Mudanças entre as edições de "Estrutura de dados"

De Cliomatica - Digital History
 
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Há uma diferença grande entre o que fazem os programadores e o que querem os historiadores. Os programadores são formados dentro de uma lógica de resolver problemas. Para os historiadores, isso parece ótimo, pois nosso trabalho consiste em criar problemas. Aparentemente, o casamento seria perfeito. Contudo, não é essa a rotina destas famílias/projetos de pesquisa. As bases de dados criadas pelos programadores são sempre method-oriented, orientadas pelo método, pelo desafio a resolver, pelo “plano de negócios” do cliente. Enquanto isso, os historiadores geralmente preferem trabalhar com bases source-oriented, ou seja, aquelas cujas fontes, as evidências empíricas, sejam o centro das atenções, de tal maneira que a base fique o mais próximo possível da fonte, mas sem perder a capacidade de ser automatizada
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Outro problema frequente é a constante preocupação dos programadores com o tamanho das bases e como devem ser feitas com o mínimo de texto. Para os historiadores isso é frustrante. Não há, contudo, um lado certo. Os programadores foram ensinados a enxugar as bases para garantir a eficiência, enquanto os historiadores são formados com uma preocupação de guardar grandes quantidades de texto e seus metadados. Gostamos de guardar tudo, mas não adianta guardar tudo fora de ordem, pois é o mesmo que não guardar. Ter e não encontrar é como não ter.
 
 
 
 
A primeira coisa que importa saber é quais são os elementos que compõem uma base de dados, sua estrutura. É bem mais simples do que Althusser! Uma base é um conjunto de TABELAS articuladas. Alguns usam a palavra “entidade” para designar as tabelas, um nome um tanto sobrenatural. Essas tabelas podem conter diferentes tipos de informação: sobre pessoas, casas, terras, por exemplo, endereços, etc. Podemos criar apenas uma tabela, se for o caso. Sobre essa decisão, que envolve predominantemente problemas próprios do conhecimento histórico, veremos adiante, quando lermos sobre a montagem de bases. Continuemos com as nossas tabelas.
 
A primeira coisa que importa saber é quais são os elementos que compõem uma base de dados, sua estrutura. É bem mais simples do que Althusser! Uma base é um conjunto de TABELAS articuladas. Alguns usam a palavra “entidade” para designar as tabelas, um nome um tanto sobrenatural. Essas tabelas podem conter diferentes tipos de informação: sobre pessoas, casas, terras, por exemplo, endereços, etc. Podemos criar apenas uma tabela, se for o caso. Sobre essa decisão, que envolve predominantemente problemas próprios do conhecimento histórico, veremos adiante, quando lermos sobre a montagem de bases. Continuemos com as nossas tabelas.
  
  
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Uma tabela é formada por campos e registros (também conhecidos como "colunas" e "linhas"). Nas colunas, indicam-se os “campos” do banco de dados (também chamados por alguns de “atributos”), como geralmente aparece em formulários, por exemplo, “nome”, “endereço” e “estado civil”. As linhas correspondem aos registros. No caso de uma tabela feita para organizar e gerenciar uma turma escolar, a tabela seria composta por campos como “nome”, “matrícula” e “idade”, por exemplo. Os registros seriam tantos quantos fossem os alunos matriculados na turma.  
 
Uma tabela é formada por campos e registros (também conhecidos como "colunas" e "linhas"). Nas colunas, indicam-se os “campos” do banco de dados (também chamados por alguns de “atributos”), como geralmente aparece em formulários, por exemplo, “nome”, “endereço” e “estado civil”. As linhas correspondem aos registros. No caso de uma tabela feita para organizar e gerenciar uma turma escolar, a tabela seria composta por campos como “nome”, “matrícula” e “idade”, por exemplo. Os registros seriam tantos quantos fossem os alunos matriculados na turma.  
 
