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S. Luzia (povoação)

De Atlas Digital da América Lusa

S. Luzia (povoação)

Geometria

Coleção Levy Pereira


S. Luzia

Povoação na margem sul da 'Mondaĩ ou Alagoa de Norte' (Lagoa Mundaú - Lagoa do Norte).


Natureza: povoação.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS MERIDIONALIS.


Capitania: PARANAMBVCA.


Nomes históricos: S. Luzia; Santa luzia; Santa Luzia de Siracusa; Vilanova de Santa Luzia; Vila de Santa Luzia; Pouaçaõ.


Nome atual: cidade Santa Luzia do Norte - AL.

Citações

►Mapa RSF (Albernaz, 1626/1627) RIO DE SÃO FRANCISCO, desenhada com igrejas e casas, assinalada com a letra H, 'H - Vilanova de Santa Luzia', na m.d. da lagoa assinalada com a letra G, 'G - Lagoa do Norte cõ dous Engenhos'.

►Mapa PE (Albernaz, 1626/1627) CAPITANIA DE PERNÃOBVCO, desenhada, 'Santa luzia', ao oeste da lagoa parcialmente desenhada, sem nome, com barra ao sul de 'Iaragua' (Porto de Jaragua).

►Mapa BA (IAHGP-Vingboons, 1640) #36 CAPITANIA DO BAHIA DE TODOS SANCTOS, plotada, sem nome, desenhada com a disposição das edificações, na margem sul da 'a Lagoa ∂Ԑ Noor∂' (Lagoa Mundau).

►Mapa BRASILIA (IAHGP-Vingboons, 1640) #38 CAERTE VAN BRASILIA, plotada com o símbolo de povoação ('DorpԐn'), sem nome, na m.d. da 'Alagoa ∂Ԑ Nor∂t.' (Lagoa do Norte - Lagoa Mundaú).

►Mapa PE-M (IAHGP-Vingboons, 1640) #39 CAPITANIA DO PHARNAMBOCQVE, plotada com o símbolo de povoação-'DorpԐn', denominada 'Pouaçaõ', na m.d. da 'Alagoa ∂Ԑ Nor∂t.' (Lagoa do Norte - Lagoa Mundaú).

(Nieuhof, 1682):

pg. 38-39:

"A Capitania de Pernambuco é das maiores e mais importantes do Brasil holandês. ... Divide-se ela em 11 distritos pequenos, habitados pelos portugueses a saber: a cidade de Olinda, Iguarassu, Recife, Muribeca, Santo Antônio, Ipojuca, Serinhaém, São Gonçalo de Una, Porto Calvo, Alagoas do Norte e Alagoas do Sul, dentre as quais Olinda e Iguarassu são as principais.

...

As cidades de Alagoas do Norte e Alagoas do Sul estão a 40 milhas do Recife.".

(Diegues Jr, 1949), pg. 48-49-50:

"A Miguel Gonçalves Vieira concedeu Jorge de Albuquerque Coelho as terras da lagoa do Norte; abrangia a sesmaria desde o rio Santo Antônio Mirim até a Pajussara, onde começava a de Manuel Antônio Duro. Eram cinco léguas de largo.

Miguel Gonçalves Vieira, em 1593, era provedor da fazenda del-rei, e, segundo se depreende de declarações de Agostinho Seixas perante o Santo Ofício, fora lavrador de Belchior Luís, senhor de engenho em Jaboatão. A condição da concessão — a mesma exigida a Diogo Soares e, possivelmente também, a Cristóvão Lins — era repartir as terras com os moradores e fazer vila, além de um engenho de fabricar açúcar.

Em 1610 já se estava fazendo a vila e levantando-se o engenho de açúcar. É o que revela a escritura que, em abril desse ano, fez Diogo Gonçalves Vieira concedendo uma légua de terra em quadra na ribeira do Mundaú a Antônio Martins Ribeiro.

A vila foi o povoado de Santa Luzia do Norte, já constituído em freguesia em 1654 (45), e somente tendo a categoria oficial de vila em 1830.

...

Um dos mapas que acompanham o Livro que dá Razão de Estado do Brasil (48) assinala Santa Luzia como vila em 1611; não nos parece senão uma referência sobre o adiantamento da povoação, e nunca uma categoria oficialmente concedida, o que só sucedeu em 1830. Também não é verossímil a lenda de Gabriel Soares, no seu «Tratado», de que a vila de Santa Luzia fora fundada por um cego; lenda que Almeida Prado (49) admite. Nenhuma tradição alagoana refere-se a esta lendária fundação; e as referências por nós acima coligidas, deixam bem claro a fundação da vila — vila no sentido de núcleo de população — se ter dado à época em que Diogo Gonçalves Vieira fazia concessão de terra a Antônio Martins Ribeiro.

(45) "Idéia da população da capitania de Pernambuco", in Anais da Biblioteca Nacional, vol. XL, 1918, Rio de Janeiro, 1923.

...

(48) MS existente no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

(49) Pernambuco e as capitanias do Norte do Brasil, tomo 2°, São Paulo, 1941.".

@ pg. 73:

"É a partir de setembro de 1631 que o território das Alagoas passa a tomar parte ativa na luta flamenga. Logo depois se verifica a deserção de Calabar, cujo conhecimento da terra permite uma rápida modificação no rumo da guerra. Em maio de 1633, Calabar conduz os seus novos senhores ao Norte das Alagoas. Sucedem-se os saques, incêndios de caravelas, degolamentos de moradores em Porto de Pedras e Porto Calvo.

...

Em Santa Luzia do Norte encontram os invasores a notável resistência do capitão de milícias Antônio Lopes Filgueiras, que com sua sogra, D. Maria de Sousa, e seus cunhados, participa da luta, vindo a falecer dos ferimentos recebidos. A defesa encontrada impediu que os holandeses fizessem com Santa Luzia o que haviam feito com Madalena: incendiá-la.".

(Câmara Cascudo, 1956):

@ pg. 155:

"Miguel Gonçalves Vieira era dono da Alagoa do Norte, a Mundaú. Dessa posse, Vieira destacou um quinhão de légua-em-quadra para Antônio Martins Ribeiro, em 13 de abril de 1610, à margem do Mundaú. Ribeiro funda Santa Luzia de Siracusa, Santa Luzia do Norte atualmente.".

@ pg. 158:

"O SOMMIER DISCOURS resume Alagoas nalgumas linhas nítidas e apressadas. "Começando do sul, temos o 1.° distrito que se estende do S. Francisco ao rio Pirasinunga (Persinunga), e, como dissemos, nunca teve uma forma regular de governo. As suas principais povoações são: Penedo, Alagoa do Sul, Alagoa do Norte, (cada uma com uma povoação), e Porto do Calvo. ...".

@ pg. 170, comentando a respeito dos caminhos mapeados na área:

"Em reta, dos arredores do Mundaú a Sant'Antônio, estão engenhos de roda d'água com Capela (ingenio, vel mola sacchari qual vi aquarnm, rotatur, cum Ecclesia), a povoaçao de Santa Luzia do Norte, seguindo-se para Nossa Senhora d'Ajuda engenho d'água com Capela.".






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Luzia (povoação)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Luzia_(povoa%C3%A7%C3%A3o). Data de acesso: 27 de abril de 2024.


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