Ações

S. Madanella (engenho de bois)

De Atlas Digital da América Lusa

S. Madanella (engenho de bois)

Geometria

Coleção Levy Pereira


S. Madanella

Engenho de bois com igreja, na várzea do 'Capiíbarĩ' (Rio Capibaribe).


Natureza: engenho de bois com igreja.


Mapa: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ.


Capitania: PARANAMBVCA.


Jurisdição: Cidade de Olinda, Freguesia da Várzea.


Nomes históricos:Engenho Santa Madalena (S. Madanella; S. Madunella); Engenho da Madalena (man∂el); Engenho Mendonça (Ԑngenho Van jan ∂e Mendonca; Mola Mendoncæ).


Nome atual: não existe mais como engenho.

  • Situava-se no Bairro Madalena, na cidade do Recife-PE.
  • Sua casa-grande hoje sedia a 5ª Coordenação Regional do IPHAN, Rua Benfica, 1.150 - Madalena, Recife - Pernambuco - Brasil.


Citações:

►Mapa PC (Golijath, 1648) "Perfecte Caerte der gelegentheyt van Olinda de Pharnambuco MAURIRTS-STADT ende t RECIFFO", plotado com a nota «Ԑngenho van Ian de Mendonca».


►Mapa ASB (Golijath, 1648) "Afbeeldinge van drie Steden in Brasil", plotado e assinalado com a letra Y. Na 'Verklaringe deser Caerte.' explicita «Y: Ԑngenho Van jan ∂e Mendonca».


(Barléu, 1647) - esse engenho está assinalado como "Mola Mendoncæ" no mapa "MAVRITIOPOLIS RECIFFA ET CIRCUM IACENTIA CASTRA", fig. 40.


►Mapa PE-C (IAHGP-Vingboons, 1640) #40 CAPITANIA DE PHARNAMBOCQVE, plotado como engenho, 'man∂el Ԑ', na m.d. do 'Rº. Capauiriuÿ'.


►Mapa IT (IAHGP-Vingboons, 1640) #43 CAPITANIA DE I. TAMARICA, plotado como engenho, 'Ԑ man∂Ԑl', na m.d. do 'Rº. Capauiriuÿ'.


►Mapa PE (Orazi, 1698) PROVINCIA DI PERNAMBVCO, plotado, 'S. Madunella',na m.d. do 'Capiibari'.


(Nassau-Siegen; Dussen; Keullen - 1638), pg. 87:

"54. Engenho de João de Mendonça, presente; é de bois e mói. ".


(Dussen, 1640), pg. 152:

"58) Engenho Santa Madalena, pertencente a João de Mendonça, é engenho de bois e mói. São lavradores:

Partido da fazenda 45 tarefas

Gaspar Vaz Pinto 18

Pero Dias Farado 5

Pero Luís Álvares 4

João Daymar, partido livre 20

Antônio da Fonseca, partido livre 12

________________

104 tarefas".


(Relação dos Engenhos, 1655), pg. 237-238, informando a pensão que este engenho pagava à capitania de Pernambuco:

"Engenhos da freguesia da Várzea do Capibaribe

...

- E o engenho de João de Mendonça Furtado, vinte e cinco arrobas de branco.".


(Pereira da Costa, 1951), Volume 10, Ano 1846, pg. 351:

"Madalena — Era também conhecido por Engenho do Mendonça, do nome do seu proprietário João de Mendonça. Era de animais e trabalhava regularmente em 1637.".


(Gonsalves de Mello, 1976), pg. 33, comentando a respeito do mapa ASB (Golijath, 1648) acima citado:

"13) «Engenho van Jan de Mendonça», assinala o famoso Engenho da Madalena, do nome de sua antiga proprietária, Madalena Gonçalves. Em 1635 o «Engenho Santa Madalena» estava arrendado a Duarte Saraiva, judeu que com a ocupação holandesa voltou a Pernambuco (como judeu se chamava David Senior Coronel) e, dizendo-se credor de Manuel Saraiva, senhor do dito engenho, residente em Portugal, vendeu-o, antes de 1641, a João de Mendonça Furtado. (56)

...

(56) Dag. Notulen de 1 de junho de 1635, 14 de maio de 1638 e 5 de julho de 1641, ARA, OWIC 68 (as duas primeiras) e OWIC 69 (a última). Creio que João de Mendonça Furtado é o mesmo João Mendonça, irmão de Gaspar de Mendonça, ambos sobrinhos do dito Duarte Saraiva, conforme revela um documento publicado pela Profa. Anita Novinsky, «Uma devassa do Bispo D. Pedro da Silva, 1635-37», Anais do Museu Paulista vol. XXII (São Paulo, 1968), pp. 247 e 268. Segundo a Nobiliarquia Pernambucana, João de Mendonça Furtado era filho legitimo de Antônio de Mendonça Furtado, ao passo que Gaspar era filho natural do mesmo, havido em Maria da Silva, mulher solteira liv. cit. I pp. 188, 461 e 495. O Manuel Saraiva deve ser o mesmo Manuel Saraiva de Mendonça referido na Nobiliarquia cit., I pp. 290/292 e II p. 356. Documento respeitante ao ano de 1623 confirma que Manuel Saraiva de Mendonça era proprietário de um engenho na Várzea do Capibaribe, certamente o Madalena: J. A. Gonsalves de Mello, «Uma relação dos engenhos de Pernambuco em 1623», Revista do Museu do Açúcar nº 1 (Recife, 1968) p. 32. ".


