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Cai∫a

De Atlas Digital da América Lusa

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►Mapa CE (IAHGP-Vingboons, 1640) #53 CAPITANIA DO ZIERA, plotado, 'Caysa.', entre 'O ßran∂ibԐ', 'ßran∂ibԐ'  e 'R. Gramana.' (Guamaré).
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►Mapa CE [[(IAHGP-Vingboons, 1640)]] #53 CAPITANIA DO ZIERA, plotado, 'Caysa.', entre 'O ßran∂ibԐ', 'ßran∂ibԐ'  e 'R. Gramana.' (Guamaré).
  
►Mapa Y-54 (4.VEL Y, 1642) De Cust van Brazil tusschen cabo Roques en Bay Cazay, plotada, 'Kaÿsa:'.
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►Mapa Y-54 [[(4.VEL Y, 1643-1649)]] De Cust van Brazil tusschen cabo Roques en Bay Cazay, plotada, 'Kaÿsa:'; no título do mapa, 'Bay Cazay'.
  
Também é citada no nome desse mapa.
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►Mapa Y-57 [[(4.VEL Y, 1643-1649)]] De Cust van Brazil tusschen de Bay Caÿsay en ponto abaron, plotada, 'Kaÿsa:'; no título do mapa, 'Bay Caÿsay'.
  
►Mapa Y-57 (4.VEL Y, 1642) De Cust van Brazil tusschen de Bay Caÿsay en ponto abaron, plotada, Kaÿsa:'.
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►Mapa CE-RG [[(Orazi, 1698)]] PROVINCIE DI SEARÁ E RIO GRANDE, plotado, 'Caysa', entre 'obrandibe' e 'R. Gramauma' (Guamaré).
  
Também é citada no nome desse mapa.
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►Mapa CE-RG (Orazi, 1698) PROVINCIE DI SEARÁ E RIO GRANDE, plotado, 'Caysa', entre 'obrandibe' e 'R. Gramauma' (Guamaré).
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... De caá-içara, pau tostado, queimado; o cercado, o tapume, a estacada (TS). ... Valia curral.''.
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As informações de Cãmara Cascudo permite a conclusão de que Caicara do Norte, logicamente a caiçara primitiva, é mais antiga que São Bento do Norte, e assim é o topônimo assinalado em muitos mapas do século XVII.
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*Nota: as informações de Câmara Cascudo permitem a conclusão de que Caiçara do Norte, logicamente a caiçara primitiva, é mais antiga que São Bento do Norte, e assim, é o topônimo assinalado em muitos mapas do século XVII.
  
►(Medeiros, 1997), O LITORAL POTIGUAR EM 1628, SEGUNDO GASPAR PARAUPABA E OUTROS INDÍGENAS, pg. 16-19:  
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[[(Medeiros, 1997)]], O LITORAL POTIGUAR EM 1628, SEGUNDO GASPAR PARAUPABA E OUTROS INDÍGENAS, pg. 16-19:  
  
''Aos 20 de março de 1628, cinco indígenas brasileiros compareceram perante o notário Kilian van Renselaer, com a finalidade de prestarem informações detalhadas da costa nordestina brasileira, aos seus amigos neerlandeses. No tocante ao litoral da Capitania do Rio Grande, aqueles silvícolas assim o descreveram (1):
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"Aos 20 de março de 1628, cinco indígenas brasileiros compareceram perante o notário Kilian van Renselaer, com a finalidade de prestarem informações detalhadas da costa nordestina brasileira, aos seus amigos neerlandeses. No tocante ao litoral da Capitania do Rio Grande, aqueles silvícolas assim o descreveram (1):
  
 
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'Guamare, rio navegável, sem água fresca, a 2 léguas de Caalsa; Aritawa, meia légua mais distante.'
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Guamare, rio navegável, sem água fresca, a 2 léguas de Caalsa; Aritawa, meia légua mais distante.
  
 
O rio Guamaré ainda conserva a mesma denominação. Caalsa corresponde à ponta de Caiçara. Aritawa é o mesmo Aratuá, que banha a cidade de Guamaré RN, fazendo barra ao poente da foz do rio Guamaré.
 
O rio Guamaré ainda conserva a mesma denominação. Caalsa corresponde à ponta de Caiçara. Aritawa é o mesmo Aratuá, que banha a cidade de Guamaré RN, fazendo barra ao poente da foz do rio Guamaré.
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Os cinco indígenas autores dessas informações, chamavam-se: Gaspar Paraoupaba, do Ceará, 50 anos; Andreus Francisco, também do Ceará, 32 anos; Píeter Poty, Antony Francisco e Lauys Caspar, todos eles moradores em Baia da Traição, na Paraíba.
 
Os cinco indígenas autores dessas informações, chamavam-se: Gaspar Paraoupaba, do Ceará, 50 anos; Andreus Francisco, também do Ceará, 32 anos; Píeter Poty, Antony Francisco e Lauys Caspar, todos eles moradores em Baia da Traição, na Paraíba.
  
(1) GERRITSZ, Hessel • Jornaux et Nouvelles, etc,, pp. 171-173.''.
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(1) GERRITSZ, Hessel • Jornaux et Nouvelles, etc,, pp. 171-173.".
  
