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A CAPITANIA DE PARANAMBUCA

De Atlas Digital da América Lusa

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Capitania situada entre 'A CAPITANIA DE ÇÎRÎIĬ' e 'A CAPITANIA DE ITÂMARACÂ'.
 
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'''Nomes históricos:''' A CAPITANIA DE PARANAMBVCA; Capitania de Paranambuco; PRÆFECTURA PARANAMBUCÆ; Província de Parmambuco.
 
'''Nomes históricos:''' A CAPITANIA DE PARANAMBVCA; Capitania de Paranambuco; PRÆFECTURA PARANAMBUCÆ; Província de Parmambuco.
 
  
  
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• Capitania hereditária, doada por D. João III de Portugal a 10 de março de 1534 a Duarte Coelho Pereira.
 
• Capitania hereditária, doada por D. João III de Portugal a 10 de março de 1534 a Duarte Coelho Pereira.
  
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• a Capitania se estendia do Rio São Francisco, em toda sua largura e extensão, incluindo todas suas ilhas da foz até sua nascente, ao rio Igaraçu.
  
 
Plotada nos mapas (situação durante o domínio neerlandês) :
 
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♦ MBU - '[[MARITIMA BRASILIÆ UNIVERSÆ]]', plotada como 'Capitania de Parananbuco.', entre a 'Capitania de Cirii' e a 'Capitania de I. Tamaraca'.
 
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[[(Nieuhof, 1682)]], pg. 38:
  
 
"A Capitania de Pernambuco é das maiores e mais importantes do Brasil holandês. Estende-se para mais de 60 milhas ao longo da costa, entre o rio S. Francisco e a Capitania de Itamaracá. A denominação de Pernambuco indica a entrada do porto, que, devido aos inúmeros rochedos e recifes ocultos sob o mar, foi pelos portugueses chamado Inferno e Bokko, apelido esse depois corrompido para Pernambuco, ou seja Boca do Inferno (31). Divide-se ela em 11 distritos pequenos, habitados pelos portugueses a saber: a cidade de [[Olinda]], Iguarassu, Recife, Muribeca, Santo Antônio, Ipojuca, Serinhaém, São Gonçalo de Una, Porto Calvo, Alagoas do Norte e Alagoas do Sul, dentre as quais [[Olinda]] e Iguarassu são as principais.".
 
"A Capitania de Pernambuco é das maiores e mais importantes do Brasil holandês. Estende-se para mais de 60 milhas ao longo da costa, entre o rio S. Francisco e a Capitania de Itamaracá. A denominação de Pernambuco indica a entrada do porto, que, devido aos inúmeros rochedos e recifes ocultos sob o mar, foi pelos portugueses chamado Inferno e Bokko, apelido esse depois corrompido para Pernambuco, ou seja Boca do Inferno (31). Divide-se ela em 11 distritos pequenos, habitados pelos portugueses a saber: a cidade de [[Olinda]], Iguarassu, Recife, Muribeca, Santo Antônio, Ipojuca, Serinhaém, São Gonçalo de Una, Porto Calvo, Alagoas do Norte e Alagoas do Sul, dentre as quais [[Olinda]] e Iguarassu são as principais.".
  
►Rodrigues, José Honório, in (Nieuhof, 1682), Notas, pg. 38:
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►Rodrigues, José Honório, in [[(Nieuhof, 1682)]], Notas, pg. 38:
  
 
"(31) Nieuhof escreve (p. 13, l.a col. últ. §): van Inferno en bokko, dat eigentlijk helle — mont gezeit is; "isto é, Inferno e bokko que propriamente é considerado uma embocadura do inferno". Batista Caetano (Cf. III, p. 205), escreve: "Afinal Paranambuka será rebentação do rio grande, designanão-se pelo nome rio grande paranã o semi-mar formado pelos rios Capibaribe e Bybyrybe". Segundo Teodoro Sampaio (Cf. LXXXI, p. 146), a etimologia é "Ant. Paranambuca corr. paranã — buc ou paranã —  puca, o mar quebra ou o mar arrebenta, isto é, quebra mar em alusão ao Recife". Alfredo de Carvalho (Cf. XXVI, p. 63) adota a etimologia de Teodoro Sampaio. Sobre o nome de Pernambuco, nos velhos mapas, consulte-se o estudo de Orville Derby (Cf. XXVIII).".
 
