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Feminismo

Boletins da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino

A principal fonte para reconstituir o pensamento e a ação das feministas que integravam a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino são os boletins que a entidade publicava quase todos os meses. Ao tempo em que a pesquisa para o Museu Virtual esteve em campo, a coleção do Arquivo Nacional estava fechada à consulta. Certamente, esta é a mais completa coleção de boletins que se conhece e recomendo aos pesquisadores insistir junto ao Arquivo para consultá-los. Por sorte, a pesquisadora Mônica Karaw nos chamou a atenção para este conjunto de boletins preservado na Biblioteca Riograndense, da cidade gaúcha de mesmo nome. A gente agradece à Mônica!

OUTUBRO DE 1934
NOVEMBRO DE 1934
DEZEMBRO DE 1934
FEVEREIRO DE 1935
MARÇO-DE-1935.pdf

Obras sobre História do Feminismo e das Mulheres no Brasil

Para alguém que deseje se iniciar na historiografia sobre os feminismos e a história das mulheres no Brasil, seguem sugestões de obras fundamentais. Nessa seleção, faltam ainda os livros de Branca Moreira Alves e de Mary Del Priori, de que não dispomos de imagens.
Lembre-se: o feminismo é baseado na consciência dos interesses femininos. Estudar a experiência do passado replica horloges ajuda muito a pensar o que fazer no presente, conceber estratégias de ação e evitar erros.

João Batista Cascudo Rodrigues: "A mulher brasileira - direitos políticos e civis"Heleieth Saffioti: "A mulher brasileira: opressão e exploração"Heleieth Saffioti: "A mulher na sociedade de classes: mito e realidade"June E. Hahner: "A mulher brasileira e suas lutas sociais e políticas: 1850-1937"
Rachel Soihet: "O feminismo tático de Bertha Lutz"

A ameaça das datilógrafas

Na década de 1910, havia poucas alternativas de emprego para as mulheres. O Censo de 1920 mostrou que a maior parte das moradoras da Capital Federal trabalhava em casas de família, como cozinheiras, babás e lavadeiras. Em segundo lugar, havia as trabalhadoras do comércio, seguidas das trabalhadoras de confecções – as muitas costureiras e bordadeiras. Por fim, muitas trabalhavam nas fábricas têxteis da cidade. As profissionais do ensino, por sua vez, não passavam de 5.000 mulheres, embora ser professora fosse ofício de prestígio, ainda que mal remunerado (sempre foi). Uma diminuta porção das mulheres ativas no mercado de trabalho era de funcionárias do Estado. Ali estavam os empregos que todos cobiçavam, especialmente os homens.
Sabendo disso, a educadora Leolinda Daltro lutou para manter o Instituto Profissional Orsina da Fonseca, onde as moças podiam aprender um ofício, além das disciplinas básicas. A fim de que mais mulheres pudessem disputar postos nas repartições públicas, as alunas cursavam datilografia.

Alunas da Escola Orsina da Fonseca. [O Malho, 24/3/1917]

Alunas da Escola Orsina da Fonseca. [O Malho, 24/3/1917]


Vejam na reportagem abaixo, de outubro de 1911, como o avanço das datilógrafas nas repartições causava todo tipo de reação nos homens: desde a admiração à repulsa (especialmente daqueles que se sentiam atingidos pela competição).
"A Noite", 23/10/1911. Origem: Hemeroteca Digital Brasileira, disponível em

“A Noite”, 23/10/1911. Origem: Hemeroteca Digital Brasileira, disponível em


Quase uma década se passou e a presença das mulheres nas repartições cresceu. A imprensa continuou a cobrir o assunto com ironia e sarcasmo. A reportagem de A Noite enfatiza a dúvida sobre o uso dos atributos femininos: as mulheres estão no mundo do trabalho para seduzir (artifício?) ou para ganhar o pão (necessidade)? As ilustrações da Revista Feminina brincam com a moda dos cabelos curtos e a perturbadora mudança na atitude feminina. Quanto à datilógrafa, a passagem pela repartição é temporária. Seu objetivo mesmo é se casar, diz a revista.
Revista Feminina, n. 127, dez. 1924. Origem: Biblioteca Nacional.

Revista Feminina, n. 127, dez. 1924. Origem: Biblioteca Nacional.

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Ativismo político de mulheres negras nos EUA

No número 633 da Avenida Pennsylvania, coração nobre da capital norte-americana, está situada a sede do “National Council of Negro Women”. Lê-se na placa:
“O Conselho Nacional de Mulheres Negras foi fundado em 1935, por Mary McLeod Bethune (1875-1955), a fim de fortalecer e ampliar a liderança das mulheres afroamericanas. Desde o início, o Conselho fez campanha para tornar ilegal os impostos discriminatórios, desenvolver um programa de saúde pública, adotar legislação anti-linchamentos, e suprimir a discriminação nas Forças Armadas dos Estados Unidos, nas indústrias de defesa e nos programa de habitação do Estado. A mudança do Conselho em 1995 para este grande antigo hotel fez da entidade a única organização afroamericana a possuir uma propriedade na histórica Avenida Pennsylvania, entre o Capitólio e a Casa Branca. O Conselho criou a Celebração nacional da reunião da família negra, em 1986″.