(Cavalcanti; Cunha, 2006), pg. 27:

"1 - ENGENHO MADALENA

Construído no século XVI por Pedro Afonso Duro, casado com Madalena Gonçalves.

O bairro da Madalena originou-se desse engenho, conhecido como Engenho da Madalena ou Engenho Mendonça, por pertencer a João Mendonça, em 1630.

...

A casa-grande, conhecida como Sobrado Grande da Madalena, pertenceu ao Conselheiro João Alfredo de Oliveira, no século XIX. Hoje abriga o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan.".


(Cabral de Mello, 2012):

@ pg. 63-64, Os engenhos de açúcar do Brasil Holandês, I - Capitania de Pernambuco, Várzea do Capíbaribe:

«9) SANTA MADALENA. Sito à margem direita do Capibaribe. Golijath não o registrou mas fê-lo Markgraf como Santa Madalena, segundo a grafia também usada na época. Engenho de bois. Pagava de pensão 25 arrobas de açúcar. Suas terras, originalmente parte de sesmaria de Jerônimo de Albuquerque, foram vendidas a Pedro Afonso Duro, que nelas levantou o engenho. Falecido o proprietário, a viúva, Madalena Gonçalves, vendeu-o a Cristóvão Pais d'Altro. Em 1623, o engenho foi adquirido por Manuel Saraiva de Mendonça, produzindo 14320 arrobas. Quando da ocupação holandesa, Manuel achava-se em Portugal e o rendeiro retirou-se da capitania. Em 1633, a guarnição luso-brasileira, que ocupava o engenho, foi trucidada pela tropa holandesa, que incendiou a fábrica. Em 1637 o engenho é referido como pertencente a João de Mendonça Furtado, com cinco partidos de lavradores (inclusive dois partidos livres), cuja produção, somada à do partido da fazenda (45), perfazia 104 tarefas, equivalentes a 3640 arrobas. Moeu em 1637 e 1639, sendo administrado por Duarte Saraiva. Duarte, parente de Manuel de Mendonça, vivera em Pernambuco nos anos 1580 ou 1590. Em 1638, o governo do Brasil holandês autorizou-o, "em nome de João de Mendonça Furtado, senhor de engenho na Várzea", a cortar lenha para a sua olaria e também para o gasto do engenho no bosque adjacente à casa "La Fontaine", que o conde de Nassau edificara para seu repouso. A autorização foi renovada em 1641, ocasião em que o governo convocou Duarte Saraiva para explicar-se sobre a legitimidade da posse do engenho, que alegou deter de ordem da direção da WIC em Amsterdã, uma vez que Manuel Saraiva, residente em Portugal, era seu devedor. Além de possuir outras fábricas e exercer várias atividades econômicas, Duarte (ou David Sênior Coronel entre os judeus) foi figura de proa da comunidade judaica do Brasil holandês, falecendo no Recife em 1650. Em 1645, Duarte devia 12142 florins à WIC em "conta a prazo". Em 1655, o engenho moía, pertencendo a João de Mendonça. Em 1663, os herdeiros de Duarte Saraiva reivindicavam a soma de 351502 florins da Coroa portuguesa.(9)».

@ pg. 174, Notas:

«(9) "LIVRO DO TOMBO", p. 490; RPFB, p. 204; FHBH, I, pp. 28, 87, 152, 238; RCCB, p. 46; MDGB, p. 101; VWIC, III, p. 146; DN, I.VI.1635, 14.V.1638, 4.VII e 5.VII.1641; "Generale Staet", ARA, OWIC, N. 62; NP, I, pp. 290, 479; PEREIRA DA COSTA, "Origens Históricas", p. 312; e Arredores do Recife, pp. 99-100; GONSALVES DE MELLO, Gente da Nação, p. 224-7, 416-9; RONALDO VAINFAS, Jerusalém Colonial: Judeus portugueses no Brasil Holandês, Rio de Janeiro, 2010, pp. 128-9.».






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "S. Madanella (engenho de bois)". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/S._Madanella_(engenho_de_bois). Data de acesso: 27 de abril de 2024.


Baixe a referência bibliográfica deste verbete usando

BiblioAtlas recomenda o ZOTERO

(clique aqui para saber mais)



Informar erro nesta página