"(31) Nieuhof escreve (p. 13, l.a col. últ. §): van Inferno en bokko, dat eigentlijk helle — mont gezeit is; "isto é, Inferno e bokko que propriamente é considerado uma embocadura do inferno". Batista Caetano (Cf. III, p. 205), escreve: "Afinal Paranambuka será rebentação do rio grande, designanão-se pelo nome rio grande paranã o semi-mar formado pelos rios Capibaribe e Bybyrybe". Segundo Teodoro Sampaio (Cf. LXXXI, p. 146), a etimologia é "Ant. Paranambuca corr. paranã — buc ou paranã —  puca, o mar quebra ou o mar arrebenta, isto é, quebra mar em alusão ao Recife". Alfredo de Carvalho (Cf. XXVI, p. 63) adota a etimologia de Teodoro Sampaio. Sobre o nome de Pernambuco, nos velhos mapas, consulte-se o estudo de Orville Derby (Cf. XXVIII).".
  
►(Pereira da Costa, 1951), Volume 1, Ano 1534, pg. 161-162, define a área geográfica, na sua criação, e mantida durante o domínio neerlandês:
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[[(Pereira da Costa, 1951)]], Volume 1, Ano 1534, pg. 161-162, define a área geográfica, na sua criação, e mantida durante o domínio neerlandês:
  
 
"Março 10 — Carta de doação passada em Évora, por el-rei D. João III, em favor de Duarte Coelho, fidalgo da sua casa, pela qual lhe fez mercê, em atenção dos seus serviços, de seu moto próprio, sem ele pedir nem outrem por ele, —"de sessenta léguas de terra na costa do Brasil, as quais se começarão no Rio de S. Francisco, que é do Cabo de Santo Agostinho para o Sul, e acabarão no rio que cerca em redondo toda a Ilha de Itamaracá, ao qual rio ora novamente ponho o nome de Rio Santa Cruz, e mando que assim se nomeie e chame daqui por diante e isto com tal declaração que ficará com o dito Duarte Coelho a terra da banda do Sul, e o dito rio onde Cristóvão Jaques fez a primeira casa de minha feitoria, e a cinqüenta passos da dita casa da feitoria pelo rio a dentro ao longo da praia se porá um padrão de minhas armas, e do dito padrão se lançará uma linha cortando a Oeste pela terra firme a dentro, e a terra da dita linha para o Sul será do dito Duarte Coelho, e do dito padrão pelo rio abaixo para a barra e mar, ficará assim mesmo com ele Duarte Coelho a metade do dito rio de Santa Cruz para a banda do Sul, e assim entrará na dita terra e demarcação dela todo o dito rio de S. Francisco e a metade do rio de Santa Cruz pela demarcação sobredita, pelos quais rios ela dará serventia aos vizinhos deles, de uma parte e da outra, e havendo na fronteira da dita demarcação algumas ilhas, hei por bem que sejam do dito Duarte Coelho, e anexar a esta sua capitania sendo as tais ilhas até dez léguas ao mar na fronteira da dita demarcação para a linha de Leste, a qual linha se entenderá do meio da barra do dito rio Santa Cruz, cortando de largo ao longo da costa, e entrarão na mesma largura pelo sertão e terra firme a dentro, tanto quanto puderem entrar e for de minha conquista, a qual terra pela sobredita demarcação assim lhe faço doação e mercê de juro e herdade para todo o sempre como dito é, e quero e me praz que o dito Duarte Coelho, e todos os seus herdeiros e sucessores, que a dita terra herdarem e sucederem se possam chamar capitães e governadores delas".
 