  
 
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Agora, que já dominamos essa informação, podemos avançar um pouco mais. Cada um dos campos (ou atributos, é a mesma coisa) da nossa base deve ter sua própria personalidade, ou seja, devem ser qualificados. Ele pode ser um campo de “texto” (curto ou longo), de “número”, de “data”, de “imagem”, de “cálculo”, entre outras possibilidades. Devo prever que tipo de informação vai entrar ali. Cada software utiliza suas tipologias, mas texto, número e data sempre aparecem e são os mais importantes para nossos bancos. Além de definir que tipo de campo será, podemos também definir o tamanho máximo desse campo, quantas “casas” ele terá. Por exemplo, um campo como “nome” certamente será do tipo “texto” e seria recomendável permitir até 150 caracteres para seu preenchimento, ainda que possamos deixar esse campo com tamanho ilimitado. Na maior parte das vezes, essa última decisão é inócua. Mas, para as bases de dados online, costuma fazer a diferença ter campos “enxutos” para acelerar as buscas.
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Edição atual tal como às 11h02min de 22 de setembro de 2020

Tempo estimado de leitura deste artigo 6 minutos - por Tiago Gil


PORTAL DE BANCOS DE DADOS

Bancos de dados e sua potencial utilidade na pesquisa em história (texto que apresenta o quanto de teoria e metodologia há por trás das aparentes decisões técnicas de quem cria o banco de dados)

Bancos de dados: um breve histórico do seu uso por historiadores (verbete sobre diversos historiadores que usaram bancos de dados em suas pesquisas, demonstrando algumas dos problemas enfrentados por eles)

Estrutura de dados e Modelos conceituais, lógicos e físicos (Artigos de caráter técnico que apresentam o vocabulário básico de criação de bancos de dados)

Aspectos visuais (Algumas notas sobre como bases visualmente claras podem ser úteis, além de dicas sobre como criar bases visualmente boas)

Bases centradas na fonte (Texto sobre bases de dados criadas com base em uma fonte histórica, como Registros de Batismos, cartas ou Inventários Post-Mortem)

Bases centradas no método (Texto sobre bases de dados criadas com base em um método ou problema de pesquisa, como aquelas focadas em indivíduos, famílias, redes, etc)

A primeira coisa que importa saber é quais são os elementos que compõem uma base de dados, sua estrutura. É bem mais simples do que Althusser! Uma base é um conjunto de TABELAS articuladas. Alguns usam a palavra “entidade” para designar as tabelas, um nome um tanto sobrenatural. Essas tabelas podem conter diferentes tipos de informação: sobre pessoas, casas, terras, por exemplo, endereços, etc. Podemos criar apenas uma tabela, se for o caso. Sobre essa decisão, que envolve predominantemente problemas próprios do conhecimento histórico, veremos adiante, quando lermos sobre a montagem de bases. Continuemos com as nossas tabelas.


Figura1.png


Uma tabela é formada por campos e registros (também conhecidos como "colunas" e "linhas"). Nas colunas, indicam-se os “campos” do banco de dados (também chamados por alguns de “atributos”), como geralmente aparece em formulários, por exemplo, “nome”, “endereço” e “estado civil”. As linhas correspondem aos registros. No caso de uma tabela feita para organizar e gerenciar uma turma escolar, a tabela seria composta por campos como “nome”, “matrícula” e “idade”, por exemplo. Os registros seriam tantos quantos fossem os alunos matriculados na turma.


TABELA "ALUNOS"

* Nome

* Matrícula

* Idade


Modelo de tabela (conceitual)


Figura2.png


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Agora, que já dominamos essa informação, podemos avançar um pouco mais. Cada um dos campos (ou atributos, é a mesma coisa) da nossa base deve ter sua própria personalidade, ou seja, devem ser qualificados. Ele pode ser um campo de “texto” (curto ou longo), de “número”, de “data”, de “imagem”, de “cálculo”, entre outras possibilidades. Devo prever que tipo de informação vai entrar ali. Cada software utiliza suas tipologias, mas texto, número e data sempre aparecem e são os mais importantes para nossos bancos. Além de definir que tipo de campo será, podemos também definir o tamanho máximo desse campo, quantas “casas” ele terá. Por exemplo, um campo como “nome” certamente será do tipo “texto” e seria recomendável permitir até 150 caracteres para seu preenchimento, ainda que possamos deixar esse campo com tamanho ilimitado. Na maior parte das vezes, essa última decisão é inócua. Mas, para as bases de dados online, costuma fazer a diferença ter campos “enxutos” para acelerar as buscas.


No video abaixo demonstramos de modo mais visual essa explicação:



Referências



Citação deste verbete
Como citar: GIL, Tiago. "Estrutura de dados". In: CLIOMATICA - Portal de História Digital e Pesquisa. Disponível em: http://lhs.unb.br/cliomatica/index.php/Estrutura_de_dados. Data de acesso: 2 de julho de 2024.






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