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''Nestes mapas, o enigmático lugar Kaijsa / Kaijsai na soleira das contíguas salinas sugere que os portugueses lá tivessem mantido uma alfândega para cobrar os impostos do sal monopolizado. Porque o termo português para cofre é caixa, palavra que facilmente é reconhecível na corruptela Kaijsa. A não ser que se trate da palavra indígena Caiçara.''.
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"Nestes mapas, o enigmático lugar Kaijsa / Kaijsai na soleira das contíguas salinas sugere que os portugueses lá tivessem mantido uma alfândega para cobrar os impostos do sal monopolizado. Porque o termo português para cofre é caixa, palavra que facilmente é reconhecível na corruptela Kaijsa. A não ser que se trate da palavra indígena Caiçara.".
  
Nota: não há documento nem tradição indicando ter havido algum estabelecimento oficial - aduana - nesse local.
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*Nota: não há documento nem tradição indicando ter havido algum estabelecimento oficial - aduana - nesse local.
  
 
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Edição de 14h05min de 19 de abril de 2015

Coleção Levy Pereira

Cai∫a

Baía entre 'O. Brandibe' (Ponta Santo Cristo) e 'R. de Gramama' (Guamaré).

'Cai∫a' no MBU.


Natureza: baía e ponta.


Mapa:

MARITIMA BRASILIÆ UNIVERSÆ.


Capitania: Capitania de Rio Grande.


Nomes históricos: Cai∫a; Caysa; Kaÿsa; Kaalsa; Caalsa; Bay Cazay; Bay Caÿsay.


Nome atual:

Baía no litoral das cidades de Caiçara do Norte-RN e São Bento do Norte-RN - essas duas cidades são conurbadas.

Essa baia inicia-se a oeste da Ponta de São Bento do Norte.

O topônimo é associado a caiçara, palavra tupi.

Citações:

►Mapa CE (IAHGP-Vingboons, 1640) #53 CAPITANIA DO ZIERA, plotado, 'Caysa.', entre 'O ßran∂ibԐ', 'ßran∂ibԐ' e 'R. Gramana.' (Guamaré).

►Mapa Y-54 (4.VEL Y, 1643-1649) De Cust van Brazil tusschen cabo Roques en Bay Cazay, plotada, 'Kaÿsa:'; no título do mapa, 'Bay Cazay'.

►Mapa Y-57 (4.VEL Y, 1643-1649) De Cust van Brazil tusschen de Bay Caÿsay en ponto abaron, plotada, 'Kaÿsa:'; no título do mapa, 'Bay Caÿsay'.

►Mapa CE-RG (Orazi, 1698) PROVINCIE DI SEARÁ E RIO GRANDE, plotado, 'Caysa', entre 'obrandibe' e 'R. Gramauma' (Guamaré).

(Câmara Cascudo, 1968):

@ pg. 75:

"CAIÇARA: — Distrito de S. Bento do Norte.

... De caá-içara, pau tostado, queimado; o cercado, o tapume, a estacada (TS). ... Valia curral.".

@ pg. 167:

"CAIÇARA NOVA - Primeiro nome de São Bento do Norte.".

  • Nota: as informações de Câmara Cascudo permitem a conclusão de que Caiçara do Norte, logicamente a caiçara primitiva, é mais antiga que São Bento do Norte, e assim, é o topônimo assinalado em muitos mapas do século XVII.

(Medeiros, 1997), O LITORAL POTIGUAR EM 1628, SEGUNDO GASPAR PARAUPABA E OUTROS INDÍGENAS, pg. 16-19:

"Aos 20 de março de 1628, cinco indígenas brasileiros compareceram perante o notário Kilian van Renselaer, com a finalidade de prestarem informações detalhadas da costa nordestina brasileira, aos seus amigos neerlandeses. No tocante ao litoral da Capitania do Rio Grande, aqueles silvícolas assim o descreveram (1):

...

Guamare, rio navegável, sem água fresca, a 2 léguas de Caalsa; Aritawa, meia légua mais distante.

O rio Guamaré ainda conserva a mesma denominação. Caalsa corresponde à ponta de Caiçara. Aritawa é o mesmo Aratuá, que banha a cidade de Guamaré RN, fazendo barra ao poente da foz do rio Guamaré.

...

Os cinco indígenas autores dessas informações, chamavam-se: Gaspar Paraoupaba, do Ceará, 50 anos; Andreus Francisco, também do Ceará, 32 anos; Píeter Poty, Antony Francisco e Lauys Caspar, todos eles moradores em Baia da Traição, na Paraíba.

(1) GERRITSZ, Hessel • Jornaux et Nouvelles, etc,, pp. 171-173.".

(Teensma, 2011), pg. 37:

"Nestes mapas, o enigmático lugar Kaijsa / Kaijsai na soleira das contíguas salinas sugere que os portugueses lá tivessem mantido uma alfândega para cobrar os impostos do sal monopolizado. Porque o termo português para cofre é caixa, palavra que facilmente é reconhecível na corruptela Kaijsa. A não ser que se trate da palavra indígena Caiçara.".

  • Nota: não há documento nem tradição indicando ter havido algum estabelecimento oficial - aduana - nesse local.






Citação deste verbete
Autor do verbete: Levy Pereira
Como citar: PEREIRA, Levy. "Cai∫a". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/Cai%E2%88%ABa. Data de acesso: 10 de junho de 2024.


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