"Março 10 — Carta de doação passada em Évora, por el-rei D. João III, em favor de Duarte Coelho, fidalgo da sua casa, pela qual lhe fez mercê, em atenção dos seus serviços, de seu moto próprio, sem ele pedir nem outrem por ele, —"de sessenta léguas de terra na costa do Brasil, as quais se começarão no Rio de S. Francisco, que é do Cabo de Santo Agostinho para o Sul, e acabarão no rio que cerca em redondo toda a Ilha de Itamaracá, ao qual rio ora novamente ponho o nome de Rio Santa Cruz, e mando que assim se nomeie e chame daqui por diante e isto com tal declaração que ficará com o dito Duarte Coelho a terra da banda do Sul, e o dito rio onde Cristóvão Jaques fez a primeira casa de minha feitoria, e a cinqüenta passos da dita casa da feitoria pelo rio a dentro ao longo da praia se porá um padrão de minhas armas, e do dito padrão se lançará uma linha cortando a Oeste pela terra firme a dentro, e a terra da dita linha para o Sul será do dito Duarte Coelho, e do dito padrão pelo rio abaixo para a barra e mar, ficará assim mesmo com ele Duarte Coelho a metade do dito rio de Santa Cruz para a banda do Sul, e assim entrará na dita terra e demarcação dela todo o dito rio de S. Francisco e a metade do rio de Santa Cruz pela demarcação sobredita, pelos quais rios ela dará serventia aos vizinhos deles, de uma parte e da outra, e havendo na fronteira da dita demarcação algumas ilhas, hei por bem que sejam do dito Duarte Coelho, e anexar a esta sua capitania sendo as tais ilhas até dez léguas ao mar na fronteira da dita demarcação para a linha de Leste, a qual linha se entenderá do meio da barra do dito rio Santa Cruz, cortando de largo ao longo da costa, e entrarão na mesma largura pelo sertão e terra firme a dentro, tanto quanto puderem entrar e for de minha conquista, a qual terra pela sobredita demarcação assim lhe faço doação e mercê de juro e herdade para todo o sempre como dito é, e quero e me praz que o dito Duarte Coelho, e todos os seus herdeiros e sucessores, que a dita terra herdarem e sucederem se possam chamar capitães e governadores delas".

Edição de 21h03min de 20 de dezembro de 2014

Coleção Levy Pereira


A CAPITANIA DE PARANAMBUCA

Natureza: capitania


Mapas: PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ

PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS MERIDIONALIS

PRÆFECTURA DE CIRÎÎĬ, vel SEREGIPPE DEL REY cum Itâpuáma


Capitania: PARANAMBVCA

Capitania situada entre 'A CAPITANIA DE ÇÎRÎIĬ' e 'A CAPITANIA DE ITÂMARACÂ'.

'Capitania de Paranambuco.' no MBU.


Nomes históricos: A CAPITANIA DE PARANAMBVCA; Capitania de Paranambuco; PRÆFECTURA PARANAMBUCÆ; Província de Parmambuco.


Nome atual: Estado de Pernambuco.

• Capitania hereditária, doada por D. João III de Portugal a 10 de março de 1534 a Duarte Coelho Pereira.

• a Capitania se estendia do Rio São Francisco, em toda sua largura e extensão, incluindo todas suas ilhas da foz até sua nascente, ao rio Igaraçu.

Plotada nos mapas (situação durante o domínio neerlandês) :

♦ BQPPB - 'BRASILIA QUA PARTE PARET BELGIS', mapa mural, plotada como 'A CAPITANIA DE PARANAMBVCA', entre 'A CAPITANIA DE ÇÎRÎIĬ' e 'A CAPITANIA DE ITÂMARACÂ'.

♦ MBU - 'MARITIMA BRASILIÆ UNIVERSÆ', plotada como 'Capitania de Parananbuco.', entre a 'Capitania de Cirii' e a 'Capitania de I. Tamaraca'.

♦ PE-IT - 'PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS BOREALIS, una cum PRÆFECTURA de ITÂMARACÂ', plotada como 'A CAPITANIA DE PARANAMBVCA', representação da sua parte norte, com os limites:

 sul: 'Guaraígŭáçû ou R. đ S. Ant. Grande' (Rio Santo Antônio Grande);

 norte: 'Zuyder gadt' (Canal de Santa Cruz) e a linha 'Os marcos'.

• PE-M - 'PRÆFECTURÆ PARANAMBUCÆ PARS MERIDIONALIS', plotada como 'A CAPITANIA DE PARANAMBVCA', representação da parte sul, com os limites:

 sul: 'Parapĩtinga ou Rio de S.Francifco' (Rio São Francisco), que é o limite entre as Capitanias de Pernambuco e a de Sergipe del Rei;

 norte: 'Guaraígŭáçû ou R. đ S. Ant. Grande' (Rio Santo Antônio Grande).

