(17) DP, p. 431; IL, 12967; RPFB, p. 204; FHBH, I, pp. 28, 154, 238; RCCB, pp. 48-9; DN, 22.X e i9.XI.1635, 22.I e 19.V.1636, 26.VIII.1637, 5.XI.1647, 14.II.1651; "Generale staet", ARA, OWIC, n. 62; Francisco Barreto a d. João IV, 7.VIII.1654, AHU, PA, Pco., IV; Pereira da Costa, Arredores do Recife, pp. 68-9; Gonsalves de Mello, Gente da nação, pp. 185-6; e A cartografia holandesa do Recife, p. 33.».


NOTAS:

  • Marcgrave mapeou o Engenho São Tomé atribuindo-lhe o topônimo 'Fyrbo' - vide NOTAS acima, após as citações da cartografia histórica.
  • Constata-se que os mapas Vingboons contêm informações mais antigas do que os dos mapas de Margrave - neles está plotado o Engenho São Tomé. Por esta razão considera-se que o Engenho São Tomé também está plotado nos mapas de Margrave.
  • Cumpre observar que os mapas Vingboons plotam, próximos, três engenhos: 'TrԐs rԐys Ԑ', 'St. Anto' e 'St. TomԐ Ԑ'.
  • Resta apenas o 'Fyrbo' no BQPPB, assim provavelmente este é o 'Ԑ. St. Tomé', Engenho São Tomé.






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Fyrbo". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Fyrbo. Data de acesso: 26 de abril de 2024.


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