Placa informativa na sede do "National Council of Negro Women", situada na  Avenida Pennsylvania, Washington, D.C.

Placa informativa na sede do “National Council of Negro Women”, situada na
Avenida Pennsylvania, Washington, D.C.

Os Direitos da Mulher e a Liga das Nações

Bertha Lutz fala ao jornal carioca “A Noite” sobre os direitos trabalhistas da mulher no âmbito da Liga das Nações. Clique duas vezes na imagem para ler a reportagem.

Entrevista de Bertha Lutz ao jornal "A Noite", 27/12/1920

Entrevista de Bertha Lutz ao jornal “A Noite”, 27/12/1920

Uma aliança impensável: as feministas e a Guerra

Até meados da década de 1930 grupos feministas na Europa e nos Estados Unidos se mantiveram coerentes em defesa do pacifismo. Essa posição foi abandonada com o correr dos acontecimentos ao final da década. A onda nacionalista avançou por todos os países afetados pela ameaça fascista e as feministas responderam ao apelo à mobilização pela defesa dos países.
Essas matérias publicadas no jornal getulista “A Manhã”, entre os dias 27 e 29 de outubro de 1942, mostram a Luxe Replica Horloges movimentação das feministas da Federação para mostrar apoio ao governo. Em contrapartida, os salões do Itamaraty são abertos para abrigar as reuniões, em que o tema principal é o papel das mulheres no esforço de guerra.

As mulheres no esforço de guerra

As mulheres no esforço de guerra

A Manhã, 29/10/1942Clique nas imagens!

Reunião da IV Convenção Nacional Feminina, outubro de 1942

Os tempos mudaram e as feministas abandonaram o pacifismo que haviam defendido por tanto tempo e se engajaram no esforço de guerra. A partir da entrada do Brasil no conflito mundial, os jornais getulistas (havia outros?) passaram a noticiar seguidamente as iniciativas das mulheres, muitas delas integrantes da FBPF.

Clique na imagem!No campo da mobilização moral

A 8ª Assembléia da Comissão Interamericana de Mulheres

A diplomata Leontina Licínio Cardoso foi destacada para representar o Brasil na VIII Assembléia da Comissão Interamericana de Mulheres, realizada em julho de 1952, no Ministério das Relações Exteriores, no Rio de Janeiro. Presidida por Amália de Castilo Landin, a assembléia contou com 21 países americanos.
Animada pela cobertura que a imprensa fez do evento, a advogada e feminista, Orminda Bastos, apresentou ao senador Mozart Lago um pré-projeto de lei para reformar os direitos civis das mulheres casadas, o qual Lago apresentou no Senado. Com a diferença de um mês, o deputado Nelson Carneiro fizera o mesmo na Câmara. Durante a tramitação, o projeto de Carneiro replicas relojes aaa+++ foi considerado prioritário e, ao fim de 10 anos, resultou em lei. Saiba mais sobre a tramitação desses projetos lendo o artigo abaixo:
Direitos Civis de mulheres casadas

24.07.1952 Propugnando por um novo sentido social e político edit2Bertha Lutz é condecorada por Vargas durante a 8ª Reunião da Comissão Interamericana de Mulheres, 1952
Clique na imagem para ler o texto!

O sufrágio feminino nos Estados Unidos

A campanha das norteamericanas pelo sufrágio foi, sem dúvida, a grande inspiração política de Bertha Lutz. Lá, a conquista do voto custou 72 anos de empenho das mulheres e teve seu auge na aprovação da 19ª Emenda Constitucional, em 18 de agosto de 1920. No ano seguinte, os grupos feministas continuaram a campanha nos estados para que os respectivos legislativos ratificassem a emenda. O número de estados que aderiram à emenda tornou-se suficiente após o Tennessee a ter ratificado. Na sua fase final, a campanha foi liderada por Carrie Chapman Catt, nascida em Illinois.rolex cinesi perfetti
Durante visita aos Estados Unidos em 1919, Bertha Lutz se tornou amiga pessoal de Carrie, com quem trocou cartas e conselhos políticos até a morte da amiga, em 1947.

Instantâneo de sufragistas reunidas, nos Estados Unidos. Origem: Library of Congress.

Instantâneo de sufragistas reunidas, nos Estados Unidos. Origem: Library of Congress.

 

Carrie Chapman Catt é recebida com grande festa em Nova York, 26 de agosto de 1920.

Carrie Chapman Catt é recebida com grande festa em Nova York, 26 de agosto de 1920.

 

Carrie Catt saúda a multidão nas ruas de Nova York.

Carrie Catt saúda a multidão nas ruas de Nova York.

A face paulista da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino

A jovem advogada Diva Nolf Nazario, nascida na cidade paulista de Batatais, reuniu neste livro as ações da Federação no estado de São Paulo. Artigos publicados em jornais, reuniões políticas, ativistas tentando se alistar nas seções eleitorais: tudo está exposto neste pequeno livro de Nazário, publicado em 1923. Vale a pena conferir…

Diva Nolf Nazario

Diva Nolf Nazario


Diva Nazario
Origem: Biblioteca Pedro Aleixo, Câmara dos Deputados.