Citações

(Nieuhof, 1682), pg. 38:

"A Capitania de Pernambuco é das maiores e mais importantes do Brasil holandês. Estende-se para mais de 60 milhas ao longo da costa, entre o rio S. Francisco e a Capitania de Itamaracá. A denominação de Pernambuco indica a entrada do porto, que, devido aos inúmeros rochedos e recifes ocultos sob o mar, foi pelos portugueses chamado Inferno e Bokko, apelido esse depois corrompido para Pernambuco, ou seja Boca do Inferno (31). Divide-se ela em 11 distritos pequenos, habitados pelos portugueses a saber: a cidade de Olinda, Iguarassu, Recife, Muribeca, Santo Antônio, Ipojuca, Serinhaém, São Gonçalo de Una, Porto Calvo, Alagoas do Norte e Alagoas do Sul, dentre as quais Olinda e Iguarassu são as principais.".

►Rodrigues, José Honório, in (Nieuhof, 1682), Notas, pg. 38:

"(31) Nieuhof escreve (p. 13, l.a col. últ. §): van Inferno en bokko, dat eigentlijk helle — mont gezeit is; "isto é, Inferno e bokko que propriamente é considerado uma embocadura do inferno". Batista Caetano (Cf. III, p. 205), escreve: "Afinal Paranambuka será rebentação do rio grande, designanão-se pelo nome rio grande paranã o semi-mar formado pelos rios Capibaribe e Bybyrybe". Segundo Teodoro Sampaio (Cf. LXXXI, p. 146), a etimologia é "Ant. Paranambuca corr. paranã — buc ou paranã — puca, o mar quebra ou o mar arrebenta, isto é, quebra mar em alusão ao Recife". Alfredo de Carvalho (Cf. XXVI, p. 63) adota a etimologia de Teodoro Sampaio. Sobre o nome de Pernambuco, nos velhos mapas, consulte-se o estudo de Orville Derby (Cf. XXVIII).".

(Pereira da Costa, 1951), Volume 1, Ano 1534, pg. 161-162, define a área geográfica, na sua criação, e mantida durante o domínio neerlandês:

"Março 10 — Carta de doação passada em Évora, por el-rei D. João III, em favor de Duarte Coelho, fidalgo da sua casa, pela qual lhe fez mercê, em atenção dos seus serviços, de seu moto próprio, sem ele pedir nem outrem por ele, —"de sessenta léguas de terra na costa do Brasil, as quais se começarão no Rio de S. Francisco, que é do Cabo de Santo Agostinho para o Sul, e acabarão no rio que cerca em redondo toda a Ilha de Itamaracá, ao qual rio ora novamente ponho o nome de Rio Santa Cruz, e mando que assim se nomeie e chame daqui por diante e isto com tal declaração que ficará com o dito Duarte Coelho a terra da banda do Sul, e o dito rio onde Cristóvão Jaques fez a primeira casa de minha feitoria, e a cinqüenta passos da dita casa da feitoria pelo rio a dentro ao longo da praia se porá um padrão de minhas armas, e do dito padrão se lançará uma linha cortando a Oeste pela terra firme a dentro, e a terra da dita linha para o Sul será do dito Duarte Coelho, e do dito padrão pelo rio abaixo para a barra e mar, ficará assim mesmo com ele Duarte Coelho a metade do dito rio de Santa Cruz para a banda do Sul, e assim entrará na dita terra e demarcação dela todo o dito rio de S. Francisco e a metade do rio de Santa Cruz pela demarcação sobredita, pelos quais rios ela dará serventia aos vizinhos deles, de uma parte e da outra, e havendo na fronteira da dita demarcação algumas ilhas, hei por bem que sejam do dito Duarte Coelho, e anexar a esta sua capitania sendo as tais ilhas até dez léguas ao mar na fronteira da dita demarcação para a linha de Leste, a qual linha se entenderá do meio da barra do dito rio Santa Cruz, cortando de largo ao longo da costa, e entrarão na mesma largura pelo sertão e terra firme a dentro, tanto quanto puderem entrar e for de minha conquista, a qual terra pela sobredita demarcação assim lhe faço doação e mercê de juro e herdade para todo o sempre como dito é, e quero e me praz que o dito Duarte Coelho, e todos os seus herdeiros e sucessores, que a dita terra herdarem e sucederem se possam chamar capitães e governadores delas".


Citação deste verbete

Autor do verbete: Levy Pereira

Como citar:PEREIRA, Levy. "A CAPITANIA DE PARANAMBUCA". In: BiblioAtlas - Biblioteca de Referências do Atlas Digital da América Lusa. Disponível em: http://lhs.unb.br/atlas/A_CAPITANIA_DE_PARANAMBUCA. Data de acesso: 3 de maio de 2024.



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